Sunday, April 30, 2006

 

"CROQUIS" DO PSDA - CONTINUAÇÃO (II)

O texto de sábado (ontem) está fraquito. Para já, meti-me por atalhos e perdi-me. Como é que vou chegar ao PSDA? (A de autárquicas, evidentemente). Bem, comecemos por transcrever parte de uma carta que Mota Amaral enviou ao grupo de fundadores do PSDA (A de Açores...) :Jorge do Nascimento Cabral, Fernando Pacheco Costa, João Bernardo P. Rodrigues, José Ventura (hoje Presidente do PDA), José Gouveia (falecido), Álvaro de Lemos e Tibério Ribeiro (falecido). Rezava assim "... tal e tal... haverá algum interesse em passar pela Terceira?" Data: 2 de Outubro de 1974. In História do PSDA. Este PSDA é o tal que se designava por PPDA. Mudou de nome/sigla por causa das confusões com uma certa direita e para ficar bem visto pelos europeus da altura. Na Terceira, não deve ter havido 25 de Abril. Calados estavam os terceirenses a ver como andavam as modas. O costume! Depois de conquistado o muro de Angra, o resto caíu como ginjas no regaço da social-democracia. Mota Amaral começou por sugerir (ordenar) que primeiro se tomasse São Miguel. Ele tinha sido deputado da Assembleia Nacional (uma espécie de Assembleia da República mais idónea, mas fascizante...) e sabia que as ilhas estavam divididas em distritos e cada distrito era um reino sobre si mesmo. Não estava nos seus sonhos de sobrevivência política ver Açores Unidos. Essa ideia só toma forma com a reacção dos micaelenses contra a ditadura renovada do Portugal por aqui. A trindade (de cada um por si...) açoriana só toma forma quando Mota Amaral se apercebe que uns Açores politicamente nação só começariam a sê-lo dando a cada capelinha o pároco respectivo. Explicando melhor, a Terceira muito mais politizada nunca aceitaria directrizes micaelenses. As outras ilhas sem peso iam de arrasto como o chicharro de costa. O Faial lá ficou com o seu quinhão. E que quinhão!, para apenas quinze mil habitantes. Uma espécie de Arrifes aconchegados à Ribeira Chã. Tudo organizado na Terceira e bem. Tudo em nome da descentralização (açoriana). "Querem vocês ser governados por São Miguel ou por Lisboa?" Perguntavam os velhos colonialistas - feitos democratas - às ilhas. "Por Lisboa!" , (gritaram primeiro os terceirenses) seguidos pelos restantes insulanos dos despovoados distritos e suas ilhotas satélites.
140.000 micaelenses votam? Sim, mas votam para as outras ilhas. Eu não vou explicar. Não tenho pachorra. Os micaelenses deram o cabedal para sacudir o peso da exploração portuguesa e quem usufrui com a nossa luta? Os das ilhas de baixo! (Momento para gargalhadas e impropérios). Não se mexem. Estão sempre à coca. A ver vamos quando a política real se impuser longe das jogadas dos que permitiram tal sangria. Também queremos viver como os corvinos!!! Também queremos ter as mesmas condições de vida dos terceirenses, dos faialenses, dos graciosenses,etc. !!! Querem ver que não pode ser! A democracia nos Açores está de pernas para o ar. A pobreza de São Miguel não está apenas localizada nas classes ditas desprotegidas. A pobreza está a expandir-se pela classe média antiga que não presta serviço público. Atingiu já alguns estratos da média alta. Foram-se os foros e os rendimentos que lhe permitia olhar de cima para baixo... Os que conseguiram um posto público safaram-se. Os outros já devem nas mercearias de bairro e às criadas. Os carros pertencem aos bancos. As dívidas sobem em flecha... As terras já não dão para o sustento das casas dos senhores. As rendas delas nem dão para comprar o milho para os pombos. As casas alugadas que antes lhes permitia um certo desafogo ecnómico e bem estar já eram. São Miguel está com a corda ao pescoço. Nas ilhas vive-se à custa do Estado através de vencimentos, de ajudas e de subsídios de protecção "triangular". São Miguel está aqui está a berrar. A social-democracia açoriana criou uma situação governativa perigosa. Esta quando caíu nas malhas do socialismo dos pobrezinhos delineou-lhe a agonia final. É só esperar para ver. Não é em vão que o arquipélago está a retroceder para o esquema dos distritos. César remodelou o governo? Nada disso!, ele está a entregar o seu a seu dono. Isto é, toma lá a tua parte e desenrasca-te para outro lado. Cada um para si. Vai chamar pai à solidariedade de um só lado, a outro. Este texto nunca mais chega às autárquicas. Onde me fui meter! (Continua. Para amanhã: o projecto secreto do PPDA sobre a alteração da política económica açoriana.)
Manuel Melo Bento
Domingo
30/04/2006

Saturday, April 29, 2006

 

PSD EM "CROQUIS" - (Continuação)

Pensar-se no PSD sem falar nos figurões das ilhas de baixo (é assim que a malta - japoneses - denomina as outras ilhas) é adulterar a história da social-democracia açoriana. Parece que os micaelenses julgam viver num continente. Deve ser por causa das lagoas que se parecem com o Lago Vitória... Não existe da parte dos terceirenses aquela força de vontade para chegarem a São Miguel e dizerem sem meias medidas: "Quem tem que governar os Açores somos nós. Vocês são um corpo sem cérebro. Com quase cento e quarenta mil almas, mais da metade da população do arquipélago, vós não tendes mais do que uma vintena de cabeças pensantes e bem falantes. Ao passo que nós, na Terceira, temos em cada rabo-torto (é assim que nós os tratamos) um político; um homem de boas falas que vos interpretará e bem." Adaptado de um possível discurso de um terceirense putativamente consciente. Por que razão, então, não há entre eles chefes social-democratas? Há-os, sim senhor! Porém, têm vários senãos. Têm complexos de culpa porque passam a vida a cascar nos coriscos. E isso inibe-os certamente. Ficam receosos. Essa atitude faz com que nem os micaelenses se sintam à vontade para governar a Terceira-Açores, nem os os terceirenses para governarem São Miguel-Açores. Camuflam governos para se aproximarem da política real. Uma chatice de todo o tamanho, pois esta atitude serviu e serve para impedir o nosso desenvolvimento. Tanto assim é que os terceirenses mais dotados correm para Lisboa tanto quanto baste um estalar de dedos. Foi o caso de Álvaro Monjardino e do actual (provisório...) líder do PSD, Carlos Costa Neves. É o máximo que aspiram na política: Ministrinhos de Portugal! Queimam-se, por isso, em relação ao açorianismo que se exige para um chefe indígena. Tornam-se suspeitos. Deixa-se, pois aos micaelenses o lugar em banho-maria, quando um terceirense está ao lume. Costa Neves é eleito chefe e depois não chefia. É ausente. Escreve para os jornais em São Miguel, mais para registo biográfico do que a fazer de chefe da oposição. Se houvesse directas num Congresso extraordinário do PSD, quer Vitor Cruz (este a justificar o que eu já disse acerca da cota de governação da Bensaúde), quer Berta Cabral iriam certamente colocar no banco de suplentes Costa Neves. Está de passagem. O segredo está na receita de Mota Amaral. E este levou-a para Lisboa. Se compararmos estas cenas com o que se passou com o Partido Socialista, temos pois matéria mimética. Na Terceira, parte do governo dos Açores esteve entregue a Reis Leite, no tempo de Mota Amaral. Nada tem mudado. Mesmo, Álvaro Monjardino, no tempo em que prefigurava uma sombra a Mota Amaral, nunca passou disso. Parece bruxedo. Ou então como são muito beato-judaicos talvez esperem que surja um messias (talvez de saias...). Quando Mota Amaral encerrou a telenovela Açores, ficou a substituí-lo um Madruga da Costa, mais funcionário administrativo de que político. O período em que o empurraram para chefiar o governo dos Açores foi propício para começar-se a perceber o que era a social-democracia sem um micaelense a liderá-la. Ele (Madruga-Faial) começou a cavar a sepultura de Álvaro Dâmaso-São Miguel. Habituados a ganhar sempre, os social-democratas estão (perdoem-me os madrilenos) com uma psicose acentuada de perdedores, tal como o Real Madrid: cheio de estrelas e sempre a andar para trás. Nove bolas, fora! As ilhas da maneira como se comportam são verdadeiros sorvedouros de políticos. Melhor dizendo. Temos três reinos. Em cada reino exige-se o sangue de cada ilha. O chefe do Faial tem de ser oriundo desta ilha senão apaga-se, como aconteceu com Humberto de Melo, por exemplo. (Continua)
Manuel Melo Bento
29/04/2006
Sábado

Friday, April 28, 2006

 

O ESTATUTO É A NOSSA CONSTITUIÇÃO (TERIA DITO REIS LEITE.(A confirmar)


CHEGUEI, RI E REFLECTI (O REPRESENTANTE CHEGA À TERCEIRA)
COMO SERÁ EM SÃO MIGUEL? O RISO É CONTAGIOSO: TODA A GENTE A RIR. DE QUÊ?

 

PSD..... Continuação

Pensar-se que após a vitória de Carlos César haveríamos de ver um novo modelo de governação não passou de uma forma ilusória. É preciso dizer-se que César nunca confrontou Mota Amaral directamente. César concorre às legislativas regionais contra um PSD falho de líder que promovesse a unidade da "nação social-democrata açoriana". Este facto e uma volta na apreciação do novo e acamado visual socialista ajudaram-no na conquista da poltrona de Santana. O que tínhamos e o que veio: a social-democracia chefiada por Mota Amaral pôs ao seu serviço todas as classes sociais. Pactuou com a "society" permitindo-lhes lugares cimeiros como por exemplo o caso de Costa Santos. Penso que chegou a Secretário Regional por ter como requisito umas centenas de alqueires de terra (e Mota Amaral a gozar à farta...). Outros que me lembre foram nomeados Directores Regionais pelo peso económico das suas casas comerciais e industriais. Caso da poderosa família Cymbron, etc. À classe média (conserveira dos bons costumes de sacristia) deu Mota Amaral cargos de relativa importância. Como o fez também em relação aos desprotegidos do regime anterior. Todos foram contemplados com cargos públicos. Não se pode falar do período laranja sem referirmos Natalino Viveiros, figura cimeira que influenciava a distribuição de lugares por ter controlado e redimensionado a política micaelense com ódios e amores que ainda hoje lhe são aferidos por correligionários e adversários. Poucos quiseram ser seus inimigos. Só lhe falta ter um canal de TV regional. Uma espécie de SIC... Aguardemos. Nas autarquias foram colocados alguns fundamentalistas e caciques que permitiram um domínio insuperável. Com Martins Goulart à frente do PS houve um certo susto nas hostes social-democratas. Mas não passou disso. A Igreja católica amanhou-se imenso com as patacas do erário público, durante o período laranja. Para além de não pagar impostos de qualquer espécie ainda levou uns bons milhões de contos. Época de fartura! Época de apoios eclesiásticos, nas urnas, está claro. Mota Amaral nomeava este e aquele para este e para aquele lugar. Onde é que eu já vi isso. (Déjà vu)... No tempo da social-democracia criou-se a Universidade Católica Açoriana, perdão o Instituto Universitário dos Açores. Os mestres ou eram padres ou eram filiados no PSD (eu conheço as quatro excepções). Não me podem contrariar apesar de a Universidade dos Açores ter-se queimado (por si...) os professores políticos não arderam, ainda estão por aí. Oitenta por cento são laranjas ou já foram. Não dá jeito, por agora... Ora este modelo de gerir mentalidades (não esquecer as cabeças torneadas pela catequese amantes incontestáveis de um Mota Amaral muito adorado porque quase divino) não é muito difícil de implementar. Pareciam passarinhos com a boca aberta. O povo também se habituou a tudo ter de graça e de esmola. Um certo dia, estando eu em campanha para a ALR uma mulher quis-me afogar. Eu tinha posto na cara um creme claro para ficar seráfico e para ver se enganava o eleitorado parecendo santo. O raio da mulher/eleitora confundiu-me com Mota Amaral. "Malvado, prometeste uma casa de banho, e até hoje!!!" Safei-me, melhor safaram-me das garras de uma futura simpatizante socialista.
(Continua. Para amanhã, casos de Álvaro Monjardino e Costa Neves: até onde podem chegar os políticos da Terceira.)
Manuel Melo Bento
Sexta-feira
28/04/2006

Thursday, April 27, 2006

 

PSD - O PARTIDO DAS AUTÁRQUICAS

É verdade que o Partido Socialista foi sempre um descabeçado nos Açores. Até César o que se viu foram cabeças que iam e vinham. Nas urnas os desaires eram sistemáticos. O PS chegou a um ponto que metia dó. Sem cabeças ou com cabeças vazias de tutano, pela contradição do discurso, nada de optimista se vislumbrava mais para a frente. César, na calada do entendimento, ia construindo uma alternativa sólida. Rigoroso sem ser furioso, diplomata sem ser muito "açoriano" foi mostrando o (inteligente) "sorriso" político à malta. O primeiro sintoma que César aproveitou a seu favor, aconteceu quando Luís Armando Bastos, (um político capaz e com créditos captados e firmados na carreira pública) foi apresentado pelo PSD como candidato a presidente do Município de Ponta Delgada. Bastos perde para Mário Machado, um homem nada vocacionado para a causa pública. Apresentava um discurso truculento e vazio de conteúdo que agradava à malta. Ao contrário de Bastos, que o tinha ideologicamente recheado. Mesmo assim, Mário Machado venceu com coligações que só nos Açores são possíveis e que eu dispenso-me de as referir senão não acabo este artiguelho pois tanto riso me provocaria. Em seguida, a moda do Machado ficou mais conhecida que a doença do mesmo nome (in USA). O PS, sem saída e sem cabeça, aposta em Machado numas eleições para formar governo colocando-o como cabeça de lista por São Miguel. Um desastre! Desta vez o PS ficou desmembrado. Com a imodéstia que me caracteriza (naquela época eu era um cronista semanal bastante regular) pus-me a "reolhar" César. Era o óbvio. Estava a meter-se pelos olhos adentro. Eram os discursos na ALR e AR, eram as intervenções de socorro às figuras (só) de proa que não atraíam sequer um mau olhado de beatas. Enfim, César impõe-se saindo de um aglomerado de desmiolados uns, oportunistas outros. Surge o líder. Quase natural. Um líder feito nas escolas do PS. Um júnior feito homenzino. Daí para a frente é só história. Não diria de manipulação, diria moldagem. Tantos estavam preparadinhos para se meterem nas mãos artístico-politíticas do agora senhor do "destino" dos Açores. Foi um tal aviar... (continua amanhã).
Manuel Melo Bento
Quinta-feira
27/04/2006

Wednesday, April 26, 2006

 

.TELEVISÃO DO PARTIDO ÚNICO - RTP barra AÇORES

A televisão nos Açores foi desde a sua implantação um órgão altamente politizado. Trata-se como é óbvio da subestação do Estado que dá pelo nome de RTP barra Açores. Não temos outra. Melhor, não é permitido pela potência administrante, no caso Portugal, avançarmos para a comunicação televisiva privada. Tratar-se-ia de um crime lesa-pátria. Porquê? Já lá vamos. Primeiro, analisemos o que é esta instituição que tem dado de comer a todo aquele que subscreveu, tal como antigamente os funcionários públicos do Estado Novo, um texto de submissão aos critérios do colonialismo português. Quem não está com o Portugal dito democrático não janta cá hoje. Organizou-se uma espécie de censura a tudo que cheirasse a separatismo, nacionalismo e autodeterminação do povo das ilhas. Qualquer peça que tratasse estes temas tinha de ser filtrada a fim de servir os interesses do Portugal dito democrático. A questão era isolada para ser devidamente ridicularizada quando passasse pela pantalha. Abafou-se boa parte da história do povo das ilhas nestes últimos trinta e dois anos. Os africanos nos últimos anos do regime salazarista-marcelista também podiam gritar (estavam para tal autorizados) Portugal em alta voz. Ganhavam com isso emprego de tostões para matar a fome. Quando saltavam o trilho esperava-os tudo de mau. A história dos Açores há muito que é falsificada. O que nos deu a conhecer a "nossa RTP barra Açores" nestes últimos trinta e dois anos de democracia à portuguesa é um cozido a que falta algumas das melhores peças. A recolha de imagens da contestação dos insurrectos foram enviadas para Lisboa para tratamento político. A maioria não passou pela "nossa televisão" devido à censura. Uma vergonheira a que aderiram açorianos sem dignidade. A nossa RTP barra Açores pespegou-nos uma série de telenovelas cujo tema tinha alicerces na literatura açoriana. Alguma fraquinha. Mas era nossa. José Medeiros (condecorado pela Presidência da República) realizou-as. Bem, não foi bem assim. Da obra de autores como Almeida Pavão, Manuel Ferreira, Vitorino Nemésio, José Medeiros apenas utilizou o título. Para quem duvidar, favor ler os textos e depois comparar com as séries. De outra maneira nunca seriam levados à cena. Almeida Pavão era a favor da aurodeterminação do povo açoriano. Vitorino Nemésio idem aspas aspas. Manuel Ferreira... bem leiam os seus livros que estão por aí e depois digam qualquer coisa. Ia-me esquecendo do João de Melo , o das lágrimas autobiográficas, outro serventuário. Teve medo em passar para a escrita aquilo que andou a recolher e a gravar sobre as aspirações independentistas dos açorianos. Talvez condecorado. Está em Espanha como adido cultural. Claro! E o livro? Será que o trocou por qualquer coisa mais a jeito? Bufaria? Já não sei! José de Medeiros um dos responsáveis pelo (re)nome que tem esta estação e que é de esquerda sabe muito bem os serviços que tem prestado a esta democracia burguesa e colonialista. Está feito com ela. Admira-me nunca ter sido convidado para ir lá para fora realizar o Eça, por exemplo. Não posso respeitar intelectualmente quem teve nas mãos a possibilidade de transmitir o real sem o maquilhar. O nosso real!!! Entre por essa miséria adentro. Faça uma vez na vida de BUÑUEL. Justifique o nome que tem. Quanto à televisão privada nos Açores... nem Portugal nem os seus amansados capangas poderiam travar o rumo dos Açores para a verdadeira liberdade de expressão. Quando o governo de Cavaco permitiu as televisões privadas deu por terminada a hegemonia da RTP. À frente da RTP apareceu de tudo. Mas o que prevaleceu foram os mafiosos. É só vasculhar o que disseram os jornais portugueses da altura quando alguns foram levados à barra do tribunal por crimes que nada tinham a ver com oralidades. Qualquer estação privada nos Açores custaria a quarta parte das despesas de um diário subsidiado. Um canal açoriano é isso: pataca e meia. De que é que está à espera o governo de César? É isto uma medida económica ? Claro! Há açorianos que só servem os interesses de Portugal. É pena que tenham transformado os Açores num dormitório. Será que "pedirmos" (tem de ser tudo pedido) canais privados pode ser considerado um acto separatista? Isto ainda está pior do que eu pensava... Lá vem mais uma troca. Sem canais mas com mais subsídios. Toma lá! Boca cheia não ladra. Ah, que rica mornaça...
Manuel Melo Bento
Quarta-feira
26/04/2006
de

Tuesday, April 25, 2006

 

AO CENTRO-ESQUERDA E AO CENTRO-DIREITA

O Presidente Aníbal Cavaco Silva deu o mote da vida política portuguesa para os próximos anos, ao discursar ao lado do cravo vermelho Jaime Gama, na Assembleia da República, aquando da comemoração do 25 de Abril de 74. Se alguém estava à espera que o professor copiasse os anteriores "presidentes da democracia", enganou-se redondamente. Spínola, Costa Gomes, Eanes, Mário Soares, Sampaio - para que não falte nenhum - foram pontas de lança de grupos e de interesses que pouco tinham com a ideia de Pátria. Abriam a boca mais para desunir do que unir. Os executivos estiveram sempre em pé de guerra com a presidência. Parecia mais um dueto de ódios do que um tango à Mardel (?). Eles foram: Spínola/Vasco Gonçalves; Costa Gomes/Sá Carneiro; Eanes/Mário Soares; Mário Soares/Cavaco Silva; Sampaio/Santana Lopes. Portugal foi isso mesmo: gente que perdeu a noção de pátria para alcandorar-se não se sabe bem em que ramo. As camarilhas sedentas de sangue viraram vampiros diurnos. Um homem que representou o centro direita, e como tal foi eleito, veio propor um concerto de um Bloco Central domesticado, obediente e patriótico. Sim, o que Sócrates está a fazer é para salvar a nação... Nem um ponto e vírgula de obstativo foi dito pelo algarvio. E agora? Agora lá vamos. Vem aí o nacionalismo de unidade trinominal, cujo chefe é Cavaco. O seu primeiro-ministro (Sócrates já foi papado) passará a figura secundária. Tudo o que fizer está nos planos do Presidente. O Presidente é o chefe do trinominal: centro-esquerda, centro e centro-direita. Sócrates é o centro equilibrado e euro-comes-o-que-puderes. A esquerda não vai com ele nem para o Panteão, mas o centro-esquerda vai. A direita está lambendo os beiços de satizfação. Sócrates é uma espécie de feitor de Cavaco. Tudo o que fizer será transformado em créditos do nacional-trinominal, cujo chefe máximo pontifica em Belém. Sócrates, não comparando é o Sidónio. No penteado é tal e qual. Enquanto um - Sidónio - foi despachado numa estação de caminhos-de-ferro, Sócrates despacha um combóio moderno para o futuro de Portugal. São muitas coincidências... As greves! Ah, as malditas greves! O célebre Afonso Costa (um democrata da Primeira República) odiava, enquanto primeiro-ministro, todos os grevistas. As greves vão fazer muitos estragos. Polícias, magistrados e outros defensores da estabilidade têm na forja formas de luta que irão tentar descaracterizar o que Sócrates e Cavaco pretendem: reforçar o Estado recuperando parte do seu poder e dignidade perdidos. Há muita gente saudosa do respeito, do reforço da autoridade e "parentes-afins". A ordem na rua , em casa, na escola, nas repartições, nos cafés, na noite... Ah, a saudade da velha e respeitável polícia... Os bons costumes... Que é lá isso de oferecerem nas escolas o preservativo!... Ninguém ouve o senhor Papa que não quer esssa pouca vergonha? A direita sonha, o clima promete e Cavaco espreita pelo olho do feitor. Só assim... Será a receita, o que estou pensando? O primeiro passo já foi dado. Cavaco teve a grandeza e estatura de Chefe de Estado. Honra lhe seja feita. Eu até nem vou (ia) com a cara dele. É-lhe devido este cumprimento. Tome lá!
Manuel Melo Bento
Terça-feira
25/04/2006

Monday, April 24, 2006

 

O 25 DE ABRIL - A HISTÓRIA DO COSTUME

"OS MILITARES GOVERNAM"
"O movimento é comandado por um militar. Os militares assumem directamente o poder, dissolvem o Parlamento e suspendem as liberdades individuais. Instaura-se, assim, uma ditadura militar. Esta caracteriza-se por um governo militar forte, que concentra os poderes executivo e legislativo anteriormente atribuídos ao Governo e ao Parlamento. Continua, porém, a existir instabilidade política e sobretudo agrava-se a situação financeira." (1). Podia ser mas não é uma descrição do que foi o 25 de Abril. O que eu aqui transcrevo não se passa em Abril mas sim em 28 de Maio. O 25 de Abril é do ano de 1974. O 28 de Maio pertence ao ano de 1926. É claro que a ralé que ganhou com o 25 de Abril mordomias, sabonetes para se lavarem, emprego pago a peso de oiro, reformas escandalosas, que fizeram fortunas verdadeiramente escabrosas, e que ainda por cima escreve não vai dizer o que foi o 25 de Abril na realidade. Dizem alguns que o golpe do 28 de Maio foi um golpe de direita e que depois descambou numa ditadura. O golpe de 25 de Abril não foi de direita nem de esquerda. Foi uma traquinice de meia dúzia de rapazes que estava farta da guerra e de ganhar mal. Mais ou menos o que acontece com as polícias portuguesas. Querem é mais dinheiro. Estão mal pagas para o serviço que prestam. Dizem que prestam serviço, mas o cidadão comum não pensa assim... Um dos que comandava um grupo de soldados (Salgueiro Maia. Chateia-me falar de mortos que não se podem defender. Mas, faço-o pela verdade histórica.) levou-os para onde estava fugido e escondido o então primeiro-ministro um tal Marcelo José das Neves Alves Caetano. O mesmo que queria imitar o Salazar: 48 anos a governar um país de trouxas. Marcelo (era assim que a malta o tratava) tinha consigo uma caneta oferecida pela filha Ana Maria dois ou três borrados GNR em idade de reforma, um ou dois companheiros do executivo caído em desgraça, para se poder defender. "Ou sais de mãos na cabeça ou começo (tipo FBI) a atirar "(Adaptado). Silêncio. Salgueiro manda atirar para as paredes do Convento do Carmo. Pum! Pum! Pum! "E agora?". Marcelo manda abrir os portões. Entra Salgueiro. Faz a continência dos militares. Marcelo agradece. "Que vem fazer aqui? Não podia ter batido à porta com mais força?" " Venho prendê-lo!" "Vá lá chamar o Spínola" "Sim senhor" O povo no largo do Carmo grita hisérico. Ri-se que nem um perdido. Parecia estar a aplaudir Vasco Santana nos palcos do Parque Mayer. Salgueiro, o revolucionário obedece a Marcelo e vai "à cata" de Spínola a quem a malta de revolucionários entrega a gestão do movimento. Na falta de melhor cliché chamar-se-á Movimento dos Capitães. Spínola, tipo nazi esclarecido, pois acompanhara as tropas hitlerianas na campanha da Rússia, vem falar a Marcelo. "Eh pá, não há nada que tu possas fazer. Para não seres esfolado vivo vem comigo de chaimite. Vou safar-te." O revolucionário fica sem perceber nada do que se está a passar. Está inquieto para ir para Santarém. Lá é que se sente seguro. Não percebe nada de política. Quem percebe disso é o Otelo. Na primeira vez que surge na RTP para explicar o que os rapazes fizeram diz Otelo que quer ser actor. Talvez Hamlet? Ele mesmo que tinha chorado aquando da morte de Salazar. Para uma entrevista de fundo não está nada mal. O país descansa, é gente boa. Não percebem é nada de política. Havia o Melo Antunes. Estava nos Açores, terra de exílio de militares que se metiam em revoltas. Caso de Gomes da Costa o tal chefe do 28 de Maio que veio a falecer pobre e sem dinheiro para o caixão. Melo Antunes era o único que lia uma coisas dos esquerdalhos. Uma coisa levinha. Houve um maluco que gritou "fascista para o xadrez" Os fascistas fugiram com medo. Os militares eram muitos e porque não estavam a fazer nada começaram por invadir tudo que era serviço do Estado. Ei-los, até ministros foram. Vitor Alves com apenas o sétimo ano dos liceus e três a marchar garbosamente pimba. Ministro da Educação. Otelo passou a general. Andava de pistola, como Fidel nos tempos de Santa Clara ou Sierra Maestra, sei lá . Foi fazer uma vizita de Estado armado de "cowboy". Que tanta graça tinham no princípio! E aquele que parecia o Dom Afonso II, o hoje coronel Vasco Lourenço. "Oh pá, pá a política pá! A nossa luta pá. As classes pá. O 25 de Abril pá! Pá! Pá! Pá! Se calhar também já escreveu um livro. Pá! Foi preciso que Álvaro Cunhal chegasse à cautela das estepes russas e transformasse aquela garotada em revolucionários. Foi difícil, muito difícil para a maioria. " Olhe que não... se faz assim! Isto é a verdadeira luta de classes ao vivo." Eram muito rudes para as coisas da política. Nunca perceberam. No campo universitário foi giro ver-se "os copcons", militares a mando do tal Otelo, prenderem à volta de quinhentos estudantes e alguns professores numa só noite. Otelo, a quem subiu à cabeça a estrela de Che resolveu mandar prender a torto e a direito os chefes de família com nome na praça. Enlouqueceu de todo ao ponto de mais tarde ter ido parar à cadeia acusado de crimes violentíssimos. Penso que não os cometeu. Era imbecil demais para se transformar em Robin Wood. Os governos da nação eram todos eles formados por militares. Foi uma bronca de todo o tamanho. De um momento para o outro o país abriu falência. Pudera, com aquelas cabeças formadas pelo esquerdo direito em frente marche, o que é que se podia esperar? Na RTP, apareceu a comandá-la um tal Buster Keaton. Melhor, parecido com. Era o major Eanes, que passou a general por mérito militar supostamente aceite. Também um tal Costa Gomes que veio a chefiar os rapazolas chegou a Marechal. Tinha antecedentes pidescos. Fora agraciado pela PIDE com uma medalha de mérito. De repente, passou a ser um perigoso esquerdista. Não se espantem! Estamos a falar de Portugal de Abril. E Álvaro Cunhal a querer educá-los e a nunca perceber que o comunismo dele já era nas catacumbas. O que eles queriam era a luta de mariscos. No João Padeiro era o ideal. Para salvar a situação foi preciso promovê-los, engordá-los e remetê-los para os quartéis onde se tinham desacostumado. Era tão bom! Acabou-se! Dois anos de ditadura militar foi o que tivemos. Imaginam os jovens de hoje que Portugal teve como primeiro-ministro um tipo avariado do cabeçalho por causa da pólvora dos canhões disparados contra os nacionalistas africanos? Chamava-se Vasco Gonçalves. Ele era chefe do governo sem se dar conta, pois o que queria era ouvir os gritos dos operários em greves generalizadas. Metia-se no palco dos grevistas e berrava com eles. Uma espécie de prazer sexual recalcado. Único na história das revoluções. Em geral faz-se isso quando se quer ir para primeiro-ministro, nunca o contrário. Então não era ele o chefe do governo? É um caso para ser estudado à luz do saber do prof. António Damásio... O país ficou farto dos militares que derrubaram o regime salazarista. Tal como aconteceu com Gomes da Costa, o país ficou farto de fardas. O desgraçado veio exilado para os Açores que naquela época era mais uma colónia portuguesa. Agora já não é. Passámos de colónia a ilhas adjacentes. Já tivemos distritos que se transformaram em autonomias... Gomes da Costa também foi feito Marechal. Morreu pobre e sem dinheiro sequer para levantar das casas de penhor as medalhas que ganhou a dar tiros em africanos. Ou ele ou Roçadas, o herói de Cuamato que morreu dias antes de encabeçar o 28 de Maio. Não sei qual deles matou mais indígenas em Moçambique. Já o 25 de Abril por cá não deu em mortes por causa dos americanos. Um tal Altino general português ao mandar prender os nossos indígenas (6 de Junho de 75) estaria naturalmente a pensar em novos Cuamatos. Os americanos foram nossos amigos...! Não sei se o 25 de Maio ou o 28 de Abril servem para alguma coisa. É a história que temos. O melhor é esquecer. É preferível esquecer do que encher a cabeça com mentiradas. O 25 de Abril é uma mentira. Quem o fez não sabia onde se estava a meter. Rapazolas!!!
(1) - A.M. Caetano Nunes (outras) - História G. de Portugal
Manuel Melo Bento
Segunda-feira
24/04/2006

Sunday, April 23, 2006

 

.COISAS DA POLÍTICA E DO IDEÁRIO

A criação de uma vice-presidência no meio de um governo fragmentado é um sinal de fraqueza de César perante o "lobby" terceirense? Será uma manobra para fazer quebrar o ímpeto das ilhas mais "pequenas" que fazem muito barulho? Uma estratégia para prolongar o regime socialista no poder? Uma imposição de Lisboa no quadro de um secretismo tendo em vista prolongar o grito de independência política há muito comprimido? Como quem não quer a coisa, Angra-Terceira tem surgido ultimamente como pertença de uma liga de cidades em oposição à liga capitaniada por Ponta Delgada-São Miguel. A liga de Angra é capitaniada por Lisboa. Por essa razão os Açores estão divididos em dois grandes blocos. Um voltado para si, outro tipo Cavalo de Tróia onde os adversários conseguem sabotar a libertação económica que é a nossa única saída para o desenvolvimento e crescimento. São Miguel não pertence à Liga de Lisboa por ser antagónica a atitudes centralistas. Mesmo quando os governos são da mesma cor partidária o entendimento não funciona. E, se parece funcionar, é só para inglês ver. Para São Miguel imigram de todas as ilhas as cabeças pensantes dos Açores. Menos, como é óbvio, as da Terceira, pois é lá que se instalou a sucursal dos interesses de Portugal. Ponta Delgada é desde há muito culturalmente subdesenvolvida. Criou-se um modelo de subserviência cultural em São Miguel para, como cota, pagarmos o nosso maior pendor económico. Com excepção dos governos de Mota Amaral e de alguns laivos autonomistas do século XIX os "governos" de São Miguel não passam de colaboracionistas dos que nos exploram e não nos deixam crescer ao ritmo desejado. As ilhas, com excepção de São Miguel, foram politicamente estruturadas para viverem como agentes do Estado Português. São quem mais activamente "presta serviços" remunerados à custa do atrofiamento de São Miguel. São Miguel não está vocacionada para interpretar Portugal aqui. Penso que nunca esteve. As outras ilhas vivem dividindo muito bem o que recebem, e porque não têm de justificar seja o que for é-lhes permitido criticar quem paga a factura. As nossas bolsas de miséria física, moral e económica estão por aí para consubstanciar o que aqui fica dito. As outras ilhas (não há outra maneira de o dizer sem cínismo) socialdemocratizaram-se longe do quadro da miséria de São Miguel. A economia de São Miguel está a liberalizar-se à custa de investimento estrangeiro de duvidosa eficácia. Esse poder económico um dia vai pronunciar-se. É só apertarem-lhe os calos que é como quem diz os lucros. Portugal tudo tem feito para que nos Açores se venha a passar o mesmo que aconteceu às outras ex-colónias. Deixa atrás de si o caos, miséria e violência. Para quem gosta de brincar às guerras não é de admirar. O exército português está no Kosovo... será que invento? A política portuguesa sempre teve como finalidade voltar as ilhas contra São Miguel. Infelizmente elas não podem fugir ao seu destino. Venderam-se e o pior é que não têm consciência disso. Servem, para num futuro próximo e com este estilo de dividir votos, tornar São Miguel num bobo com a boca cheia de massa sovada e a rir que nem um basbaque. Está aí a chegar a data em que se comemora aquilo que ficou resolvido designar de dia de liberdade. Nada mais falso! Dias após a traquinice de uns rapazes que estavam fartos da guerra (nisso tinham razão) e de não serem promovidos por darem tiros nos nacionalistas africanos começou a saga dos piratas. Perseguiram-se pessoas, prenderam-se os que foram apanhados a não cantar: "o povo está com o MFA". Muita gente fugiu com medo para o estrangeiro levando os filhos e a roupa que tinha no corpo. Roubaram-lhes as terras e os haveres sem critério. Centenas de portugueses perderam os seus direitos políticos só porque eram funcionários públicos e por serem apoiantes do Estado Novo. Houve uns pulhas que assaltaram o Estado como quem assalta os bancos e ainda por lá andam. Prenderam-se pessoas sem culpa formada e que estavam a dormir de madrugada nas suas camas sem atender aos direitos e garantias dos cidadãos tão propalados pelo espírito democrático. Fugiu-se com dinheiros públicos e até agora foram apanhados os seus autores, etc. Isto foi o 25 de Abril! Depois, sim! Só muito depois começou a surgir o pensamento e a atitude democrática envergonhada. Portugal foi-se modificando. Houve de facto um período que julguei que nos tranformaríamos numa verdadeira democracia. Não, foi uma ilusão! Portugal é o que todos nós vemos e sabemos: uma ditadura do capital. A verdade aí está! Portugal além de sugerir não ter viabilidade como país independente a não ser num quadro de casinos e de subsídios tem às suas costas cerca de quinhentos mil desempregados. Arranjem outra data para comemorar, que esta está ferida de morte. Ferida daquilo que é o espírito de mentira e de fuga à verdade. O 25 de Abril para quem o viveu no terreno não é como o cantam os instalados nos dinheiros públicos. Manuel Melo Bento
23/04/2006
Domingo

 

O REPRESENTANTE CONSTITUCIONAL


PORTUGAL - A foto não é das mais felizes. O primeiro da esquerda, segundo a Constituição Portuguesa, é o Representante do terceiro. O segundo a contar da esquerda (de qualquer maneira é sempre o segundo mesmo a contar da direita) é também o Representante do primeiro. O primeiro é o primeiro. Neste momento está na Bósnia. O Representante do primeiro na sua ausência é Jaime Gama o tal que se viu aflito por falta de quorum.
mmb

Saturday, April 22, 2006

 

O MENINO ARMANDINO, O SENHOR COITO E A MESADA

Existem por aí uns bons rapazes chamados de Armandinos e que dão ares de serem de esquerda. Se lhes colocasse para análise a célebre frase de Proudhon "A propriedade é um roubo!" havíamos de os ver fugir a sete pés. Mais adiante vou tentar construir o perfil dos esquerdas nos Açores, porém fiquemos por algumas, poucas, notas. Armandino herdou do papai terras, casas, dinheiro e crédito. Armandino vive de uma mesada que o senhor Coito, guarda-livros da casa lhe entrega pontualmente. Nunca fez contas na vida. Quando lhe falta o pilim, faz um vale. O senhor Coito não lhe nega nada. Só que Armandino descobriu as revistas do coração e começou a querer imitar as ricas personagens que têm de tudo. Principiou por ter amantes e a oferecer-lhes prendas caríssimas. Certa vez ouviu dizer a um novo amigo da alta roda que o seu guarda-livros que tomava conta de tudo tirava mais proveito que o próprio. Um dia, com um copo a mais e mais uma amante que lhe estava a sair caríssima, Armandino resolveu chamar o senhor Coito e pedir-lhe contas. Queria saber o quanto montava a fortuna herdada. Onde e como se gastava o dinheiro, etc. Claro, como não podia deixar de ser, o senhor Coito ofendeu-se, mas soube reprimir os seus ímpetos assassinos. Aquilo não se fazia! Estava tudo a correr tão bem para todos. Quem lhe teria metido aquelas coisas na cabeça?, etc. Passaram-se dez, quinze, vinte, trinta anos e o senhor Coito ainda não apresentou contas . Armandino continua a beber e a gastar dinheiro com amantes, carros desportivos, casas, etc. Nada lhe falta. Sempre que pede dinheiro (ultimamente são balúrdios) o senhor Coito lho entrega de imediato. O Armandino já tem filhos a mais (daqui e de acolá) e que estão, também eles, a querer mesadas. A coisa vai queimar, lá isso vai. Mas vai levar o seu tempo. Os Armandinos dizem-se de esquerda. E dizem-no afirmando que nunca andaram atrás de Mota Amaral. Que quem andava atrás dele é que era de direira. Eram os reaccionários que tratavam mal o povo. Os Armandinos são de esquerda porque dão ao povo a respectiva mesada. Há dias que os Armandinos vão levar as mesadas à taberna que é onde está lá o seu povo. E nunca se esquecem de fazer lembrar aos "mesadistas" que ir atrás de César é que está a dar. E lá vai mais um copo, porque atrás de mesada, mesada vem. Ser de esquerda, hoje, nada tem a ver com ideologias. Ser de esquerda é ir atrás de um ou de outro. No caso dos Açores é ir-se atrás de César. Não se pergunta nos nossos dias a que partido a pessoa pertence. O que se pergunta é de quem anda você atrás? É o que está a dar! A mesada é uma droga. Uma droga oficial. Até paga IRS. E quem quiser ser de esquerda, o que tem de fazer? Pôr-se na bicha. É óbvio!
Manuel Melo Bento
Sábado
22/04/2006

 

A FRASE DO AR DA SEMANA


A FRASE DO AR DA SEMANA COUBE À TIA MARIA DO NORDESTE: "DURMO POR CIMA DAS MINHAS ECONOMIAS." ... dormias!...

Friday, April 21, 2006

 

FÊMEAS - MULHERES NO FEMININO

Se um homem escreve um livro do género autobiográfico e nele relata em pormenor as aventuras amorosas que teve com o sexo oposto sujeita-se a ouvir dos seus pares o pior dos adjectivos. Porco, nojento, filho de envelope, pilantra, etc. Se uma mulher faz o mesmo a coisa muda os grados de observação. Olha a grande vaca, olha a Madame Blanche da Misericórdia, que coiro, etc. Ao primeiro, estamos a vê-lo a pôr-se em cima delas. À segunda, estamos imaginando o modo como abrem as pernas. O primeiro, o macho, tem mais facilidade em praticar a bigamia. Pode servir-se de duas casas. É só saltar de cama para cama. Pode engravidar duas mulheres ao mesmo tempo. A mulher também pode ser bígama, mas se engravidar só pode parir numa das casas... Será muito mais facilmente apanhada. Refiro-me no campo da moral. É que ninguém vai preso por praticar a bigamia a não ser que a confirme numa conservatória. A comunidade humana é muito gira. Podemos fornicar uns com os outros que ninguém hoje em dia vai para a prisão por o fazer. Podemos escrever e declarar em tudo que é OCS. Só não podemos oficializar a questão. As leis da moderna sociedade colocam a mulher numa situação de maior protecção. "Senhor guarda, venho queixar-me ter sido violada." "Reconheceu o violador?" "Foi o meu marido!" "Você é parva ou quê?" "É que eu não queria fazer amor!" "Vá-se embora que eu tenho mais que fazer." Isto passar-se-ia há tempos. Hoje, toda a mulher pode queixar-se de ser violada pelo marido. Deve ser difícil a um macho ibérico estar com a legítima numa mesma cama, onde ambos estão meio despidos, e não poder saltar-lhe para as partes em questão. A lei, nestes casos, é de difícil interpretação. Deve haver atenuantes. "Senhor doutor juíz, não há pau que aguente! Era de noite. Eu não via nada. Julgava que estava a sonhar." "Experimente, nos dias em que ela se nega a cumprir com as leis de Deus para o sexo, meter dentro de um envelope algumas notas de vinte euros. Ofereça-os. Vá ver que conseguirá bons resultados..." As mulheres que escrevem biografias sexuais são muito elitistas. Nunca se deixam saltar para a espinha por um pobretanas qualquer. A Doutora Maria Filomena Mónica escreveu no seu itinerário sexual, a que denominou BI, que só abriu as pernas a engenheiros, doutores, investigadores universitários, etc., e a figuras conhecidas como o célebre Vasco Pulido Valente, também ele da classe alta e doutor. Se fosse homem decerto escreveria uma saltada à doce criadita do segundo esquerdo. Até ficava bem. As mulheres pretensamente chiques são assim. As pelintras não sabem escrever. O eleitorado português é constituído na sua maior parte pelo mulherio. A Engª. Pintasilgo ao concorrer à Presidencia da República não obteve das mulheres nenhuma votação que desse a entender que tinha a sua cota do mercado eleitoral nas mãos. Trabalhar com mulheres não é o mesmo que dormir com elas. O mundo da mulher está muito minado. Por exemplo, este texto que é para ridicularizá-las vai ser lido como reaccionário porque distingue e não atende a particularidades que não desigualdades. As mulheres, neste momento, em Portugal conseguiram uma cota na política. Penso que se trata de um acto de reaccionarismo oficial do Estado. Libertar a humanidade é libertar a mulher também. Um Estado de classes tão acentuadas não pode pensar que estipulando ideias modernas através de leis paternalistas poderá corrigir injustiças de pé para a mão. A democracia burguesa é aquela que serve para tornar os ricos mais ricos, e fá-lo (brada aos ceús) com o voto dos pobres. O povo estúpido não percebe... A mulher estúpida não percebe... Que outro tipo de linguagem a não ser esta demasiado reaccionária para fazer ver que temos que acabar com a diferença entre seres iguais. Será possível dar a volta a isto? Nem os pobres nem as mulheres são culpados. A culpa pertence à inteligência dos sacanas. E contra isso, meus caros, nada podemos fazer. A não ser tornarmo-nos também inteligentes. Não é difícil. O que é preciso é praticar! Ora se os machos e as mulheres imbecis e colaboracionistas com o machismo inteligente fossem mais a paridade que os pariu trabalhar para as hortas, talvez não tivéssemos que importar tantos tubérculos...
Manuel Melo Bento
Quinta-feira
21/04/2006

Thursday, April 20, 2006

 

.A QUADRATURA DO CÍRCULO PARIU TRÊS RECTOS E UM DÂMASO SALSEDE

Comentário sobre comentadores... Não fosse a importância do que disseram pessoas coladas ou já descoladas dos dinheiros do Estado e a coisa ficava por aí. Não se pode deixar passar em claro que "uma espécie de reserva moral e política" do Portugal de hoje, como seja o senhor Pacheco Pereira venha defender o golpe dos deputados na Assembleia da República. Isto é, os deputados da Nação assinavam o livro de presença e depois ponham-se na alheta. Para além de receberem pelo que não trabalhavam, também prestavam falsas declarações. Trata-se de um crime em forma continuada, pois já não é a primeira vez que "alguns" deles o fazem descaradamente. Ainda me lembro de ver a foto do ex-candidato a Presidente da República Francisco Louçâ a tentar apanhar um táxi numa sexta-feira de manhâ... Depois disso,tudo pode acontecer. Trata-se de um outro que também queria moralizar o Estado... Porém, não é isso que está em questão. Nós sabemos o que aconteceu com as viagens dos deputados, das mulheres e das amantes. Foram milhares de contos de falcatruas. Só um é que foi preso... Mas também não é isso que está em causa. O que está em causa é o modelo de pessoas que acabam por não ser modelo nenhum. Por exemplo, lembro-me de (nas vésperas de Jorge Sampaio viajar para o estrangeiro acompanhado de uma copiosa escolta que lesava o Estado em milhões de escudos na passeata) aparecer na comunicação social um peditório nacional para tentar salvar a vida a uma criança portuguesa que necessitava de ser operada em Londres. Não havia dinheiro para estas coisas, logo toca a pedir de mão estendida. O que é que se passa na cabeça de um chefe se Estado quando deixa atrás de si miséria e vai refastelar-se nos trópicos? Não se passa nada. Hoje, sujestionado por um anúncio num jornal, apercebi-me que podia encomendar uma refeição através do telefone. "Tá lá?" "Sim" "Eu queria" "Hoje a pessoa que faz a distribuição não veio"... Eu fiquei com a impressão que tinha que pedir desculpa por ter incomodado. Afinal, quem é que vai dar o exemplo, neste enclave espanhol? O eng. Sócrates que ainda é primeiro-ministro proíbiu os jornalistas de fazerem perguntas sobre os deputados faltosos. Ele estava numa festa do PS, não podia ser incomodado. Pacheco Pereira não mediu o que disse. Defender falcatruas justificando com o tipo de prestação de serviço? Ficou a ideia de também ter feito o mesmo. Quem é que vai moralizar o país? Pacheco Pereira teria de condenar o crime, pois de um crime se trata. E de retractar-se pelo facto de ter feito o mesmo se foi o caso. Quem antes fumava, hoje, depois da lavagem cerebral que os europeus nos estão fazendo sabe que comete um crime contra a saúde pública ao puxar de um cigarro em recintos fechados. Tem de assumir! E crime é crime. Lobo Xavier que eu julgava ser um homem íntegro como comentador acabou por defender mais ou menos directamente as falcatruas dos deputados. Como é possível? Seria para ficar bem na fotografia, lavando situações menos correctas passadas com ele? Como castigo, deviam os deputados devolver o dinheiro recebido, pois assim se cumpria a lei. Também, em relação aos comentadores, deviam estes devolver o dinheiro que receberam por estarem a fazer defesa de ilegalidades. Quanto ao comentarista socialista Coelho. Bem, um tipo que veio da província com uma mão atrás da outra cantando ódio aos capitalistas e aos proprietários, que se meteu na política tendo sido deputado mais tempo do que higienicamente é necessário e hoje é um dos ricos empresários portugueses não merece uma linha sobre ele. Ainda o estou a ver na última campanha a berrar contra os ricos... O que é que poderia defender este exemplar socialista? A minha avó Angelina dizia-me sempre que me via cumprimentar certo tipo de gentinha: não esquecer lavar sempre as mãos, meu querido neto. O jornalista que faz de moderador tem cara de boa pessoa. A princípio comparei-o com o Dâmaso Sals(c)ede. Agora percebo. Deixou-os falar e eles morreram pela boca. Eixo do Mal e Língua Afiada formam também quartetos de bota palavra. Em relação ao primeiro vou indicar-lhes um livro de João Pedro George, cujo título é: "Não é Fácil Dizer Bem", onde a pags. 134 começa a sua maior epopeia crítica. Isto é, reproduz simlesmente o que aquleles crânios disseram quando convidaram a pública figura M. Filomena Mónica para um dos seus programas. A edição é da "Tinta da China", lª.Edição. Já há muito que eu não gritava tanto. Quanto à Língua Afiada devo dizer que o último programa me satisfez. Não a cem por cento, claro! O assunto que levantaram acerca das verbas gastas no desporto da região é um assunto muito perigoso. Em vez de "acusarem" devem apresentar os custos de manutenção de centenas de situações. Transportes aéreos, treinadores, atletas, rendas de instalações, moradias, compras e vendas de jogadores, passes, cartões, água e luz, cartões de crédito. Estrangeiros. Pagamentos a clínicas externas à Região. Todas as modalidades. O quanto recebem os seus dirigentes. Viaturas distribuídas, combustíveis. Descriminação das ajudas de custo (que grande petisco). Contratos com patrocinadores assinados e por assinar. Incumprimentos das partes. Indemnizações. Tribunais, custas judiciais, advogados. Bem, isto é só por hoje. Devoluções de dinheiros a mais recebidos... Enfim, a mais rica Direcção Regional que por cá temos tem de prestar contas. O Nuno Barata que pôs a boca no trombone e já foi deputado sabe como é que se pode entrar por aí adentro. Se tudo estiver nos conformes para quê tribunais...
Manuel Melo Bento
Quinta-feira
20/04/2006
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A INTENÇÃO ERA MÁ...


CADEIRA DE PAU PRETO COMPRADA EM 1967 POR UM GRUPO DE PRESTANTES CIDADÃOS PARA OFERECER AO PROF. SALAZAR. MOMENTOS ANTES DE SER ENVIADA AO ENTÂO PRIMEIRO-MINISTRO, SOUBE-SE QUE O VELHO DITADOR TINHA CAÍDO DAQUELA QUE ESTAVA AO SEU SERVIÇO. FOI ENTRETANTO COLOCADA NUM ARMAZÉM TENDO POR FIM CAÍDO NO ESQUECIMENTO. HOJE, ESTE ACHADO HISTÓRICO FOI REDESCOBERTO E OS SEUS ANTIGOS PROPRIETÁRIOS CIENTES DA SUA UTILIDADE POLÍTICA RESOLVERAM POR OPÇÃO MAIORITÁRIA ENVIÁ-LA PARA O PALÁCIO DE SANTANA, POR URGENTE CONVENIÊNCIA DE SERVIÇO. NOTA FINAL: O MARCENEIRO QUE A CONSTRUIU E A IDEALIZOU ERA ANARCO-SINDICALISTA...

Wednesday, April 19, 2006

 

VOU ESTAR ATENTO...


HISTÓRIAS DOS AÇORES IN RTP/AÇORES
POR CARLOS MELO BENTO
TODAS AS TERÇAS - FEIRAS À NOITE. REPETE NO DIA SEGUINTE.
É BOM FICARMOS A CONHECER-NOS ... UNS AOS OUTROS!

 

ACERCA DO ESTADO

Apesar de ter ouvido mil vezes falar no Estado Novo quer quando estava na escola quer quando iniciei os meus estudos liceais, não fazia a mínima ideia do que se tratava. O Salazar estava ligado àquele cliché. Isso eu não tinha dúvida. Ficara-me no ouvido esse binómio como se de uma tábua de salvação se tratasse. Mais tarde fui obrigado a estudar a história de França (os países pobres de cabeça têm os seus heróis lá fora) e deparei com um depravado de nome Luís XIV que dizia que o Estado era ele. Não contente com isso julgava ele que era o Sol. Se Luís XIV era o Estado francês era muito bem apanhado. Às vezes, quando sua majestade se interessava por alguma dama da sua corte e a excitação se recomponha, nos passeios dos jardins de Versailhes, nada impedia a real pessoa de se enrolar com a ditosa em cima da relva. A comitiva que acompanhava o Estado esperava os minutos necessários para ver finalizada e com êxito a tarefa real (também não tinha muito mais que fazer) para depois retomar a passeata, talvez ouvindo ler Racine... Não comparando, era como se no nosso quintal as galinhas e os frangos deixassem por momentos de debicar a terra enquanto o galo-líder se entretinha a equilibrar-se em cima da sua preferida de momento. Foi durante muito tempo a ideia que fiz de um Estado... Mais tarde, quando me disseram que Salazar se tinha sacrificado pela pátria é que comecei a encontrar dificuldades em entender o conceito. Salazar não teria tido relações sexuais por causa do Estado. O Luís XIV, sendo o Estado não se fartava de praticar sexo quer ao ar livre quer nas alcofas de uns e outros e naturalmente nunca na sua por causa do respeito. Na sua só com a rainha. Se lá a encontrasse, claro. Segundo os historiadores, no princípio da nossa nacionalidade não havia Estado. Rezam as crónicas que o que substituía essa figura de texto político eram uns cavaleiros. Estes assaltavam sempre com impostos os camponeses e os mercadores para poderem custear as despesas das guerras que mantinham contra outros cavaleiros.. No caso dos camponeses roubavam-lhes os porcos, as galinhas, as vaquinhas, o trigo e não contentes com isso violavam-lhes as filhas tenrinhas e sequestravam-lhes os filhos para os utilizarem na guerra. Os mercadores quando eram apanhados também não fugiam, pois isso podia representar o pescoço cortado. Todavia, houve um episódio que me fez crescer um pouco acerca da ideia de Estado. Molière que viveu no mesmo século que o rei Luis XIV, como dramaturgo escreveu peças satíricas contra os poderosos. Arranjou mais inimigos que o Otelo da Revolta da Pontinha, hoje um empresário de sucesso. Atacado por todos teve no rei o apoio essencial para continuar vivo. Foi aí que aprendi o valor da liberdade de imprensa. Estávamos no século XVII... O que é o Estado hoje? Para além da tanga académica de se dizer que ele é a nação politicamente organizada (há quem acredite) eu confesso que tenho do Estado uma ideia muito diferente. A minha avó dizia: onde há dinheiro há ladrão (estou a repetir-me, peço desculpa por esta minha rebelice). Eu penso que onde há dinheiro há Estado. Neste surgem uns tantos que dele se apoderam e começam a elaborar leis a seu favor e a favor das suas famílias. Quando precisam de mais dinheiro para os seus gastos montam nos seus cavalos e vão assaltar os camponeses (nos tempos modernos denominam-se eleitores) e os mercadores (que também votam). Quem pedisse contas aos gastos dos cavaleiros correria risco de vir a ser enforcado. Hoje, quem quiser saber do que é feito dos nossos porcos, das nossas vaquinhas, etc., corre o risco de ser perseguido pelos filhos dos tais camponeses agora feitos escudeiros. As "reformas americanas" do eng. Sócrates contra o povo em geral só poderão ser levadas a efeito com uma comunicação social amordaçada. De outro modo como engordar o Estado burguês que nos enlaça? Será necessário uma revolução a sério para mudarmos o rumo que esta malta está a dar ao país: engordar o Estado emagrecendo o povo . Que não seja feita por putos como aconteceu com o 25 de Abril de 1974. É necessário gente discreta! (Eu sei que é proibido incentivar o povo à revolta. A minha revolta é feita com hortências. Sou parvo ou quê?) É difícil encontrar gente com sentido de Estado. Mas vamos fazer um pequeno esforço. Em 1789 o povo francês saiu à rua. Matou que se fartou. Hoje, duzentos e tal anos depois, ei-lo na rua a lutar contra a polícia. Ainda não matou ninguém..., o governo já deu o dito pelo não dito. Há trinta anos o povo português saiu também à rua. Como não sabia o que fazer, perante a imbecilidade geral, pôs-se a bailar e a cantar. Como prémio deram-lhe um papelinho que dizia: podes votar idiota... (Idiota da minha parte).
VIVA O ESTADO! PERDÃO, VIVA O ESTADO DE SAÚDE DE MINHA SOGRA QUE ACABA DE FAZER NOVENTA ANOS E DIZ QUE É E FOI SEMPRE DE ESQUERDA!
Manuel Melo Bento
19/04/2006
Quarta-feira

Tuesday, April 18, 2006

 

.O NOSSO DEPUTADO ULTRAMARINO

Se há alguém que tenha um perfil que já não se ajusta a ser deputado num semi-círculo que tem como chefe de todas as bancadas o sr. Jaime Gama, esse alguém é Fagundes Duarte. Professor, doutorado, interventor nas alterações da Lei de Bases do Sistema Educativo. Escritor, pensador. Um homem da literatura e da Cultura. Foi na qualidade de Director Regional da Cultura que ouvi falar dele. Não tenho boas recordações da sua passagem pela Direcção Regional. E não tenho porque como açoriano não senti os efeitos da sua acção. Também passaram pela Cultura Manuel Alegre, Vasco Pulido Valente sem deixarem rasto. Sendo homens da literatura e do conhecimento é sempre de estranhar. Que o nosso deputado se deixe mandar por medíocres e que com eles ande de conluio político, nada tenho a ver com isso. São coisas da política! Termos pessoas importantes ocupando lugares supostamente importantes faz parte de uma sociedade elitista e de classes, da qual o senhor deputado faz parte como colaborador credenciado. Com todo o seu peso intelectual o senhor não vai deixar saudades. É pena! Têm partido da Terceira os deputados que mais garantias oferecem na área da cultura. Espera-se grandes coisas deles, mas nada acontece de recomendável. Encaixam-se no sistema dos parlamentares e passam de actores a figurantes ficando a rir de contentes. O pior de tudo é que o fazem sem terem necessidades económicas, pois, os deputados da Terceira têm profissão própria logo não dependem da política para comer. Reconhecendo-lhes outra ginástica mental e uma outra assunção perante a vida, admira-me de como é possível deixarem os Açores serem arrastados para um grande impasse no futuro sem actuarem. Parece-me que deixaram de ser açorianos... Como é que o Professor que foi responsável pela Cultura nos Açores tem a coragem de confessar perante aqueles que o elegeram de que o que se passa com graus académicos nada tem a ver com o sentido de Universidade propriamente dita, porque os graus académicos dos Açores foram cozinhados entre os lençóis de interesses de paróquia? Não me diga o Professor Fagundes Duarte que quando era Director Regional da Cultura não viu isso? Por que é que não denunciou isso nessa altura? Teve receio de ofender o Padre Enes, dito primeiro Reitor do mesmo cartel? Sabia que a mulher dele, por exemplo, se doutorou com notas altíssimas sem ter tempo para estudar mais do que meia hora por dia? Que ultrapassou dezenas de jovens de boa cabeça como se fosse uma Einstein ou uma vidente previdente? Que houve doutoramentos piores do que esse?... Se o Sistema Educativo está assim ( que o senhor como deputado denuncia muito tarde e a despropósito), acha que irá melhorar entregando a esses mesmos sabotadores o modelo de Bolonha? Eles vão é rir-se de quem quer mexer no velho sistema. Eles ocupam o sistema como o senhor ocupa as instituições de vigilância e fiscalização. Ocupam de papo para o ar. Isso era o menos. O pior é que são pagos para tal.
Manuel Melo Bento
Quarta-feira
18/04/2006

Monday, April 17, 2006

 

VASCO DA GAMA - MELHOR DO QUE RUMSFELD

Os grandes mitos portugueses que constituíam a História de Portugal foram postos de lado, como se fizessem parte de uma ofensa e provocação aos ventos modernos que o marxismo-leninismo-maoísmo trouxera com o chamado "25 de Abril". Desapareceram do nosso palco as carrancas dos políticos tradicionais, e ao mesmo tempo, as faces bonacheironas dos chefes religiosos , que com eles estavam coligados , deram lugar ao modelo sisudo à democrata de leste do Cardeal António Ribeiro, já falecido. Os portugueses viram aparecer por tudo quanto era parede e palco: o cheirosa, o padrinho e o chinoca. Os três pilares do novo raciocínio lusitano vieram com charanga e partiram como chegaram. Porém, semearam uma série de linhas de comportamento que foram adoptadas em todas as actividades do Estado. No Ensino, por exemplo, cheguei a ver em compêndios a descrição da viagem de Vasco da Gama à India como se tratasse de uma viagem de um pirata inglês. Dizia o compêndio que Vasco da Gama ao interceptar um pequeno barco muçulmano entre Melinde e Calecute mandou afundá-lo. Nele seguiam seiscentas mulheres com os respectivos filhos. O motivo era óbvio: esconder o facto de os portugueses terem chegado à fabulosa Índia. A Índia era maioritariamente muçulmana... Vou dar um salto à frente e vou transcrever um texto de Olviveira Marques antigo opositor ao regime salazarento. Diz ele na "sua" História de Portugal" da Palas Editora: "Os Portugueses tinham chegado à Índia com o principal objectivo de conseguir especiarias e outra mercadoria lucrativa. Apresentavam-se também como cruzados em luta permanente com o Islam. Depressa se deram conta de que, para obter o controle das fontes da especiaria e do comércio no oceano Índico, precisavam de destruir a rede antiquíssima dos mercadores e das feitorias muçulmanas. Para mais, vinham achar o islamismo como uma das principais religiões de toda a costa asiática. Nestes termos, especiaria e guerra teriam de estar sempre juntas, e quaisquer finalidades pacíficas que a princípio tivessem, cedo haveriam de se converter em política de agressão estratégica, destruição radical e conquista final." Nos nossos dias, pouco mudou no que diz respeito às estratégias e às finalidades. A História é feita por homens. Moralizar é mentir! Este mesmo prof. Oliveira Marques, no auge do histerismo europeísta, declarou na estação televisiva do Estado, há não muito tempo, que isso de nacionalismo português pertencia ao passado. O futuro era a Europa como nação. Para um professor catedrático de História não está mal não senhor. O que pretendo com este texto? Nada de especial! Foram-se os Vascos, os Corteses ( só numa tarde matou dois mil íncas ) e vieram outros muito mais sedentos de sangue, perdão especiarias: Rumsfeld, Bush, o Tony da Rainha, etc. Mas que sorte têm os islamitas em terem sempre tudo que o mundo civilizado deseja! Por que será que o senhor Dom Papa XVI não condena os que querem transformar o planeta Terra em mais um cometa sem cauda? Também gosta da pimenta?
Manuel Melo Bento
Segunda-feira
17/04/2006
PARA AMANHÃ: A IDEIA QUE FAÇO DO PROF. DR. LUIZ FAGUNDES DUARTE (NOSSO DEPUTADO ULTRAMARINO)

Sunday, April 16, 2006

 

REMEMBER

Para mal dos meus pecados - linguagem apropriada à nova estação religiosa - num dos poucos restaurantes onde costumo comer bem em Ponta Delgada tive o azar de ter ficado próximo do ar condicionado e de ter apanhado um vírus aéreo que me pôs a cabeça em calda. Parece-me que tenho o cérebro solto dentro da caixa craniana. Já não é a primeira vez que isto acontece sem vírus. Daí que aquilo que tinha preparado para escrever hoje desaparecesse. Ficaram páginas soltas. Vou tentar reuni-las e dar-lhes um sentido. Começo com o título. Uma das coisas que costumo fazer quando estou em casa é ligar a Antena 2 e a estação da SIC/Notícias e lá de vez em quando a RTP/A. Depois, deixando o rádio nos décibeis de agrado vou fugindo de canal para canal, até que julgue ver algum que me agrade. Um dia, percorri as dezenas de canais que assino, fiz contas e percentagens e cheguei à conclusão que de europeu eu só tinha nada. A minha cabeça estava a ser feita do exterior para me tornar ideologicamente americano. Dos canais portugueses, das telenovelas aos dos enredos, das peças científicas, dos noticiários políticos estrangeiros, etc., todo isso era produto americano, ou uma cópia tresmalhada. A maioria de qualidade duvidosa, propagandística e imbecilóide como convém a quem não se deve permitir pensar. Depois, ainda se dão ao luxo, as diversas estações, de combinar entre si as repetições que passam a ser estreias... E ainda por cima muitos caíram na esparrela de seguir o conselho do "imbecil maestro Vitorino de Almeida. Um maestro que nunca teve orquestra" (Luiz Pacheco dixit) e que nos convida enganosamente para assinarmos dezenas de bostas visuais todas elas doentiamente americanas. É claro que nem tudo é mau. Lá de vez em quando um Rui Dores, o do bom sotaque, aparece, num programa que cheira a bafio, a dizer que o açoriano é um universalista ou universal porque conheceu uma série de pessoas ilustres. O que é certo que são estes espaços regionais que me dão esperança no futuro, apesar de como aponta a calendarização da vida eu já nem deva estar por cá para ver. Tudo isto dentro dos conformes como manda a lei do pataco. Reinventem a História de Portugal como faz o Prof. José Hermano Saraiva. Ao menos a gente ri-se! Para além disso salvaguarda o estilo nacional se é que ainda existe. Eu sou filho de um Império que criou os seus deuses e a sua história sem medo de mentir e de cair no ridículo. Uma espécie de Império Romano cheio de deuses e de semideuses. Dizíam-nos que Camões tinha nadado com uma só mão enquanto na outra segurava os seus "Os Lúsíadas". E isto não acontecera em nenhuma banheira. Acontecera no mar alto. Camões escreveu depois de Dante "Alma minha gentil que ..." Copiou descaradamente o famoso soneto de Dante. Era o hábito da época..., tal como hoje!Foi muito aplaudido e de pé pelo facto. A Igreja formada por gente inteligente e sábia votada na maior parte do tempo para o mal, para a política e para chatear a molécula aos coitadinhos) descobriu novos pecados a acrescentar à lista dos mais antigos. Eu acho que Bento XVI tem razão. Deve ter pensado para consigo assim: "esta gentinha acredita em tudo o que a gente que tem pacto com o divino lhes faz crer. Por que razão não lhe havemos de tornar a vida mais apetitosa, proibindo o que eles descobriram que lhes dá prazer. Fizemos o mesmo com o sexo. E olhai no que deu. A Terra já está com falta de espaço para práticas sexuais. Que gozo que vai dar ver velhos e novos a clicar em tudo que é computador." Este Bento XVI ainda não aqueceu a cadeira de Pedro e já arregimentou mais tolinhos que o safado Alexandre VI, o chamado Papa Bórgia, o tal que fez da Santa Sé o Palácio da Inveja e de Todos os Pecados. Gostava de ser recebido pelo Papa para lhe fazer a seguinte pergunta: "Senhor Nosso Bento XVI que dinheirama gastou nas festividades fúnebres de Jesus? Esse dinheiro não poderia ser aplicado em fazer algo aos pobres?" "Meu filho, para os pobres ganharem direito ao Reino Dos Céus têm de ser pobres. E essa pergunta todos os nossos inimigos a fazem, há séculos." "Perdão chefe espiritual, por que razão se Cristo afinal não morreu, para quê todos os anos a mesma cena? Para quê chorar a morte dele se sabemos (o senhor mesmo o confirma) está vivo, glorioso, cheio de alegria e pronto para outra? Que ia gozar com os Romanos e com os judeus ressuscitando. Não devíamos pular de contentes como as Bacantes?" Isto não são perguntas que se façam. Mas chateia estar a chorar um morto que não está morto. Chorar para quê? Nem Molière nem Gil Vicente fariam melhor.
Manuel Melo Bento
Domingo
16/04/2006
PARA AMANHÂ: A VIAGEM DE VASCO DA GAMA (Uma leitura moderna.)

Saturday, April 15, 2006

 

NELLY FURTADO CENSURADA EM PORTUGAL

Nelly Furtado ainda não recebeu nenhuma condecoração portuguesa, nem mesmo aquando da ocupação do Palácio de Belém pelo Sr. Sampaio, o tal da febre medalhista. Açorianos que se distinguiram na literatura, na música, na política, no desporto, no espectáculo (sempre dentro do quadro da moral portuguesa) já levaram para casa o símbolo dos serviços prestados. Uns são comendadores, outros oficiais das diversas ordens honoríficas e outros graus que agora a memória não recolhe. Isto vem a propósito (e para comparar mais adiante) de já estar no ar mais uma campanha para unir os portugueses. Foram buscar novamente o futebol para elevar o sentido patriótico. Pouco mais existirá. Ligamos os nossos esgotos TV e lá de vez em quando uma série de humanóides grita Portugal e goooloo. O pior é que além de nos chatearem ainda são pagos para tal. A Nelly aquando do campeonato da Europa em 2004, a convite dos responsáveis da bola, pôs-se a cantar qualquer coisa como:" é uma força..." e mais não digo porque já me esqueci. Além de ter sido um sucesso, ela trazia consigo um nome com peso internacional. É no computo geral o único ser português mais conhecido do mundo na área da música. Quanto aos outros? Bem, a dimensão é muito insignificante, embora os haja com qualidade. A questão ficava por aqui se não despertasse curiosidade. É que este tipo de atitude (que explico mais adiante) é inqualificável e tem foros de censura política. Vamos aos factos. Depois de os seus sucessos musicais e não conhecendo quem ela era, jornalistas inexperientes foram entrevistá-la sobre assuntos que só diziam respeito à secreta portuguesa. "Como te achas sendo portuguesa e mulher de sucesso? O que é que representa Portugal para ti?" A Nelly tinha emigrado para o Canadá aos seis anos... Respondeu com verdade e assunção, bastante diferente da nossa maneira de ser oportunista: disse ela que só conhecia os Açores e o Canadá. Que Portugal como deviam compreender dizia-lhe muito pouco ou nada. Disse a verdade. Devia ter dito muito mais! Resultado desta entrevista. Nelly Furtado desapareceu dos esgotos TV de Portugal. E quando foram obrigados a filmá-la e a referir-lhe o nome, porque actuou em Portugal em conjunto com outras celebridades do mundo da canção, deram-lhe a dimensão de um centímetro. Porque tinha uns binóculos ao pé de mim acabei por não ser prejudicado na visão, o que não acontecerá certamente à maioria dos açorianos...
Manuel Melo Bento
Sábado
15/04/2006

Friday, April 14, 2006

 

VEM AÍ MAIS UMA GUERRAZITA!!!

Se a Europa é uma parte do mundo civilizado onde "nasceram" os Direitos do Homem, por que razão foi dar uma mãozinha aos americanos na destruição do histórico Iraque? Por que razão é tabu em Portugal a discussão a nível político do que lá estamos a fazer? A Guarda Nacional Republicana está no iraque a fazer o quê? Está a fazer fogo contra os americanos ou contra os iraquianos? Ou está escondida para fazer passar o tempo e ganhar ajudas de custo? Nós fizemos uma aliança de guerra. Os americanos preparam-se para bombardear o Irão a pedido de Israel. Qual é a posição do executivo português perante tal cenário que se desenha em Londres e Washington? Vai deixar tudo para o fim como já vem sendo hábito? Perguntar sobre o possível envolvimento do país na guerra do Irão à Assembleia da República fica um pouco fora de mão... Do Presidente Anibal Silva ainda nada se ouviu. Parece que nem está para aí voltado. A guerra não tem nada a ver com esta gente? Eu tenho a noção histórica de que havia em Portugal pessoas que se pronunciavam pela liberdade e pela decência. Agora, não se ouve nada da boca daqueles que foram eleitos para representarem os interesses nacionais. Quando morre algum militar (e já morreu) dizem os nossos governantes, que se fazem representar nos ofícios fúnebres, que morreu em nome da pátria. Pelo menos comigo estão a gozar. E consigo? Nos Açores, nós temos pontos fracos que poderão ser um alvo fácil a quem quiser experimentar todo o tipo de acção de terror. Não refiro os lugares aqui neste espaço porque isso seria ainda proceder pior do que aqueles que andam na política porque em nenhum outro lugar teriam emprego. Se não temos forças de segurança que ponham cobro aos desmandos dos selvagens que à noite assustam pessoas e destroem tudo o que encontram pela frente, como é que nos vamos desenrascar num clima de guerra?
Manuel Melo Bento
Sexta-feira

Thursday, April 13, 2006

 

NO DESERTO - (continuação)

O bispo mal saíu de dentro da rocha abraçou-me. Depois, sacudiu as areias sagradas do deserto que lhe cobriam os ombros e perguntou se eu tinha visto algum camelo? "Por acaso não vi, mas estive de conversa com Moisés." Apontei para o local onde deixara o velho das tábuas e qual não foi o meu espanto: o bispo coloca a mitra na cabeça, pede-me o cajado emprestado e avança no sentido oposto de onde eu tinha apontado. "Este cajado é muito alto e o senhor vai parecer muito diminuído." "Estou habituado à humildade. Eu te abençoo, ó diocesano!" " Para onde vai o senhor nesta escuridão? Não é perigoso?" "Eu sou pequenino, mas não tenho medo de nada." "Vai ser melhor eu acompanhá-lo. O deserto não é lugar seguro. Não se esqueça que foi por aqui que o Diabo tentou Jesus oferecendo-lhe a paisagem toda em troca da sua obediência." Caminhei lado a lado com o bispo até que lhe perguntei o que é que ele pensava da omnisciência de Deus. "Deus sabe tudo!" "E Cristo que é filho Dele e é Ele também?" "Claro que também sabe tudo!"´"É que eu estou confuso." "Diz lá!" "Se ele diz numa determinada altura que se deve matar todos os que trabalhem ao sábado e depois passados uns séculos vem dizer o contrário, não acha Vossa Reverência que Ele deu o dito pelo não dito? Que se enganou? Que não tinha preparado a lição? Que não sabia o que dizia? Que afinal não era omnisciente?" O bispo tossio e desculpou-se com a entrada de areias na epiglote. Depois atirou."Se tens mais perguntas a fazer aproveita. Faz um molho com elas para que mais facilmente te possa esclarecer esses fumos da ignorância que habitam nessa tua cabeça." "Obrigado bom Pastor! Será que se pode dizer que a Sagrada Família serve de exemplo orientador dos crentes que se casam?" "Explica-te melhor! Pois isso é cá um desaforo de todo o tamanho." " A dúvida é assim: o senhor santo José é casado com a Mãe de Cristo. Ela teve um filho que não é dele José mas sim de Outro. O filho não é filho do pai, mas sim de outro Pai. Cristo chama pai a José até certa altura da sua vida. José não toca na mulher que se mantém virgem até ter ido para o Céu em corpo e alma. Se as nossas famílias copiassem esse exemplo sagrado não podia haver relações sexuais entre pai e mãe. Com esta ausência física só nos restava que Jeová viesse à Terra fazer o que fez a Maria: engravidar todas as mães. Isto é, engravidá-las sem que os maridos soubessem. Se os humanos não podem aspirar a tal perfeição por ser impossível, por que razão o acasalamento é um sacramento? Será que Jeová queria antecipar-se no tempo, pois nas familias modernas os filhos não vivem com os pais mas sim com os padrastos, e as mães com os enteados... Será isso meu bom bispo? Só mais uma quetão por hoje: a quem devo pedir perdão dos meus pecados? A Deus Pai que diz uma coisa agora e outra mais logo ou ao Deus Filho que é também o Pai excepto nas horas de aflição quando lhe pediu para não morrer? E por Ele não foi ouvido?" "Olha meu filho, estás a ver aquela poeira lá ao longe?" "Sim, sagrado!" "É a Camioneta do Varela! , tenho de a tomar para ir pregar. Havemos de continuar este nosso interessante diálogo! Fica com Deus". O bispo subiu para a camioneta da carreira, que largou um pó imenso... foi o que ficou no ar. Depois assentou.
Manuel Melo Bento
Quinta-feira
13/04/2006

Wednesday, April 12, 2006

 

.MOISÉS E O SONHO

Corro sempre o risco de na Páscoa só ter pesadelos quando sonho. A Páscoa para além de me meter muito medo quando era criança trazia consigo as notas liceais, que condiziam quase sempre com o escuro lamuriento do interior das igrejas. Era o pior dos períodos. Muitas vezes, ao longo da vida, sofri com as reacções das pessoas às minhas perguntas. Tenho esse hábito e lá de vez em quando nem mesmo em sonhos o evito. Tenho sonhado com muitas figuras públicas. Vejam só este exemplo: Manuela Ferreira Leite, Eva Brown (amiga de Hitler), Margarida Rebelo Pinto (não sei se posso citá-la pois ela é marca registada) etc. Isto no que diz respeito a mulheres. Claro que para além destas também me surgem mais ou menos esfumadas outras... Só que nada têm com o miolo deste texto. Quanto a homens, a coisa é muito pior. Antes de ter sonhado com Moisés , apareceu-me o Prof. Anibal C. Silva. Não gostei da maneira como me portei com ele. É que comecei a dar graxa ao Presidente. Coisa que não é meu hábito, nem mesmo em sonhos. Depois do Presidente sonhei com o criador do Judaísmo. Eis o pesadelo: caminho penosamente e cheio de vontade de beber água por um imenso deserto (depois vim a saber que se tratava do deserto do Sinai). O Sol estava a pôr-se, como convém ao cenário, e ao longe um grande vulto envolto numa luz intensa (era a luz do Sol). Fui-me aproximando. Julguei visionar Jung. E perguntei "Sind Sie der Artz von Suiça?". " Não é assim que se fala alemão! (Vocifrou) Falo todas as línguas. Expressa-te em português. Eu sou Moisés!" Comecei a tremer no sonho. Estou lixado! Eu já escrevi coisas contra ele. É agora que levo com o cajado aquífero, se ele me reconhece. Mais a mais ele nem é cristão... "Trazes água contigo, ó europeu?" " Não, só trago o sangue de Cristo, nesta garrafa (retirei-a de um saco plástico que trazia comigo). O senhor quer?" "Dá-me. Aqui, ninguém me vê beber." Moisés pôs o gargalo à boca e bebeu todo o vinho. Depois voltando-se para mim meio a rir meio a gozar: "Tu não deves beber! Faz-te mal." "Vê-se logo que o senhor não é cristão!" "O que é que isso quer dizer?" "Não se importa que seja eu a fazer as perguntas, pois toda a gente sabe que o senhor sabe tudo porque fala com o Deus Jeová, quase todos os dias?" Moisés, depois de beber o meu rico vinho, ficou mais europeu e condescendeu. Antes de começar o meu interrogatário e aproveitando uma distracção do velho escondi o cajado não fosse a coisa tomar ares de fundamentalismo. Comecei : " O senhor lembra-se de Jeová lhe ter dito o seguinte: "Se comprares um escravo Hebreo, elle te servirá seis annos, e ao setimo sahirá. Mas se o senhor lhe der mulher, e ella lhe tiver parido filhos e filhas; a mulher e os filhos serão do seu senhor, elle porém sahirá com o seu vestido...")" "Sim, isso está em Êxodo cap. XXI 2-4 . E depois?" "Tenho mais umas questões a colocar. Posso?" "Vá lá!" "Era só para confirmar se o Senhor Jeová lhe disse o seguinte: Vós trabalhareis seis dias; o dia sétimo será para vós santo, como Sabbado que he, e descanso do Senhor: o que nelle trabalhar, será morto..." "Disse pois! Não leste Êxodo, cap. XXXV-2 ?" "Já me tinha esquecido. Será possível o senhor Moisés dizer-me se é verdade que uma vez os filhos de Israel lhe levaram perante si um pobre diabo que tinha sido apanhado a recolher lenha no dia de sábado para cozinhar os alimentos para os filhos e que o senhor depois de se aconselhar com Jeová o mandou matar cumprindo as ordens Dele?" "Isto está bem expresso em Números, cap. XV - 32, 33, 34, 35 e 36. Deus mandou matá-lo. Eis a palavra do Senhor: Então disse o Senhor a Moisés: este homem morra de morte, todo o Povo o apedreje fóra do arraial." "O senhor tem essas coisas todas na cabeça?" "Tenho, eu é que mandei escrever." " O senhor sabia que depois de si apareceu um homem que se dizia por um lado Filho de Jeová e pelo outro também era o Jeová nele mesmo e que condenou a atitude do Pai? Que um dia ele e os que o acompanhavam foram apanhados a esmagar trigo por judeus pois estavam cheios de fome, e que ele de nome Jesus disse que não se devia matar ninguém e outras coisas assim parecidas a quem trabalhasse ao sábado..." Moisés estava quase a adormecer mas ainda balbuciou as seguintes palavras: "Quem é que pode acreditar numa coisa dessas?" Depois de Moisés ter caído no sono profundo roubei-lhe o cajado e fui andando deserto fora. A sede a apertar e eu comecei a ter visões. De repente apareceu-me a minha catequista dizendo-me para fazer com o bordão o que Moisés tinha feito no tempo dele e que ela contara à malta. Assim fiz. Bati com ele numa rocha fazendo uma grande ranhura para ver se saía água e qual não foi o meu espanto quando dei por mim a ver sair do buraco o bispo dos Açores. Olha mais um para fazer umas perguntas...
(Continua amanhã)
Manuel Melo Bento
Quarta-feira
12/04/2006

 

MOISÉS E O SONHO

Corro sempre o risco de na Páscoa só ter pesadelos quando sonho. A Páscoa ...

Tuesday, April 11, 2006

 

ERA MAÇÃ? NÃO, ERA O CIO!


FOTO DA MINHA TURMA DA QUARTA CLASSE 1950/51. SIM, PARECE DA CASA PIA, MAS NÃO É!
A minha professora era solteira e como toda a fêmea catalogada pelo Estado Novo era dada ao cio. Na Primavera, a coisa tomava foros termoeléctricos. Eu explico. As manhãs, como era uso nas escolas do tempo, caracterizavam-se pela ladaínha mnésico-repetitiva das matérias mais chatas. À tarde a ladaínha era outra. Depois do almoço, lá vinha a treta das rezas, antes do começo da aula. Chupávamos com o terço com todas as bolinhas da parte correspondente ao rosário. Depois do almoço era aquela seca. Por detrás da professora, um Cristo alheio àquela lengalenga dormitava com a cabeça inclinada, como a dizer para consigo: daqui a pouco é que vão ser elas! Ao lado desse Cristo policopiado por todas as salas de aula (omnipresente era ele na altura) estavam a substituir os dois companheiros da cruz, (o bom e o mau ladrão) Sua Excelência o Presidente da República e o Presidente do Conselho de Ministros. Este com ar de estadista o outro parecia o Padre Cruz a sorrir, mas com muito melhor aparência pois estava fardado de Marechal. O Estado Novo tinha humor! A malta de esquerda é que nunca o percebeu. Bem, acabado o terço, a coisa aquecia. E como que a implorar a remissão dos pecados lá vinham os verbos. Ao pedir que um aluno em especial "soletrasse" o pretérito perfeito do indicativo do verbo crer indicava que a temperatura da professora estava ao rubro. Se a malta acertava nos tempos dos verbos, a tarde inteira era a pedir que disséssemos todos as formas do indicativo e do conjuntivo dos mais difíceis. O sacrifício só terminva quando todos apanhassem palmatoadas. A sala de aula estava dividida por clero, nobreza e povo. O povo era aquele que fazia os recados. Que ia buscar a cesta do almoço à professora, etc... Se eram atinados nos recados passavam de classe, se não eram ficavam para trás. Quanto às outras duas classes, espero que as minhas bloguevisitas imaginem... Justiça seja feita, pois naqueles dias todas as classes sociais comiam pela medida grossa. Um dia, um "sabujo" e "graxa" que levava pouco porque sabia os verbos quase todos e pertencia à classe dos calçados trouxe uma régua mais pesada para oferecer à professora em substituição da que ela usava que era mais leve e obedecia ao "articulado da lei" das sevícias escolares abençoadas pelos pais a quem hoje chamamos Encarregados de Educação... A coisa estava a ficar feia. Mas, para nossa alegria, o primeiro a levar com ela foi precisamente o graxa. Oh, que bom! Depois habituámo-nos à nova dimensão do Sistema Educativo vigente. A democracia retirou das salas de aula os retratos dos chefes políticos pela simples razão de terem descoberto o que eu aqui desmascarei... Depois retiraram o Cristo porque naturalmente seria muito difícil explicar às crianças o que fazia ele ali sozinho e sem os acostumados companheiros. Estou a referir-me aos companheiros mitológicos e não àquilo que vai na mente dos perversos... Este texto e esta foto servem para lembrar duas coisas: os que já morreram e os irão também partir. Esta semana morreu mais um colega. Uma chatice! Coloquei por cima dos falecidos um sinal da cruz. De uma coisa tenho eu a certeza. É que não serei eu a desenhá-la por cima da minha cabeça quando morrer. Ou melhor, dou o dito pelo não dito, como não gosto de incomodar ninguém fá-lo-ei... assim como a modos de dar graxa à morte.
E, foi assim de dedução em dedução que descobri que o que fez a Eva no Paraíso do Senhor Jeová não foi ter dado a maçã a provar ao excitado Adão, como às vezes dizia a minha professora, mas sim o cio dela (Eva) que era uma espécie de perfume orientador...
Manuel Melo Bento
Terça-feira

Monday, April 10, 2006

 

.DAR A CONHECER O FILÓSOFO QUE DEVO SER

Assisti às últimas intervenções de algumas das entidades de serviço à democracia portuguesa, ocorridas no programa da jornalista Fátima Campos Ferreira, na televisão do Estado, dita RTP-l. Estava a Profª. Fátima Bonifácio (não a conheci com este apelido, deve tê-lo adquirido através do casamento) a proferir uma sentença de morte a todos aqueles que sendo homossexuais gostariam não só de casar como perfilhar crianças. Em seguida, um senhor vestido de preto (calculo que seja cardeal pois estava enfeitado com ouros nos dedos e creio que no pescoço também) ,muito sorridente, apoiou o dito da Fátima do MRPP. Era assim tratada quando a conheci na faculdade. Falei com ela uma ou duas vezes. Até lhe pedi um "autógrafo" aquando de um célebre discurso proferido por ela na Sala Magna da Reitoria... Um discurso de liberdade e outras tretas... Considero a F/MRPP um cérebro de excepção. Não estou a gozar. Quando for caso disso eu aviso os meus (muita prosápia minha!) "bloguevisitas". Acabou o programa das ideias contemporâneas do país e eu mudei de canal. Viagei até ao Eduardo Moniz, açoriano, a quem aprecio, às vezes, o que fez da Televisão da Igreja. Estava a Drª. Marta a explicar a posição do missionário. Tudo bem. Saltei de um cardeal para um posto hierárquico muito mais abaixo. Só depois é que percebi que se tratava de uma das muitas posições da feitura do sexo tradicional. Eu que sou um moralista penitente estive vai não vai para mudar para o canal de notícias. Mas, como estava sozinho em casa deixei ficar. Com a minha idade, já avançada em anos, consegui aprender mais qualquer coisa. Não me serve para nada. Pudera! Vou intercalar aqui uma informação para consubstanciar o que atrás disse. Tendo ido à Repartição de Finanças para actualizar a residência de contribuinte vi-me atrás de uma fila tipo ingleses na II Guerra à espera de poderem comprar um osso de cozer, quando uma senhora com os seus balzaquianos pergaminhos se levantou para (isto não lembra ao Diabo!) me ceder o seu lugar. Fiquei uns segundos especado sem saber o que fazer. Acabei por aceitar o lugar sem não antes ter corado... É que dias antes tinham-me chamado idoso, pois é a designação técnica para as pessoas da minha idade . Nunca mais vou às brasileiras... Eu, neste blogue, não escrevo palavrões por causa das crianças que por distracção poderão entrar no meu local de expressão escrita. Para isso, terão as/os bloguevisitas de imaginar o que me vai no penasmento. Eu ia escrever sobre o sistema filosófico que inventei, mas que querem? Tenho de comentar primeiro estes "cristãonistas" porque senão daqui a pouco tempo estamos todos a rezar pelos nossos chefes políticos, pelo nosso (tabaco-dependente) Cardeal Patriarca, e a sermos denunciados à Judiciária por não nos confessarmos duas vezes por ano nem irmos à missinha dos domingos e dias santificados. Numa televisão do Estado fechar-se um programa induzindo a populaça ignara e educada no fundamentalismo machisto-cristão a ostracizar seres humanos que são tão perfeitos como os mais finos espécimes que nos servem de modelo é não ter a percepção de que o mundo mudou. Que há países que são muito mais civilizados do que o nosso e que já nem põem isso em questão. Ninguém tem o direito de pôr em causa os princípios de igualdade entre as pessoas. Aqueles dois não cohecem nada da vida, ou então são uns grandes mentirosos. Morrem milhares de crianças espancadas pela família tradicional. Há pais que tratam os filhos com menos amor do que aqueles animais a quem chamamos bestas. Espancam os miúdos por dá cá aquela palha. Os nossos médicos sabem disso muito bem. Que esses crimes "domésticos" estão estudados pelos sociólogos, mas as nossas "autoridades" fazem de conta que não é nada com elas. Isso faz perder votos. Qual é a percentagem de crimes atribuídos àqueles que a sociedade recrimina sem terem cometido nenhum falta? O que é que escolheria uma criança que é espancada diariamente por familiares, posta perante o facto de ir viver com gente que lhe dará amor e calor humano? Nem vale a pena responder. Ainda há pouco tempo se queimavam na fogueira os epilépticos. Estamos a caminhar a largos passos para uma sociedade despida de humanismo. Não sabem aquelas duas criaturas de Deus que há familias inteiras a viverem em quartos. Que nesses quartos há de tudo o que diz respeito ao sexo entre familiares. E nem à Drª.Marta da TVI que é especialista do sexo em Portugal passa pela cabeça, o que por lá se sabe. Bem já disse o que me veio à cabeça... Vamos ao meu sistema filosófico antes que pegue no sono em cima do teclado. A questão é simples: existem seres humanos no planeta! (podem rir que eu também estou) Quando eu vim para a Terra puseram-me à escolha duas opções. Primeiro explicaram-me que havia só dois lugares para estar. Um era dentro o outro era fora. Disseram-me que se estivesse dentro tinha garantida comida e dormida e outras benesses. E se escolhece ficar fora só tinha direito a um passe. E não me disseram mais nada. Escolhi ficar com o passe, por espírito de contradição. Então, mais tarde é que fiquei a saber do que se tratava. Nem mais nem menos um jardim zoológico. Com o passe passei a visitar as jaulas onde se encontravam os que tinham escolhido cama, mesa e roupa lavada e outras benesses (as tais que os/as bloguevisitas estão pensando). Não esquecer que estou do lado de fora... Lá de vez em quando compro amendoins e atiro-os para dentro das jaulas. Naõ queiram saber o que tenho ouvido dos meus semelhantes. às vezes, até me atiram dejectos. Só que eu, esperando que tal aconteceria, mandei colocar à frente das jaulas vidro sintético. Não me digam que esta alegoria não supera a da Caverna?, que por acaso até é de Platão... "Vanitas Vanitatum et Omnia Vanitas" Conclusão, que é para não ficarem aturdidos. Lá de vez em quando eu, em vez de lhes atirar pevides, mostro-lhes o passe...
Manuel Melo Bento
Segunda-feira

Sunday, April 09, 2006

 

AQUI NOS AÇORES PORTUGAL É AÇORIANO!


AQUI NOS AÇORES PORTUGAL É AÇORIANO!
As linhas gerais sobre a INDEPENDÊNCIA dos AÇORES, na minha perspectiva pessoal, estão mais ou menos delineadas no artigo que escrevi abaixo deste. Para que, antes que qualquer pateta me venha chamar fascista, devo informar que sou um socialista na prática e em teoria. Para além do mais posso prová-lo. Sou materialista-burguês-dialéctico como ideologia de espírito. Sou pela igualdade de oportunidades para todos sem excepção. "Odeio" oportunismos políticos de quarquer espécie. E tenho como primeiros inimigos políticos todos os que se aproveitam dos dinheiros do Estado. Não sou a favor de esmolas a pobres para lhes cativar o voto. O povo para mim não é estúpido. Mas às vezes é-o! E é nestas alturas que se deve ensiná-lo, nem que seja obrigando-o a levar consigo "sabão e toalha". Não pactuo com socialistas que trazem consigo duas propostas de vida, a saber: o ódio aos que não pensam como eles e apetências capitalistas muito bem escondidas. Não sou pela "Luta de Classes" porque isso é tanga de quem se quer apropriar de coisas alheias. Isso são coisas do Karl Max quando se pôs na criada a quem não pagava honorários e ainda por cima engravidou. Não comparando, era como a minha catequista quando me queria fazer acreditar que o profeta Elias tinha ido para o céu, vivo e com saúde e ainda por cima puxado por cavalos atrelados a uma grande carroça. Não acredito na Igreja Católica nem nas suas patranhas esotéricas. Porém, gosto de todos aqueles que a ela pertencem e que servem o outro, a fim de lhe minorar as intempéries da vida. Para além disso, que vão embalar beatas. Que Cristo para mim era um homem que tinha estudado o Budismo, adaptando-o às circunstâncias da ocupação Romana e não só. Que os milagres que ele fez (que os judeus renegam) têm tanto valor como os da Velha da Ladeira. Que Fátima foi um truque muito rendoso tanto no plano económico, como no plano das mentes deste povo que não pensa, não vota em consciência, e continua ignorante, crente e invejoso, como alguns políticos que elege para o representar... --- ... Sou amigo do peito e íntimo do Dr. José de Almeida mas nunca pertenceria a um governo açoriano chefiado por ele. Que era capaz de fazer parte de um Partido Comunista Açoriano. Claro que seria dele expulso um mês depois... Óbvio! Eu costumo pensar pela minha cabeça. Tem custos, mas é cá um prazer! Que às mulheres e só a elas deve ser dado a opção de fazer do seu corpo o que quiserem. Que vão chatear outro. Que vão para a tropa como os homens. Que façam o que muito bem quiserem! Mas não se esqueçam de mim! Que não é crime defender a Independência de qualquer povo, muito menos a nossa. Que ninguém tem que ficar danado por haver os que defendem que devemos continuar a ser portugueses a cem por cento. Cada um com a sua. A democracia é isso mesmo!!! Que o diálogo é algo que deve permanecer entre nós para sairmos deste empate que é estarem os "eleitores" divididos entre duas bandas de música. Uma toca no Coliseu enquanto a outra no Teatro. Uma espécie mal comparada de Esparta e Atenas... Que as Forças Armadas que assentaram arraiais nos Açores devem obedecer aos políticos que nos representam. Que as Forças Policiais e Paramilitares dos Açores devem obedecer ao executivo açoriano sem qualquer outra alternativa. Bem vou acabar esta lengalenga na esperança que o médico José das Queimadas não largue fogo à minha bandeira, porque me viria obrigado a comprar outra.
UM BOM DOMINGO!
Manuel Melo Bento

Saturday, April 08, 2006

 

INDEPENDÊNCIAS DA MENTE NO TERRENO DAS OPÇÕES

Quando anunciei este blogue através de três jornais de Ponta Delgada era para facilitar a vida aos Serviços Secretos Portugueses. Eu explico. Como devem saber, a comunicação social açoriana está controlada e autocontrola-se por si mesma, tal é a dependência do pataco. Daí que muito raramente se possa saber como vai a nossa verdadeira mentalidade em relação às coisas da política e também um pouco da religião. Para já, não vou falar desta última actividade rendosa (nem o bispo nem a Igreja de Roma ficarão imunes ao que tenho para dizer - eu sei! , eu sei que isso tem pouca importãncia - sobre uma série de patranhas que difundem por aí. Fica para mais tarde!) Não confundo pessoas no singular, porque como cidadãos todos temos os direitos dos demais. De trabalharem onde os queiram e aceitem e onde lhes der mais jeito. De serem atacados, de se defenderem eles próprios e de serem defendidos por idiotas, etc. Como dizia , não os confundo com organizações que para mim são suspeitas. Os serviços de espionagem têm de apresentar relatórios sobre a segurança do Estado, é também uma forma de lhes facilitar a vida. Para já eu não me considero tolo. Para além disso reconheço que os Açores têm de se "libertar" de Portugal, da sua "democracia" e da sua esmola ou se for caso disso da sua chulice. De esmolas e chulice, tenho eu experiência . Meu pai até aos meus trinta e seis anos, pagava-me a renda do apartamento em Lisboa e mandava-me uma mensalidade até acabar o curso. Portanto, restrita eu sei o que ela é embora se estenda a outras áreas que não domino. Pudera, também não é tudo mau! Ora, como estava dizendo, e para facilitar os acima citados serviços, apesar de a independência dos Açores ser um dos meus objectivos, eu não perco a minha qualidade de português, nem quero. A cultura que possuo, a minha identidade perante o Mundo adquirida pelo nossso posicionamento através dos tempos, a idiossincrasia adquirida nos genes e transmitida pelo sangue e pela miscigenação sem complexos (onde a atracção sexual por todos os povos é um dos nossos mais qualificados timbres de saber estar no Mundo) faz de mim o que sou: um português especial, melhor dizendo um açoriano. Eu não vou em cantigas de dizer que "a minha língua é a minha pátria ou vice-versa". Só um asno diz tal barbaridade! Isto para dizer que eu não trocava nem troco Portugal por nenhum outro país. Acontece que a política é a arte (tem muitos significados, este é meu) de enganar o noivo exigente que não casa com mulher já desflorada. Uma espécie de Jeová que só gostava delas virgens e acabadinhas de fazer . Só que o noivo sabe muito bem que ela de virgem não tem nada. E que foi o genecologista que lhe lhe recompôs o hímen. Bem, a política é capaz de tudo... E os políticos também... E os noivos..., claro! Mas se eu quero continuar a ser português, por que razão defendo a indepenbência dos Açores? Aqui é que entra o conceito de chulice. Mais logo vou continuar para chegarmos à conclusão de quem chula quem. Se Portugal é um pai para os Açores, ou se andamos a dar o corpo ao manifesto para outros se banquetearem à nossa custa. É isso, vamos inventar... Até já!
CONTINUAÇÃO:
Comecemos por perguntar o que faz o Representante da Soberania de Portugal nos Açores? Será que representa os Interesses da Região Autónoma da Madeira? Será que representa os Interesses da Região Autónoma dos Açores? Será que representa os Interesses de Portugal dito Continental "por via de não ofender"? Se me responderem que representa os interesses do todo eu começo a rir. E rio porque na Madeira também está lá um outro representante do todo. Para já não falar no discurso de apresentação do Prof. Anibal Silva que disse que se considerava o Presidente de todo o Portugal... Acabado o discurso, nomeou de imediato os seus representantes para o tal todo Portugal... , isto é, para as regiões arquipelágicas. E por que é que representa o Representante os interesses de Portugal (enclave de Espanha) para fora de Portugal a quem chamam Portugal também? Certamente porque existem aqueles que nas ilhas não vêem com bons olhos serem mandados por gente de fora que nos olha como se fôssemos porta-moedas. A esses costumam chamar de separatistas, reaccionários, fascistas que é para que o povo dos Açores os tema. Porém, esta designação não colhe muitos adeptos. Pelo menos para mim! Pois com eles é muito difícil reconstruir uma nacionalidade escamoteada durante séculos, porque para eles a pátria é o dinheiro, nos seus bolsos. A ideia de colocar um agente de interesses comerciais nas Regiões Autónomas nada tem de patriótico. A malta jovem não sabe qual é o Hino Nacional Português... Quando vem aos Açores o Presidente da República ninguém lhe liga pevide. Se a noiva do neto da Dona Elisabeth II (Reino Unido) chegasse às ilhas, até os párocos tiravam a sotaina de serviço para lhe prestar os sorrisos mais adequados de boas vindas. Ninguém liga a Portugal! Se estou a mentir que me o demonstrem! Quem presta vassalagem, pela frente, são os que Portugal alimenta. Ainda existem alguns saudosistas, mas coitados, morrem todos anos alguns deles... Resta-nos o Futebol. Aí, sim! Toda a gente grita Portugal naquela hora e meia, por vezes dilatada para as duas horas... Quanto ao Representante, isso nem é bom falar. Ninguém o conhece, a não ser aqueles a quem ele dá a comer algum. Nem se ganha nada com isso. São salamaleques falsos e interesseiros os que chegam até ele. O último Ministro da República (que nome de esquisito) criou um conceito gírissimo: o da cidadania! Trinta anos depois da instauração da democracia é obra! Serviu para que alguns se apresentassem no palco de todos os protagonismos, como é habito entre nós. Enquanto não se tem o nome numa rua é o que melhor se pode arranjar... Para que precisa Portugal de um seu representante por aqui? Vou tentar exemplificar com alegorias, para ver se compreendem... Vamos supor que somos uma vaca. Quem a alimenta? Um país! Que direitos tem a vaca? Comer ração, erva dos pastos e quando adoece tem à cabeceira, perdão no fardo um veterinário. E o que cabe ao país? Tudo! Desde o leite até aos cascos. Tudo esse país vende e troca. Às vezes a vaca berra como os bodes da selva. O país manda-a para a escola e paga-lhe aulas de dança. Depois, quando a vaca não serve para mais nada, mandam-na para o matadoiro... Dando saltos... Quem é que paga aos professores, aos médicos, às enfermeiras, às diversas polícias, às obras públicas, aos fiscais?, quem suporta os custos dos serviços prisionais, de saúde, dos transportes públicos deficitários, da aplicação do sistema educativo, etc. ? Quem destribui dinheiro pelas autarquias, pelo governo, quem oferece o Rendimento Mínimo Garantido aos mais desfavorecidos, quem paga as reformas a milhares de açorianos? Quem arca com os défices das várias instituições que todos os anos se apresentam de mãos estendidas? Quem paga às Forças Armadas sitiadas e que nos defendem dos inimigos externos? Esta está mal metida! Então, não é Portugal! Quem duvida? Alguma vez, perguntaram os vários governos regionais a Portugal quanto gasta por cada um destes ícons? (Linguagem de computadores. Para o que me havia de dar). Por que razão não o fazem? É simples! Porque a pergunta é separatista, e ninguém quer perder o tacho. O Deve e o Haver têm de ser apresentados para não nos sentirmos como os chulos... Quem me diz onde estão os milhões de contos que os nossos emigrantes enviaram para cá? Quanto é que pagamos de impostos que vão desde o papel das casas de banho até aos exorbitantes custos dos bens de primeira necessidade? Que dinheiro paga a Portugal a União Europeia para se banquetear nos nossos mares? Que dinheiro os Estados Unidos dão a Portugal pela utilização de todo o arquipélago, tanto para fins comerciais como para fins bélicos? Por que razão nenhum açoriano tem voz nas negociatas dos governos centrais? Onde estão as contas das actividades económicas que dizem respeito ao abastecimento e consumo? Para onde vai o dinheiro da circulação de mercado transitário? Quem beneficia com o turismo? Onde estão as contas? Onde ficam os dinheiros das empresas de provimento, de construção e equipamentos? O sector primário presta contas a quem? Onde estão as contas do sector industrial? Se a nossa agricultura não consegue suprir as nossas necessidades de onde sai o dinheiro para importar as novidades? Esse dinheiro tem de vir de algum lado... Se Portugal perde dinheiro, então só temos de agradecer. Mas se for ao contrário, não teremos de o saber? Claro! É para isso que elegemos esses "nossos representantes"... Este texto está bisbilhoteiramente comprido. Mas, creio que dará um bom relatório para questões que deverão ser abafadas..., quanto antes!
Manuel Melo Bento
Sábado
8/4/2006

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