Sunday, July 23, 2006

 

O IMAGINARISTA DEPOIS DE INTERROMPIDO INVOLUNTARIAMENTE

POR MOTIVOS ALHEIOS FUI IMPEDIDO DE CONTINUAR ONTEM, DIA 22 DE JULHO, A COMPOSIÇÃO DO TEXTO “O IMAGINARISTA”.

III CAPÍTULO

VARETT

Os evolucionistas estão tramados, pois terão de explicar o aparecimento, no homem, dos sentimentos, das emoções, da racionalidade, da saudade, do amor, do conhecimento científico, do desenvolvimento das técnicas, etc., através da evolução da matéria.
MANDALA
Eles têm essa dificuldade. Eu não!
V
Comecemos, então, por ouvir as tuas facilidades.
M
Olha o teu relógio e diz o que vês.
V
Uma máquina que dá horas e que foi inventada e construída pelo homem.
M
Não querias dizer isso desta maneira. Devias reformular.
V
Como assim?
M
O relógio é uma cópia do movimento circular das peças que compõem o Universo e seus movimentos. A sua complexa máquina tão complicada é o que resulta da racionalidade do Universo espalhada na composição humana. O homem é pois a interpretação do Universo e não o Universo a interpretação do homem.
V
Espera lá! Queres deizer que não foi o homem quem construiu o relógio?
M
Não! Não foi! Nunca ouviste falar de povos que não criam nada e que copiam e aperfeiçoam o que os outros realizam?
V
Que raio de comparação! Copiam a criação de outros homens.
M
Vejamos melhor a questão. Não imita o relógio o tempo e o movimento da Terra?
V
Sim! E quanto ao mecanismo interno do relógio?
M
Mais fácil ainda. Os primeiros relógios eram muito simples e foram complexificando conforme as necessidades de precisão que o Universo transmite ao homem. Nada que está dentro do relógio está fora do Universo.
V
Ena pá! E as rodas dentadas? Foi o Universo que as fez ou as mostrou para o homem as copiar?
M
Basta olhar algumas plantas e o que elas produzem. Existem plantas cujo fruto está envolvido por uma espécie de penas e que servem para que aquele se desloque por força do vento para viajar e tentar reproduzir-se noutras paragens. Se juntares esta invenção da natureza a outra parecida, facilmente obterás um efeito de rodas dentadas. Quando surgiu a oportunidade de as realizar em madeira ou metal retira-se dela uma determinada utilidade. O mesmo se passa com a “criação” da roda. O homem inspira-se no que o rodeia para depois retirar para si o proveito.
V
Devagar! Há coisas que o homem desenvolveu que o Universo não as pode ter ensinado. Estou a falar dos mecanismos criados para responder as questões levantadas pela Física das pequenas escalas.
M
Convém, primeiramente, abordarmos outras questões. O homem é consequência do Universo e não causa dele! Estás de acordo?
V
Sim!
M
Assim, parece-me que tudo o que acontece no Universo é uma consequência deste. Isto é, tudo o que tem existência se deve a uma causa: Universo.
V
Por sua vez o Universo é consequência de algo. Esse algo é o Criador.
M
Falemos de coisas que sabemos serem coisas. Não refiras, para já, o imaginário. Vamos olhar e perscrutar aquilo que se usa chamar sensível.
V
Para quê? Os sentidos conduzem-nos ao erro.
M
Não me parece que seja assim tão certo. Não vamos seguir o conhecimento tradicional para ficarmos sujeitos à chacota dos sábios. Vamos chateá-los. Sejamos rebeldes, mesmo que isso não nos leve a lugar algum.
V
E o que é que se ganha com isso?
M
Entretenimento! Performance! Já reparaste que ninguém põe em causa a separação que dizem existir entre os sentidos e a razão?
V
Os sentidos são uma coisa, a razão é outra!
M
Vamos respeitar o Pai Universo que é o que temos mais à mão.
V
Agora o Universo já serve para pai?
M
Eu não vejo, para já, mais ninguém que possa ser a nossa causa. Observei, há tempos, num documentário sobre cavalos uma coisa gira. Uma récua encontrava-se organizada numa planície, onde o homem raramente ia por ser terreno inóspito. Porém, um dia, para lá se dirigiram e caçaram alguns cavalos, sobretudo os garanhões chefes. Passado pouco tempo a chefia dos cavalos era ocupada por um dos cavalos depois de este ter vencido os restantes machos na luta pelo poder. A sociedade dos cavalos, naquela planície, reorganizou-se de tal maneira perfeita como se nada se tivesse anteriormente passado de catastrófico.
V
O que quer isso dizer?
M
O que quero dizer com este exemplo visível é que eu não vejo nada que me rodeie que não obedeça a uma consequência organizada. Quando vejo alguém separar a sensibilidade da racionalidade fico a pensar que se trata de uma total falta de respeito pelo nosso pai.
V
Deus?
M
Já disse que não!
(Continua amanhã, dia 24 de Julho de 2006)

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