Wednesday, May 24, 2006

 

COGITABUNDICES

PREFÁCIO
Este texto que segue, de que não faço ideia do que tratará, merece um prefácio. E porquê? Para ganhar tempo e força. Penso em três temas. Faço uma rifa com eles. O que é que saíu? A Civilização Açoriana. Que dizer dela? Mas não estará o autor do texto a ofender o conceito de civilização? Eu faço o prefácio. Não escrevi ainda a obra. O que posso adiantar mais? Que o escritor é-o de uma escrita ainda desconhecida. Cheira-me a pelágio. Nietzsche disse qualquer coisa parecida: "Apóstolo de um Deus ainda desconhecido". Não é a mesma coisa! Foi uma ideia roubada. Tem direitos de autor! E depois quanto se deve? Continuando a prefaciar. Civilização Açoriana é plágio de Civilização Grega, Romana, Egípcia, etc. Em termos de conceito é capaz de uma ter ido ao encontro de outra... e assim sucessivamente. Logo não fará mal. Este tema tem de ser muito bem estudado. Tem de haver critérios que satisfaçam com rigor o que se pretende dizer. Isso é conversa de preconceituoso. Estou-me nas tintas! É Civilização Açoriana e não se fala mais nisso. Estás a meter-te no meu prefácio! Afinal qual é o meu papel? Nem todos os prefácios contêm o espírito da coisa. Acabe-se já com esta treta e passemos (é muita gente!) à obra dita nela própria.
OBRA QUE SEGUE O PREFÁCIO
Nenhuma civilização o é sem o animal que a cria. As formigas, por exemplo, ao construirem no meio das estepes verdadeiros edifícios com ar condicionado para se refrescarem são para mim a civilização formigal. Sem uma determinada espécie de formigas não havia ar condicionado no meio de um calor mortífero. O Homem Grego é o animal da sua própria civilização, etc. Todas as civilizações oferecem o seu contributo à Humanidade. Até a Civilização Americana (EUA para não confundir) nos deu uma perspectiva de como se destroem civilizações. Uma civilização que aniquila outra torna-se numa civilização imperial. Somos todos civilização. Os porcos (o que vou dizer é fruto das minhas meditabundices), por exemplo, que nós julgamos porcos mesmos, não o são. Construiram uma civilização. Analise-se o que vos digo com calma. Todos os animais e plantas tentam crescer em número por um lado e pelo outro dominar. O homem, os leões, as galinhas, as árvores frugíferas, etc., são exemplo disso. Os porcos se não dominassem o homem não execederiam em número mais do que sete milhões no planeta. Se fizermos uma estatística de quantos existem nos dias de hoje verificaremos um resultado espectacular. Nada mais nada menos do que setecentos e dez milhões. Em certas florestas ainda não é possível contá-los. Isto quer dizer que os porcos em vez de se extinguirem multiplicam-se cada vez mais. Deixam-se morrer por um lado, mas pelo outro atingem os objectivos para que foram criados: aumentarem em número e serem dominadores. Morrem um todo nada mais cedo, porém não trabalham nem se esforçam por comer. Até lhes metem a paparoca pela goela. O escravo mais directo do porco é o homem. O escravo mais directo da mulher tem sido o homem. A mulher para dominar participa com a dor que é oferecer o corpo ao homem sempre que este o deseje. Tudo tem um preço. As pirâmides do Egipto são o sofrimento dos escravos, etc. Em contrapartida ao sofrimento e à dor dela há mais mulheres do que homens e estes vivem à volta delas. Para mim a ideia de civilização diz respeito a todos os habitantes do planeta: animais e plantas. Não se trata de ser panteísta. Estou por fora dessas interpretações. Nem sequer me julgo à imagem de um Criador. Quero que ele tenha muitos meninos e que vá pentear macacos ou amantes se as tiver.
(Continua depois do jantar. Se Deus quiser... ora bolas saíu sem querer...)
A Civilização Helénica. M.H. Rocha Pereira dizia que Isócrates afirmara que o que fazem os gregos sentirem-se gregos não tinha nada a ver com a raça, mas sim com uma determinada mentalidade. Não só não acredito, como acho esta afirmação de Isócrates uma tolice de todo o tamanho. Também acho que o facto de se dizer que a Grécia é o berço da Filosofia não passa de uma atitude de bairro social. Nos dias de hoje nem todo o antigo pensameto oriental está traduzido. Como se pode fazer tal afirmação? Basta pensar-se que à volta da Grécia Antiga existiam raças e mentalidades de vários tipos. Se a mentalidade nada tem a ver com as raças então pode-se afirmar que os gregos se constituiam em mais do que uma. A palavra raça está mal empregue. A estatuária grega contraria o que Rocha Pereira transmitiu sem o ter esclarecido. A"Apologia de Sócrates" também. Depois de prestarmos um pouco de atenção ao próprio Homero, acabamos por pensar que não se trata de um só homem, que ainda por cima dizem cego. Na Odisseia um tal Ulisses vagueia durante dez anos à volta da Grécia e deixa a mulher a fazer sopa e tapetes à sua espera. Repetem tantas vezes esta e outras histórias que para além dos bananas dos Gregos outros povos se dedicam a elas de alma e coração e nelas acreditam. Os americanos. por exemplo, que têm pouca história fazem filmes atrás de filmes acrescentando sempre pormenores da sua lavra. Helena de Tróia passa a loura do tipo da Monroe. Os heróis gregos e romanos ficam todos claros nos seus filmes. Cristo então nunca é moreno. É sempre louro. A mãe é loura também. Eu dou mais crédito à História Inventiva de Portugal do Prof. Saraiva do que às do resto do mundo. Ele, de facto, não estava lá junto aos factos mas di-lo com tanta convicção que me convence... Ora estas e outras civilizações escondem-se atrás de mitos e de lendas para entreter. Quando penso na Civilização Açoriana penso na sua mentalidade. Pártenon não temos. Cnossos e monstros tão pouco, etc. Temos pastos e mais pastos. Poucos Centros Culturais de Belém? Nenhum! Mas em compensação temos muitos matadouros. A verdade é que a nossa época não vive do passado. Temos um tal Frutuoso que escreveu uma História dos Açores tipo medium espiritista e de resto é tudo inventado. A nossa história não passa de uma genealogia. Existem alguns ensaios elaborados por académicos regionais mas que são insuficientes para no caso de querermos inventar uma tipo grega. Mas então, o que temos? Temos gente viva muito qualificada. Num areal como o nosso com uma massa populacional que ronda as duzentas mil almas a percentagem é enorme. Nós sofremos de sobreabundância de mentes priviligiadas. Há pessoas que vou citar e de entre algumas delas tem de quem nem gosto. Não posso é esconder o contributo que trouxeram para a Civilização Açoriana. Nas nossas colónias da "Ásia Menor" pontificam (os nomes seguem por ordem arbitrária): Onésimo T. de Almeida, João Rebelo, Medeiros Ferreira, Carlos Carreiro, Mário Mesquita, Linhares Furtado, Álvaro França, Eduíno de Jesus, Mota Amaral, Reis Leite, Luiz Fagundes Duarte, Carlos Alberto Moniz, José Eduardo Moniz, Mário Bettencourt Resendes, Luís Silva, António Rego, José Enes, Jaime Gama (custa-me imenso indicar aqui o seu nome) Pauleta (com a sua escola)... Amanhã continua.
Manuel Melo Bento
QUARTA-FEIRA
24/05/2006

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