Friday, September 22, 2006

 

O BITEÍSTA
Continuação do dia 21.9.06

SÓCRATES
Se me pedires um euro e eu o tiver, dando-te não me enganarei.
VARETT
E ele só ficava com um euro.
SÓCRATES
É isso mesmo. Um é um. É um ser idêntico a ele mesmo. Não há duas substâncias iguais. Isso geraria confusão.
MANDALA
Mas, senhor Sócrates, o senhor deu-me um euro. Não me deu o um.
VARETT
Irra, que é burro!
MANDALA
Se eu sou burro, então, dá-me o um e não me dês o euro.
VARETT
Exmº. , senhor Sócrates, já viu onde se veio meter?
SÓCRATES
Um é uma ideia geral. É um conceito. Serve para nos entendermos no universo da compreensão. O euro é um acidente.
MANDALA
Senhor Sócrates , se eu hoje compro com um euro duas laranjas e amanhã com o mesmo euro comprar só uma laranja, pode dizer-me o que aconteceu?
VARETT
Irra, que é burro! Isso é inflação!
MANDALA
Mais me ajudas. No terreno, um pode ser um num dia e no dia anterior pode ter sido dois.
SÓCRATES
Isso é uma questão que diz respeito a valores subjectivos. Pode ser explicado pelo acidente em si. A ideia de número mantém-se. É que passado um século sobre esta referida inflação, eu poderei relatá-la sem me enganar e explicar o processo operatório que faz com que o um tenha equivalência a dois.
VARETT
Estás a ver a correspondência?
MANDALA
Estou aqui estou na Bolsa de New York.
SÓCRATES
As entidades abstractas são figuras apelativas do raciocínio e que poderão ou não ser aplicadas no terreno das sensibilidades conforme os casos.
VARETT
É como a malta quiser!
MANDALA
Senhor Sócrates, o número um é uma quantidade ou uma qualidade? Para mim é ambas as coisas.
Continua amanhã, dia 23.9.06

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