Saturday, April 08, 2006

 

INDEPENDÊNCIAS DA MENTE NO TERRENO DAS OPÇÕES

Quando anunciei este blogue através de três jornais de Ponta Delgada era para facilitar a vida aos Serviços Secretos Portugueses. Eu explico. Como devem saber, a comunicação social açoriana está controlada e autocontrola-se por si mesma, tal é a dependência do pataco. Daí que muito raramente se possa saber como vai a nossa verdadeira mentalidade em relação às coisas da política e também um pouco da religião. Para já, não vou falar desta última actividade rendosa (nem o bispo nem a Igreja de Roma ficarão imunes ao que tenho para dizer - eu sei! , eu sei que isso tem pouca importãncia - sobre uma série de patranhas que difundem por aí. Fica para mais tarde!) Não confundo pessoas no singular, porque como cidadãos todos temos os direitos dos demais. De trabalharem onde os queiram e aceitem e onde lhes der mais jeito. De serem atacados, de se defenderem eles próprios e de serem defendidos por idiotas, etc. Como dizia , não os confundo com organizações que para mim são suspeitas. Os serviços de espionagem têm de apresentar relatórios sobre a segurança do Estado, é também uma forma de lhes facilitar a vida. Para já eu não me considero tolo. Para além disso reconheço que os Açores têm de se "libertar" de Portugal, da sua "democracia" e da sua esmola ou se for caso disso da sua chulice. De esmolas e chulice, tenho eu experiência . Meu pai até aos meus trinta e seis anos, pagava-me a renda do apartamento em Lisboa e mandava-me uma mensalidade até acabar o curso. Portanto, restrita eu sei o que ela é embora se estenda a outras áreas que não domino. Pudera, também não é tudo mau! Ora, como estava dizendo, e para facilitar os acima citados serviços, apesar de a independência dos Açores ser um dos meus objectivos, eu não perco a minha qualidade de português, nem quero. A cultura que possuo, a minha identidade perante o Mundo adquirida pelo nossso posicionamento através dos tempos, a idiossincrasia adquirida nos genes e transmitida pelo sangue e pela miscigenação sem complexos (onde a atracção sexual por todos os povos é um dos nossos mais qualificados timbres de saber estar no Mundo) faz de mim o que sou: um português especial, melhor dizendo um açoriano. Eu não vou em cantigas de dizer que "a minha língua é a minha pátria ou vice-versa". Só um asno diz tal barbaridade! Isto para dizer que eu não trocava nem troco Portugal por nenhum outro país. Acontece que a política é a arte (tem muitos significados, este é meu) de enganar o noivo exigente que não casa com mulher já desflorada. Uma espécie de Jeová que só gostava delas virgens e acabadinhas de fazer . Só que o noivo sabe muito bem que ela de virgem não tem nada. E que foi o genecologista que lhe lhe recompôs o hímen. Bem, a política é capaz de tudo... E os políticos também... E os noivos..., claro! Mas se eu quero continuar a ser português, por que razão defendo a indepenbência dos Açores? Aqui é que entra o conceito de chulice. Mais logo vou continuar para chegarmos à conclusão de quem chula quem. Se Portugal é um pai para os Açores, ou se andamos a dar o corpo ao manifesto para outros se banquetearem à nossa custa. É isso, vamos inventar... Até já!
CONTINUAÇÃO:
Comecemos por perguntar o que faz o Representante da Soberania de Portugal nos Açores? Será que representa os Interesses da Região Autónoma da Madeira? Será que representa os Interesses da Região Autónoma dos Açores? Será que representa os Interesses de Portugal dito Continental "por via de não ofender"? Se me responderem que representa os interesses do todo eu começo a rir. E rio porque na Madeira também está lá um outro representante do todo. Para já não falar no discurso de apresentação do Prof. Anibal Silva que disse que se considerava o Presidente de todo o Portugal... Acabado o discurso, nomeou de imediato os seus representantes para o tal todo Portugal... , isto é, para as regiões arquipelágicas. E por que é que representa o Representante os interesses de Portugal (enclave de Espanha) para fora de Portugal a quem chamam Portugal também? Certamente porque existem aqueles que nas ilhas não vêem com bons olhos serem mandados por gente de fora que nos olha como se fôssemos porta-moedas. A esses costumam chamar de separatistas, reaccionários, fascistas que é para que o povo dos Açores os tema. Porém, esta designação não colhe muitos adeptos. Pelo menos para mim! Pois com eles é muito difícil reconstruir uma nacionalidade escamoteada durante séculos, porque para eles a pátria é o dinheiro, nos seus bolsos. A ideia de colocar um agente de interesses comerciais nas Regiões Autónomas nada tem de patriótico. A malta jovem não sabe qual é o Hino Nacional Português... Quando vem aos Açores o Presidente da República ninguém lhe liga pevide. Se a noiva do neto da Dona Elisabeth II (Reino Unido) chegasse às ilhas, até os párocos tiravam a sotaina de serviço para lhe prestar os sorrisos mais adequados de boas vindas. Ninguém liga a Portugal! Se estou a mentir que me o demonstrem! Quem presta vassalagem, pela frente, são os que Portugal alimenta. Ainda existem alguns saudosistas, mas coitados, morrem todos anos alguns deles... Resta-nos o Futebol. Aí, sim! Toda a gente grita Portugal naquela hora e meia, por vezes dilatada para as duas horas... Quanto ao Representante, isso nem é bom falar. Ninguém o conhece, a não ser aqueles a quem ele dá a comer algum. Nem se ganha nada com isso. São salamaleques falsos e interesseiros os que chegam até ele. O último Ministro da República (que nome de esquisito) criou um conceito gírissimo: o da cidadania! Trinta anos depois da instauração da democracia é obra! Serviu para que alguns se apresentassem no palco de todos os protagonismos, como é habito entre nós. Enquanto não se tem o nome numa rua é o que melhor se pode arranjar... Para que precisa Portugal de um seu representante por aqui? Vou tentar exemplificar com alegorias, para ver se compreendem... Vamos supor que somos uma vaca. Quem a alimenta? Um país! Que direitos tem a vaca? Comer ração, erva dos pastos e quando adoece tem à cabeceira, perdão no fardo um veterinário. E o que cabe ao país? Tudo! Desde o leite até aos cascos. Tudo esse país vende e troca. Às vezes a vaca berra como os bodes da selva. O país manda-a para a escola e paga-lhe aulas de dança. Depois, quando a vaca não serve para mais nada, mandam-na para o matadoiro... Dando saltos... Quem é que paga aos professores, aos médicos, às enfermeiras, às diversas polícias, às obras públicas, aos fiscais?, quem suporta os custos dos serviços prisionais, de saúde, dos transportes públicos deficitários, da aplicação do sistema educativo, etc. ? Quem destribui dinheiro pelas autarquias, pelo governo, quem oferece o Rendimento Mínimo Garantido aos mais desfavorecidos, quem paga as reformas a milhares de açorianos? Quem arca com os défices das várias instituições que todos os anos se apresentam de mãos estendidas? Quem paga às Forças Armadas sitiadas e que nos defendem dos inimigos externos? Esta está mal metida! Então, não é Portugal! Quem duvida? Alguma vez, perguntaram os vários governos regionais a Portugal quanto gasta por cada um destes ícons? (Linguagem de computadores. Para o que me havia de dar). Por que razão não o fazem? É simples! Porque a pergunta é separatista, e ninguém quer perder o tacho. O Deve e o Haver têm de ser apresentados para não nos sentirmos como os chulos... Quem me diz onde estão os milhões de contos que os nossos emigrantes enviaram para cá? Quanto é que pagamos de impostos que vão desde o papel das casas de banho até aos exorbitantes custos dos bens de primeira necessidade? Que dinheiro paga a Portugal a União Europeia para se banquetear nos nossos mares? Que dinheiro os Estados Unidos dão a Portugal pela utilização de todo o arquipélago, tanto para fins comerciais como para fins bélicos? Por que razão nenhum açoriano tem voz nas negociatas dos governos centrais? Onde estão as contas das actividades económicas que dizem respeito ao abastecimento e consumo? Para onde vai o dinheiro da circulação de mercado transitário? Quem beneficia com o turismo? Onde estão as contas? Onde ficam os dinheiros das empresas de provimento, de construção e equipamentos? O sector primário presta contas a quem? Onde estão as contas do sector industrial? Se a nossa agricultura não consegue suprir as nossas necessidades de onde sai o dinheiro para importar as novidades? Esse dinheiro tem de vir de algum lado... Se Portugal perde dinheiro, então só temos de agradecer. Mas se for ao contrário, não teremos de o saber? Claro! É para isso que elegemos esses "nossos representantes"... Este texto está bisbilhoteiramente comprido. Mas, creio que dará um bom relatório para questões que deverão ser abafadas..., quanto antes!
Manuel Melo Bento
Sábado
8/4/2006

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