Sunday, March 26, 2006

 

"SARISMO" NA GALERIA FONSECA E MACEDO

Há quem se coloque no lado de fora do percurso dos artistas e veja na arte o domínio e posse de espíritos degenerados...
Esta SARA MAIA, que nos surgiu como por encanto, pertence ao grupo da "NOVA REFORMA" da arte. SARA MAIA ameaça simbolicamente o quotidiano do burguês estabelecido. E, como se verá mais tarde, é este quem a requisitará no futuro , por "ordem" da estética e do "bom senso". Entrei na Fonseca e Macedo na hora do vazio das galerias... Aquela pintura gritou-me forte no meu verde pasto insulano recheado de eucliadianismos escolares e académicos. Será a artista boa da cabeça ou quererá ver-me em algum consultório psiquiátrico? Há artistas que enveredam pela crítica social, nesta linha de pintura (Meidner, por exemplo que morreu no século passado). Um expressionismo pouco canónico? Nada disso! Meidner é da área do social. E SARA? SARA sim! "Ataca" o mito bajulador das nossas almas engomadas por estilos bíblicos.Esta SARA é anti-canónica. Não deixa os espíritos em paz. Atrevida e cáustica. Crítica do fundamentalismo Ocidental, judaico-cristão? Bate,mas fá-lo docemente... O que nos vale é que - mesmo apegados ao sentimentalismo atávico que impede a reformulação das mentalidades por cá - vai acontecendo estas SARAS livres como os artistas devem ser.
No painel, recheado de pormenores de pinturas de artistas expressionistas (extremistas, e por que não?) deixo pistas para quem quiser ir mais além do que este comentário sugere.
Não estou à altura da crítica de pintura.(Isto é um livre passatempo) Não corro o risco de um tal VAUXCELLES (?) ,crítico de arte, que tentou destruir o Fauvismo, acabando por o difundir pelo mundo... Atrevo-me a designar o que se passou na Fonseca.Macedo de "SARISMO". É certo que terei de lá voltar para eleger um dos quadros e tentar lê-lo textualmente, perturbado e liberto.
MMB

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