Monday, January 25, 2010

 

PASSOS PEDRAS POLÍTICAS



Afinal estão todos (a maioria) de acordo com a aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano. Lindo! Manuela Ferreira Leite perdeu a oportunidade de ao votar contra Sócrates se transformar numa dama de peso. De se transformar numa líder da oposição a sério. Mas aconselhada pelos seus tenentes milicianos não ousou travar o rumo que Portugal irá trilhar proximamente. Os tenentes temem perder o tacho porque pensaram que o PSD se poderia liofilizar. Despede-se de uma liderança sem honra. Pergunta-se, então por que razão aceitou brincar aos chefes? Os portugueses não sabem assumir-se. Nunca dizem não nem sim se isso pode colocar o comer em causa. Nunca são peixe nem carne. Os corruptos convivem com os não corruptos. Os ateus com os fundamentalistas, os monárquicos com os republicanos e por aí adiante. Quem tivesse lido a entrevista de Pedro Passos Coelho (Expresso) ficaria com a impressão de que o que ele disse era do outro mundo. Que não aceita casamentos de homens com homens. Que não aprovava o orçamento. Que os velhinhos já eram e que era de todo necessário abrir as portas aos novos. Correr com os velhos e assumir a direita. Se um ministério recebe de mais outro terá de receber de menos. Direita é direita. Assumiu-se mesmo sem experiência governativa como putativo primeiro-ministro. Deu o tom do que vai ser a sua liderança. Neste momento é o único que se perfila a chefiar uma direita direita. Sem mais! Trata-se de um discurso claro para quem tenha dúvidas dentro do PSD. Velhos, rua! Intriguistas, rua! Está-me a cheirar a sá-carneirismo. Só lhe falta o nariz adunco. Plástica para cima! Creio que estão - tomadas as respectivas diferenças - colocadas no terreno as coordenadas do verdadeiro espírito da direita. E lá vai Paulo Portas repensar qual o seu papel na direita portuguesa. Será que irá voltar ao espírito socialista do qual foi mentor (dirigia o rumo socialista - Passos dixit) de tanto que quer fazer bem aos descamisados? Para já Pedro Passos Coelho é a direita, a direita que não pactua e não é mestiça. No sentido de mistura, hem!Nada de interpretações racistas!
mmb

Sunday, January 24, 2010

 

O BLOCO REDUZIU O FANTASMA DE ALEGRE A UM VULTO RIMADOR




Manuel Alegre caiu num erro tremendo ao anunciar-se candidato à Presidência da República. A colagem do Bloco de Esquerda delimitou-o. O BE pela voz do seu guru tomou conta dele e certamente não o quererá dividir. O BE quer ser uma lanterna que ilumina e vai à frente. Manuel entalou o PS porque este não quererá ir a reboque de um partido com pouca importância no que diz respeito à reconstrução do país. O PS de Sócrates é um rebocador e não um rebocado. O BE é uma consciência elevada na feitura da crítica política. Os bloquistas fazem a diferença pela capacidade libertária com que se posicionam nos projectos económico-sociais. São, de certo modo, livres embora ultimamente se tenham transformado num contraponto. O PS não disse nada acerca da tomada de posição de Alegre. Melhor dizendo,disse que ia pensar. Começa a divisão entre ambos e esta tem carácter permanente. Alegre não pediu a benção a Sócrates e vai daí ficou prisioneiro do BE. Cavaco esfrega as mãos de contente: a esquerda (esta esquerda...) está de novo dividida. Lá vamos ter de novo Cavaco em Belém. O Cavaco que conta com a tacanhez do eleitor português mormente o eleitor açoriano que depois de maltratado pelo algarvio desfaz-se todo em sorrisos e votos. Carlos César, o presidente açoriano(excepção), parece inclinado para o lado de Alegre. Pudera, é dos poucos ilhéus que sabe o quanto a sacanice (política) de Cavaco nos quer lixar.Aguardemos a tomada de posição de Sócrates. Porém, convém alertar Alegre para o que lhe vai acontecer. Isto é, Alegre vai dizer aquilo que Sócrates escrever - uma espécie de ditado - para poder sonhar vir a ser Chefe de Estado. De outro modo vai fazer papel de Otelo. Muito amado mas muito pouco votado. O costume!
mmb

Saturday, January 23, 2010

 





O DIVINO É FIXE

O Patriarca de Portugal e cardeal afirmou esta semana num ofício religioso destinado a Deus e aos homens que o casamento é para procriar. Olha! Olha! O que é isto? Parece que os americanos invadiram o Haiti. Não! Não! Não é preciso dizer que estou a olhar para o meu televisor e a ver aquela grande calamidade. Milhares e milhares de mortos. Um grande tremor de terra e zás lá se foi mais um país ao léu. Que chatice! Voltemos aos deuses e aos homens. Qual teria sido o deus que ordenou tal catástrofe? O deus da Bíblia que sempre que pode se torna num voyeur envia raios mortíferos aos espantados mortais? O deus da Bíblia condena uma boa foda apesar de criar todas as condições para o acto. O Paraíso era mesmo um paraíso. Ninguém precisava de roupa tal era a temperatura amena. Eva andava nua. Ela era tão boa! Pudera, foi deus que a modelou. O Adão também nu andava por ali. Com o Sol a aquecer-lhe os instrumentos sexuais colocados entre as pernas pela mesma divindade, era natural que o tesão partindo do cérebro lhe criasse um desejo ardente nas partes baixas. Que ricas nádegas tinha a Eva! Ninguém conheceu o Adão bebé. Ele apareceu já homem feito. Completo, portanto. Resumindo, aquilo é que foi foder e gemer. O Adão era homem e a Eva mulher. Até aqui tudo bem. Agora, vou revelar pela primeira vez o seguite. O Adão gostava de mulher (só havia uma). A Eva só gostava de homem (só havia um). Se ambos não fossem hetero certamente que não foderiam um com a outra. Então de onde vem a vontade de foder com um companheiro do mesmo sexo? Só havia três seres na altura. A saber: deus, Adão e a Eva. Eu estou convencido de que deus ao construí-los deve ter-se apaixonado por ambos. Logo, ele foi o primeiro homossexual. Teve ciúmes de Eva porque era lésbico e teve ciúmes de Adão porque era gay. Todos somos filhos de Adão e Eva que foram construídos hetero. E por que razão apareceram os homo? Aqui tem o dedo de deus. Será que no Haiti se pecava tanto como em Sodoma? Talvez. Aquele clima é quentinho e abre muito o apetite sexual. Bem, regressemos à homossexualidade que neste caso é divina. Como explicá-la senão com a participação divina? É difícil! Muito difícil! Casar não foi idéia divina pois este conceito apareceu depois de ambos terem sido expulsos do Paraíso. Neste caso deus nada tem a ver com o casamento. Isso é coisa dos homens e das mulheres. Ora é sabido que o homem quis ser deus ou por lá perto e vai daí começou a copiá-lo. Esta é a razão de haver homens que se querem unir a outros homens e o mesmo acontece com as mulheres. O problema que surge e é mesmo importante é o de saber-se o porquê das estatísticas. É que nem todos seguem as apetências de deus e por outro lado não seguem os desejos dos homens e das mulheres. A acrescentar a isto deve dizer-se que as almas não tem sexo pois são imateriais. E todos os homens e mulheres têm alma embora as hajam mal formadas e condenadas ao fogo do Inferno. Uma confusão autêntica. Por isso é que eu tenho em conta os falares do cardeal Hilário: casar é para procriar. Claro que os casamentos não passam no início de tentativas cadenciadas (fruque, fruque, fruque)para procriar. Muitos não chegam a tal e vai daí abrem o coração à adopção. Acho que o cardeal – por ser verdadeiro cristão – também incllui os homossexuais nas tentativas de poderem procriar uma vez que ele não condena os casais inférteis quando tentam (apesar de frucarem muito) e não conseguem procriar. Temos também de ter em conta que o cardeal não falou de vaginas e de falos. Ele é todo almas. Aliás o seu ofício é prepará-las para o céu e não para a cama. E bem bom, porque ele disso não deve perceber muito apesar de ser um fumador inveterado. Que não tem a ver com caso. São bocas!Que o deus de Adão e da querida Eva (estou a vê-la nuazinha no Paraíso) abençoe o nosso Patriarca e não lhe dê tesão que é para não dar o seu dito pelo seu não dito.
mmb

Friday, January 22, 2010

 

A QUERIDA BARBIE AMARAL DIAS SERVIU DE MOTIVAÇÃO PARA ESTE TEXTO

A Joana Amaral Dias - uma Barbie com neurónios - tem um "colega" de mesa de faladura na RTP/N que se chama Carlos. Não fixei o sobrenome deste comentador. Sei que é a puxar para o gordinho e não está desempregado. Disse ele da sua cátedra que Sócrates não era culto ao contrário de Alegre. Alegre faz versos (alguns muito belos) ao contrário de Sócrates. Ora por que razão este ainda não lhe deu para fazer quadras? Se o fizesse já era culto. A maledicência é uma grande porra e vindo de comentadores que nos entram em casa sem autorização torna-se uma filha-da-putice. De todos os primeiros-ministros portugueses não houve até agora um que levasse tanta pancada quanto José Sócrates. Porém, ele tem-se mantido no cargo e pelos vistos de pedra e cal. A questão que se coloca aqui é simples. Nunca tivemos um primeiro-ministro tão inteligente quanto ele. No fim do seu primeiro ano como chefe do exucutivo deu uma entrevista a Maria João Avilez. Quem estivesse com atenção teria percepcionado um homem invulgar. Escrevi sobre ele nessa altura e realcei o que me pareceu ser diferente (nele) em relação a muitos outros. No primeiro mandato, Sócrates meteu o PR na algibeira. A agenda de Cavaco foi condicionada pela estratégia do socialista. Cavaco passou a magistratura a viajar. Espremido o seu contributo para o desenvolvimento do país nesta sua prestação de serviço nem chichi de gato sai. Quando se apercebeu que esteve tanto tempo no limbo já era tarde. Deu-lhe para fazer Presidências Abertas. Ninguém lhe liga pevide pois mais parece um cicerone que vai mostrando a beleza das aldeias turísticas. A dona Maria não ajuda muito. Não é como a mulher do Sarkosy que compõe o ramalhete presidencial. Mesmo sem maioria neste mandato, Sócrates governa como se a tivesse. Dobrou os adversários quer à esquerda quer à direita. Ou os adversários não possuem estatura para criarem alternativas para serem governos ou se transformaram nuns parasitas-empregados tentando equilibrar-se nos seus belos vencimentos. É que contrariar Sócrates levá-los-ia a enfrentar de novo o crivo popular. Ora o povinho que vota sabe que a balança está neste momento favorável a José Sócrates. É que ele (o povinho) compara Sócrates aos outros. Aqui Sócrates ganha aos pontos. Ora, acrescento eu: como é possível um único homem mandar tanto em Portugal sem polícia política e sem censura (há certamente censura no país mas quem a faz é a escória dos capitalistas a quem o PM apertou os tomates)? Que homem é este que dobrou o país e não tem cultura no dizer do diabético comentador? Eu não sou a querida vidente da Cova da Iria, mas prevejo um ciclo socrático - não o subjugado pela maiêutica nem pela ironia - duradoiro. Muito duradoiro. Num país dos sem-neurónios-abjeccionistas meio neurónio dá para tudo. Vejam só o que ele - enquanto líder socialista e PM - mandou aprovar nas barbas do Portugal rural e fiel da Santa Sé? Ah, grande Sócrates, que o Santo Padre Cruz não te faça perder o combóio.
PS: para quem não saiba, um dia o padre Cruz fez parar um combóio porque lhe queriam cobrar bilhete. Foi mais um milagre neste país voltado de cu para Roma.
mmb

Thursday, January 21, 2010

 

SANTANA LOPES ESTÁ AQUI QUE NEM UM BÁLSAMO



O Exmo. Sr. Cavaco Silva condecorou Santana Lopes. Quem atribui uma condecoração - mandam as normas - deve dizer do sujeito a quem recai a acção de "bonificar" algumas palavras encomiásticas. O Presidente de todos e alguns portugueses disse muito pouco. Santana agradeceu no seu estilo de cavaleiro medieval - o que só lhe fica bem. Como contribuinte dessas e de outras despesas públicas gostaria que respeitassem o meu rico dinheirinho. Ora o Presidente fez borrada. Ou não fez? Vamos inventar... ou talvez não tanto. Desde que Santana Lopes surgiu no palco da política que tem sido bombo de festa de gente que não olha a meios para destrruir o próximo. Andaram às voltas do homem e só encontraram namoricos. Infelizmente esqueceram o que à política interessa. O dr. Santana Lopes é dos poucos políticos da nossa praça que não fez sujeira com os dinheiros públicos; não enriqueceu e sempre teve os "dossiers" dos assuntos do Estado em dia. Porque não disse o PR estas coisas de Santana? Naturalmente para não enterrar mais alguns amigos seus que se espalharam com dinheiros que acho eu, os jornais e as autoridades judiciais não lhes pertenciam. Estes companheiros ocuparam (um está preso) altos cargos no aparelho do Estado. Santana está limpo e anda por aí. Não precisa de se mexer muito para que o comparemos a outros. Isso coloca a balança de todos os critérios a seu favor. Com a má impressão que os políticos nos causam não deixa de ser salutar olhar melhor para Santana e apreciá-lo. Digo isto porque estudei a obra e o homem e deparei com a quantidade de inimigos "internos" e externos que lhe impediram de realizar a política social-democrata de que era um dos melhores intérpretes. Quem vive em Lisboa sabe o que ele queria. Suba-se a Avenida da Liberdade e veja-se o cemitério em que se transformou o Parque Mayer. Todas as importantes cidades europeias têm a sua Broadway. Não o deixaram governar Lisboa e por causa de umas folhas trocadas num discurso oficial o irmão do prof. Daniel Sampaio acabou com o seu governo de quatro meses. "Não ficaria bem com a minha consciência se..." já dizia o outro se não escrevesse estas linhas. Se esta democracia se mantiver ainda o veremos novamente primeiro-ministro ou candidato à Presidência da República...
Disse!
PS: Não, não me estou a fazer a nenhuma migalha nem tão pouco sou social-democarta.
mmb

Saturday, January 16, 2010

 


Estou "menente"...
Não é que a SIC/Mulher ao transmitir um apontamento/reportagem sobre modelos em fato de banho ofuscou o rabinho de uma delas que apresentava um fiozinho que lhe tapava o olho do cu. Sim senhor, estamos como os americanos: muito púdicos no que diz respeito a má-criações. Quando um comentador americano de repente diz foda-se (fuck you) a censura apita por cima e não se houve o palavrão. Tiros, facadas, maus tratos tudo se vê. Fio dental, isso nunca! As americanas fodem meio vestidas nos filmes por causa da moral dos fundamentalistas e suas taras. Portugal arrasta-se numa crise que teima acabar. Neste período convém retroceder nos maus costumes para equilibrar as coisas. Crise é crise! Havemos de ter cus desvairados mais tarde. Agora é bom que haja um pouco de contenção. É o tempo do Cerejeira, o gerente dos negócios de Cristo no Estado Novo, que está a voltar. Os fanáticos temem o castigo do divino Jeová. Por muito foderem os habitantes de Sodoma e Gomorra foram destruídos e punidos com um forte cataclismo. Há que pôr as barbas de molho, melhor dizendo umas pedritas de gelo em cima dos testículos. Deus é Deus, e é Ele quem mais ordena. Estava eu a congeminar sobre as voltas que o sexo dá em Portugal e ao mesmo tempo a mudar de canal. Dei de caras com a RTP/Açores. Ai que eu grito! Esta noite (dia 15) uma chinesa nua de pernas bem abertas tinha em cima da cloaca uma melância cortada a meio. O seu parceiro sexual tentava fazer um buraco a meio com as mãos de onde tirava pedaços do fruto que depois enfiava na boca da boneca viva. Com bananas já eu tinha vista. Com uma melância nunca! Depois de retirada a peça pornográfica (a partir de agora tem de ser) o oriental saltou-lhe para a figadeira que contrariamente não estava rapada (moda actual) e lá copularam equilibrando-se no modelo da Física clássica. Os Açores, terra de bons costumes e de elevada moral, está à beira de castigo divino tal é a podridão em que se encontram. Onde já se viu tanto descaramento. Uma estação televisiva do Estado a transmitir porcarias. Credo! No mesmo canal onde se transmite a Santa Missa aos domingos e dias feriados aparece a maldita fornicação. Seriam ao menos casados e autenticados pelos sacramentos os dois orientais descarados? Do mal o menos! Esta televisão transmite coisas heréticas. É ver o que difundem acerca da legítima de Cristo, a Maria Madalena. Que era prostituta (a Igreja em tempos confirmava). Neste caso, Cristo tinha sido um putanheiro... Isto diz-se.? Estamos no tempo que antecedeu o castigo bíblico. Há que repensar para onde vamos parar. Assim não pode ser.
mmb

Monday, January 11, 2010

 











E SE PORTUGAL SE KIBUTZIASSE?




Se de facto estamos enfrentando uma crise - putativamente explosiva, disse o outro - por que é que não criamos uma espécie de kibutz à portuguesa?


Bem vistas as coisas que mal haveria em colocar os milhares de desempregados (incluindo os des-licenciados) em aldeias no interior do país onde eles prestassem serviços agrícolas e/ou agro-pecuátios? Receberiam um vencimento simbólico, porém higiénico e prémios de produção. Se compramos de tudo; até alhos da China, não estaríamos a tentar superar saídas de capitais com o trabalho nessas aldeias com este processo? Claro que os doutores de Letras, do oboé, dos saltos às fasquias, das sociologias, das filosofias, da comunicação, da antropologia, da história e de outros cursos lépidos semelhantes nunca aceitariam esta baixa de estatuto. Mas, a ocasião faz o ladrão. Nas horas de folga frequentariam cursos de pós-graduação ou mesmo de doutoramento. Seria uma verdadeira revolução. Até cheirava a alegria no trabalho...


mmb

Saturday, January 09, 2010

 

JOSÉ GIL OU O FILÓSOFO NA RUA E AO FRIO

José Gil, o homem que escreveu um livro onde (pensou ele) retratou o português idiossincrático. Deve tê-lo escrito ao espelho. Alguns patetas em escribas tornados catapultaram-no para o altar dos filósofos. A partir daí segui-o, não fosse este crânio botar cá para fora mais algumas das suas criações e eu a vê-las passar.
Hoje, para meu espanto apanhei-o na TV. Estava a ser questionado como autoridade diplomada sobre questões nacionais - as que ele domina como um senhor. está claro. Eis a sua última tirada:
"A proposta é que se faça uma proposta." Fica tudo resolvido com este monumento à idiossincrasia mental dos que na nossa praça orientam o pensamento nacional.
PS: Portugal é muito pequenino para tão altos egrégios...
mmb

Thursday, January 07, 2010

 



pousa a palavra dolorosa

na nuvem que parte.

fico fio de chor0

espuma ouvida

que come a rocha

beijando a bruma.

palavras ligadas por dentro das cidades

de água

subindo nos andaimes de esforço

baldes de suor

tonturas no vento alto

espanto de ir à frente

no hábito

de sempre estar atrás.

Partir... no medo...

no medo de não ter medo do medo


(in Paulo Rehouve, Toldo)



 
Afinal não só recebi "O teodolito" como as obras completas e por mão própria. Uau!
Obrigado amigo Rui.
mmb

Tuesday, January 05, 2010

 
Caro Rui Coutinho
Aproveito este espaço para duas coisas:
a) - Ora passa ou tenta passar 2010 com o máximo proveito possível. Nada de exageros - apenas exigir dos neurónios a sua melhor performence (será assim que se escreve?);
b) - Voltei novamente ao "nosso amigo comum" Luiz Pacheco. Não consigo perceber a razão porque quanto mais o estudo mais dificuldade tenho em ler literatura em outros. Penso que deves ter o "Teodolito" na tua biblioteca. É que estou a reler "Comunidade" e "O Libertino passeia por Braga...) e falta-me aquele. São de facto livros(inhos) a considerar para se ter uma visão de como a literatura em Portugal sem eles manqueja. Penso, até, que o português por ele - Luiz - utilizado é do melhor que se pode encontrar. Lê-lo é estar a aprender para a frente. É isso que acontece comigo. Fui à Bertrand e à Feira do Livro e nada. Ainda não fui ao José Carlos no CCSolmar (chovia e eu tinha deixado o chapéu de chuva no café Clipper). Bem, já estou como o Pacheco na pedincha... podes tirar umas fotocópias de "O Teodolito"? Se sim, agradeço. Como pagamento ofereço um café que a vida está cara; estou velho e tenho de poupar para o novo forno crematório do São Joaquim.
Abraço
melito

Sunday, January 03, 2010

 

A NOVA NOVA MENTALIDADE É TÃO VELHA COMO A MERDA

Li ainda há pouco uma notícia sobre uma selvajaria cometida por um dos responsáveis do 25 de Abril - ou pseudo-responsável. O filho de puta mandou queimar centenas de livros, pois dizia o mesmo FP (filho de puta) que os ditos cheiravam a beijinhos fascistas. Era imperioso destruí-los. Disseram-me que foram pelo efeito desaparecidas obras de real valor histórico que muito serviriam para ajudar a compreender o processo histórico português de entre 1926-1974. A Igreja Católica fez o mesmo em tempos idos. E no primeiro terço do século passado (XX) os assassinos da suástica cometeram a mesma proeza. Quero dizer com isto que é de facto uma penina haver gente sem um mínimo de cultura, tolerância e espírito científico e/ou crítico. Uma tristeza pegada. Mas a que raio vem isto para aqui. Eh, pá, não tenho sono nem me apetece ficar a cheirar a merda pelo contacto com a televisão que estes desgraçados fazem. Nem já serve de entretenimento. E ler? Gosto de o fazer na cama. Ou julgam que a cama é só para foder ou ter pesadelos. E na minha idade - juro por alma da rainha santa Isabel - que o tesão é como a surdez. No começo, uma pessoa ouve bem (pau feito), depois, deixa de ouvir (pau tripa) e passa a compreender tudo através dos gestos ou movimentos dos lábios. E em invernos rigorosos torna-se difícil aquecer os tomates já que de tão pequeninos se tornam. Ora, se a humanidade (portuguesa) tivesse um projecto de valorização pessoal, não estaríamos sem água ao leme. Teríamos um mundo de formadores por todo o lado para recuperarmos do desastre intelectual que foi a época do Estado Novo, onde tudo era proibido. Perseguia-se tudo que não fosse abençoado pela Igreja de Roma (composta por uma corja que sobrevive sempre à custa dos estados que não têm um projecto humanista) e que satisfazia o interesse dos exploradores a quem o Salazar dava voz. No tempo deste filho da Igreja e de puta a crítica desaparecera. Ora, sabe-se que onde a crítica não existe o que se estabelece é um regime improgressivo. A este convém que tudo se cale. Por isso pouco ou nada se conhece do que fomos durante a negra noite salazarista. O que podemos fazer é calcular aatravés da desgraça em que nos transfomámos o que ela foi. Julgam que estes que agora surgem por todo o lado são geração espontânea? Nada disso, eles são os filhos da ignorância. De tal modo que não tendo alternativas copiem o velho Estado Novo em novas formas. Haverá diferenças? De certo que as há e isto porque o progresso dos outros acaba por não ter fronteiras e vai daí sempre se beneficia alguma coisa. Culturalmente o actual Estado português é uma tristeza. E isso paga-se. A meta é solucionar a questão económica. Em parte está correcto, porém, esta deve acompanhar a componente cultural em todos os aspectos, senão quando os problemas económicos forem solucionados (?) cairemos novamente no vazio intelectual e no subsequente atraso. Desenvolver as mentalidades é tão necessário como o pão para a boca. Como actuar? Sugere-se uma limpeza geral e uma obrigação de prestação de contas. Um julgamento público? Nem mais! Em vez de se perseguir os antigos colaboradores e mandá-los para a cadeia (que não serviu para nada) havia que os responsabilizar. E aos actuais colaboradores deste estado calamitoso a que chegámos? A mesma coisa! Então não é!
mmb

Saturday, January 02, 2010

 
PORTUGAL VAI EXPLODIR?
Qualquer um pode ser Presidente desta República! Refiro-e à nossa. Não percebi muito bem o emprego dos conceitos atirados para a pantalha neste fim de ano por Cavaco Silva. Não me parece que ele esteja bem acompanhado no que respeita a assessores para a política de expressão. Sabe-se que em certos cargos se deve ser muito contido nas análises a difundir. Tem isto razão de ser na medida em que muita coisa depende de bocas, sobretudo oficiais. Verdade é que nada impede Cavaco de abrir a boca sempre que lhe apetecer. Como foi há tempos Primeiro-Ministro era de prever que tivesse adquirido alguma experiência. Nada! O homem anda à nora. De cada vez que abre a boca, ultimamente, é para desestabilizar. Só lhe falta pronunciar-se sobre a vida animal no zoo de Lisboa. Espero que o não faça por causa dos bichos. É sabido que Portugal - que existe há quase novecentos anos - sempre teve problemas de tesouraria. Em 1415 os filhos de Dom João I (o inglês!) associados com a corja inglesa meteram-se ao assalto das praças mouras do Norte de África, dando origem ao que se convencionou chamar de Expansão. Trabalhar as terras, produzir para sobreviver cá dentro é coisa que dá trabalho e é preciso tempo para planificar. Coisa que para aí não estamos virados. Como o roubo não compensa, pouco tempo depois estávamos pior que estragados. Negociámos carne humana, invadimos terras distantes em nome do cristianismo, esfolámos o cabedal a garimpar ouro e metais preciosos, etc. De cada vez que trazíamos riquezas, de cada vez ficávamos mais pobres. Roubámos menos que os ingleses, espanhóis, franceses, holandeses,etc. Mas roubámos! Com a diferença de que roubávamos para gastar à tripa forra enquanto os outros europeus se precaviam para o futuro investindo nos seus territórios pátrios. No século XIX, estivemos falidos tecnicamente. Mas como foi isso possível se no século XVIII rapinámos milhares de toneladas de ouro, prata, pedras preciosas que trouxemos desse mundo distante e que tínhamos descoberto? Eu cá não sei. Não sou economista. Ou por outra, sei mas não digo. No século seguinte, o século da maluqueira da Primeira República e do fascismo dos padrecas e associados a miséria era tanta que como solução de vida só nos restava emigrar. Ressalvo aqui a seguinte informação, pois eu sempre gostei de fazer justiça ao filho de puta do Salazar: O Estado era rico, forte e confessional, mas o povo era andrajoso. Claro, ressalvo as classes abastadas da burguesia - alta e média e a Igreja do capital. Era como assim uma espécie de povo tecnicamente falido. E agora? Agora estamos piores, pois vamos explodir. Não fui eu que o disse, mas aquele que nos representa e que foi votado (eu não votei nele) pela maioria deste povo tão antigo. Porém, tenham calma e ouçam-me! Não vamos explodir coisa nenhuma. Não há dinheiro para isso. o que nos vai acontecer é que vamos pedir esmola. Mas nos moldes modernos, isto é, os que nos representam - e muito bem - vão dirigir-se a quem tem cacau transportados em carros topo de gama como manda o protocolo. E como pagar o que vamos pedir pelas suas bocas? Se não temos dinheiro para cumprir com as nossas obrigações, talvez a prostituição generalizada seja uma saída. Daí que eu proponha que se crie o Ministério para a prostituição. E assim, estaremos, como povo civilizado e atento, no pelotão da frente.
mmb

Friday, January 01, 2010

 
2010 e a alegria de sobreviver
Estava eu a ouvir através da RTP-1 o concerto de Ano Novo. Veio o intervalo e lá vinha o anúncio da banha de porco e do último telemóvel. Porra, já estou farto das baboseiras das outras estações. É o desgraçado do Jorge Miguel e as suas hesitações, é a guinchadeira da Júlia. São os pulos da Catarina. Busco as estações estatais: grande merda. Assuntos discretos só na madrugada. Haja pachorra. A RTP-1 compra merda a que preços? Vende por outro lado publicidade. As estações do Estado mais parecem uma tasca de aldeia serrana. Têm lá de tudo: desde a marmelada ao copo a vulso. Filmes americanos que de tão gastos já nem a merda cheiram: a merda quando seca deixa de exalar qualquer aroma. É esta a situação. Ainda há quem fale mal da televisão do Estado Novo. Sim, era uma grande merda! Mas esta? Não tenho dúvidas estamos num lodaçal. Tudo se resume às cabeças que estão à frente desses negócios. São cabeças cheias de muitos detritos ou restos de detritos polvilhados de ideologia dita de esquerda. Metem dó. O que nos vale é a Antena 2. É muito difícil substituir os fascistas do antigamente por democratas. Não os há em Portugal. Os democratas de hoje que por aí andam são uma mistura de clientes de sacristia com os barriguistas parasitas do erário público. Mais do que nunca é preciso limpar esta chulice sob pena de cairmos no mais baixo índice de iliteracia. Portugal é um país desenvolvido? Só se for desenvolvido visto pelo olho do cu do desenvolvimento (ideia plagiada de termos do Luiz Pacheco... Agora que tudo gira à volta das carências primárias é caso para se dizer que a cultura vai estar por uns tempos longos em salga.
mmb

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