Sunday, May 21, 2006

 

"FANÁTICA DO SENHOR" IMPEDIDA DE VIAJAR DE LISBOA/PONTA DELGADA...


Uma parente minha, "fanática do Senhor", foi impedida de viajar de Lisboa/Ponta Delgada por, na altura de embarcar, se ter esquecido do BI. Apresentou vários documentos em substituição, tais como: carta de condução com foto, cartão profissional (trabalha no aeroporto de Lisboa em tarefa de grande responsabilidade no controlo de aviões), cartão de eleitor, cartão de partido político a que pertence, vários santinhos e uma relíquia do Santo Cristo de quem é muito reverente devota e admiradora, pois pertence ao Grupo Independente Fanáticas do Senhor. Ainda por cima (ao lado evidentemente) viajava com a irmã. Ambas nascidas e criadas em São Miguel. Tudo isto não lhe serviu de nada, pois a funcionária do balcão da TAP no aeroporto foi policialmente intransigente. Mostrou a mala, única bagagem que trazia, para além da pele. É do tipo louro sem ser pintado. O que de certo não lhe permitiria ser facilmente confundida com os bin de qualquer ponto geográfico. Ficou muito aborrecida pelo incómodo. Conseguiu chegar a tempo e a horas de ver o Senhor, pois prontificou-se a pagar o preço que os políticos da Assembleia da República e outras dependências empregadoras deviam pagar mas não o fazem quando viajam. Executivo. Ora toma! Teve de ir à procura de uma saída. Foi à Loja do Cidadão, nicles. Não conseguiram uma certidão narrativa nem através dos novos modelos de informática. Quando lhe apareceu o BI, já não havia solução para ela. Pagou mais! Viajou! Para mim, acho bem que essas medidas sejam tomadas em todos os aeroportos. Sem BI não há nada para ninguém. Podemos pois viajar em segurança para os Açores. Tendo em conta que está tudo tão controlado, as polícias têm a tarefa simplificada. Isto é, sabemos quem por cá anda. Vivemos em segurança e não temos ilegais, penso eu. Termino com esta. Tratando-se de um voo doméstico isto quer dizer que, por exemplo, de Lisboa para o Algarve se deve passar o mesmo. Daqui a dias estaremos também controlados nos combóios tal qual como na Alemanha nazi. A minha parente, depois de ter ido atrás do Senhor, recuperou. E ficou com uma certeza: os Açores não estão independentes. É tudo uma questão de segurança.
Manuel Melo Bento
Domingo
21/05/2006

Comments:
Talvez certo!
 
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