Saturday, July 08, 2006

 

CONTINUAÇÃO DE SEXTA-FEIRA

CONTINUAÇÃO DO DIA 8 de JULHO

VARETT
Com as suas leis o homem viverá melhor.
MANDALA
Já se sabe que cumprindo as regras que Ele envia através de ideias, o homem safa-se tanto na Terra como no Céu.
V
É mais ou menos isso.
M
Isso serve para uma religião particular? E as outras, não dizem o mesmo: que é não fazer mal ao próximo?
V
Dizem, mas isso é lá com eles. Cada um com a sua.
M
Essas regras dão-nos paz na Terra e fazem-nos voar mais rapidamente para o Céu? Tudo em ideias?
V
Sim!
M
Essas ideias diferem das outras porque enquanto o homem apela para algumas, outras o bom Deus das ideias difunde mensagens através de mensageiros especiais que o compreendem muito bem. Não cobiçar a mulher do próximo é uma ideia retida até que o Deus do Ocidente (um Jeová arianizado e democratizado) e de outras zonas resolveu apresentá-la com muito êxito económico. Até ser liberada esteve certamente escondida no tal depósito à ordem. Esse Cristo de que falaste há pouco é um Deus materializado ou é só ideia?
V
Se ele foi um homem, naturalmente que enquanto viveu entre nós era um ser substancial. Ele foi parido no modelo tradicional. Não podemos esquecê-lo.
M
Se Ele ressuscitou em corpo e alma e depois voou por iniciativa própria lá para cima, não achas que lá no Céu existe um depósito para corpos? Dizem os de Roma, muito afeitos às fêmeas – aprendemos com os Bórgias – que até a Senhora Santa Maria desapareceu nas nuvens dirigindo-se depois para o tal depósito onde se deleita, nos dias de hoje, apenas com a presença imaterial daquele que a enseminou e lhe arranjou um trauma do foro psicológico quando a ela lhe foi demonstrado, nesse lugar sagrado, que o grande Jeová entrando pelas suas partes, delas se dispôs a sair feito Jesus, a vítima dos homens. Será que os judeus da altura conhecedores desses milagres sabiam que matando o Cristo estavam a fazê-lo indirectamente na pessoa do furibundo Criador, Pai da humanidade? É preciso não esquecer que os judeus são muito vingativos e não devem ter perdoado aquele castigo que veio da Montanha trazido em tábuas e que lhes impedia de adorar o ouro feito bezerro de quem são muito afeitos. A ideia do Jeová não está má de todo, não senhor . Entrou como Deus numa virgem vagina e sai homem. Belo disfarce! Só mesmo a um Deus todo poderoso ocorreria tal estratagema.
V
Isso são coisas da área da religião! São coisas sagradas! O teu pensamento é herético e nojento. Safa!
M
Ideias religiosas, diferem das outras? Terão outra textura?
V
Ideias são ideias! Existem ideias divinas que é preciso considerar.
M
Será difícil distingui-las?
V
Para quem crê, não!
M
Crer é uma ideia?
V
Que outra coisa pode ser?
M
É mais uma ideia em depósito para alguns, já que a ideia de crer eu sei o que é (significa) mas não creio em nada. Parece-me que as ideias, mesmo depois de adquiridas, são ambíguas.
V
É de simples compreensão. Deram-te a conhecer a ideia de Deus, porém, ela não é nada para ti. É como a ideia de crer. Sabes o que é mas não crês.
M
Se fossem ideias claras e evidentes, não achas que eram facilmente aceites e fiáveis? Duvidarás que uma vez aceite a ideia de triângulo a irás confundir com a ideia de quadrado, no espaço euclidiano?
V
São coisas diferentes!
M
No entanto, são evidentes. Parece-me que existem ideias evidentes e outras não tanto, a não ser que transportem consigo uma certa dose de crença. Em não se crendo, não há evidências. Isto só acontece a nível das ideias. Se elas, de facto, fossem imateriais não permitiriam confusões. O que me parece é que as ideias, uma vez produzidas pelo cérebro, contém dele substâncias. E, essas substâncias, sim, podem ser analisadas com margem de erro. Eu creio que todas as ideias são substâncias. São uma espécie de fotões mil vezes mais pequenos, os quais ainda não podem ser medidos e pesados. Não se pode compreender como é que uma substância produzindo outra, esta venha a ser de cariz imaterial.
V
As ideias também têm energia. Umas mais do que outras. É por essa razão que elaboras em erro quando dizes que as ideias são substância. É Deus que fornece energia às ideias.
M
Não meu caro! Se atribuis energia às ideias nunca as poderás considerar imateriais. A energia pode ser detectada. A imaterialidade, por enquanto, não! Talvez quando Deus der uma de bonzinho para com os seus adversários incrédulos, isso seja possível. Os deuses fornecem-nos leis para pensarmos bem, só que eles mesmo, às vezes, não as utilizam. São deuses, ah! Têm prerrogativas divinas! Nós e eles andamos lado a lado sem nos tocarmos, tipo rectas paralelas e cada um montado numa delas.
V
Não tens pena de não poderes viver a luz eterna dos deuses?
M
Por Deus, eu só consigo dormir na escuridão.

(Fim da primeira parte de Sobre Mim I. Amanhã inicio a segunda.)

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