Saturday, April 01, 2006

 

AI CÉSAR, SENHOR DOS AÇORES!!! .!!!

Se, por acaso, desaparecessem do nosso panorama político Mário Abrantes, Anibal Pires e José Decq Mota, estaríamos, por assim dizer, sem esquerda nos Açores. A esquerda político-militante a nível de altos cargos, entenda-se. Aquela que dá a cara pelos ideais de actuação no terreno do materialismo dialéctico. A esquerda melhorou e aumentou o seu quantitativo... No tempo da outra senhora só tinhamos entre nós o senhor marquês, que muita gente admirava pela postura de combate à ditadura mais ou menos amolecida por uma Igreja Romana que não desejava desassossego portas adentro. A guerra colonial era aceite por ela e até abençoada lá na "Ultraterra". Causa que o cardeal Patriarca Dom Cerejeira santificava com um sorriso que já vinha do tempo do Marechal Óscar Carmona, antigo Presidente da República, que lhe ensinara como se devia estar alegre perante o povo sem rir, mas sim a sorrir.
César vai remodelar o seu governo mais logo à tarde. Se este governo já era constituído pela mistura de uma burguesia estabelecida na nossa praça e outra em vésperas disso, agora é que vai ser lindo de ver César ao meio e a direita nas pontas. A Nova Ordem Socialista,perdão a Nova Burguesia Socialista que ainda ontem espumava de raiva, porque Mota Amaral estava grudado à cadeira de Santana e não dava sinais de fenecimento, aperalta-se toda, pois vai haver limpeza geral numa secretaria e duas direcções regionais... É para comemorar a saída do bem falante Laborinho Lúcio, encantador de serpentes tornadas colaboracionistas insulares por via da "password" CIDADANIA . É uma espécie de imitação daquilo que faziam os antigos hindus quando lhes morria um príncipe: queimavam as suas esposas numa pira de madeira onde lhe ateavam fogo. Isto tudo para chegar à conclusão que a esquerda desapareceu do nosso panorama político. Os que se diziam de esquerda e faziam apelo à justiça social eram falsos profetas. Eram falsos políticos! Se há gente mais ordeira do que esta gentinha eu gostava de ver. Eu estou bastante arrependido de ter apoiado César aquando da primeira vez que se candidatou. Se era para fazer desaparecer o sentido da esquerda e da intervenção socialista na nossa sociedade, então mais valia ter apoiado Decq Mota ou na hipótese cansativa de continuar a apoiar a social democracia de Mota Amaral que deu início a uma trapalhona "Revolução Cultural". A única que tivemos, diga-se em abono do texto revolucionário.
César conseguiu manter nos lugares de apetências capitalistas o que da antiga social democracia herdou: o seu semelhante! E, disse ele com toda a força do seu pneumato: "Aqui nos Açores, é como no Marão, mandam os que cá estão". Ai, mandam, mandam os Sousas Limas, Bensaúde... etc. É que a lista é longa e eu já estou cansado. Com as zonas de influência citadas, mais a incapacidade que tem em manter a ordem nas grandes cidades açorianas, na impossibilidade se fazer representar no palco internacional, na proibição que tem o seu governo em mandar palpites sequer em coisas da defesa militar dos Açores, no impedimento que tem em dispor e mandar num único agente da Polícia de Segurança Pública, é muito provável que a partir da sua gestão se passe a chamar ao executivo açoriano o tesoureiro para as obras públicas do Estado Português para a Região "Autónoma" do Arquipélago. Não basta parecer socialista, é preciso dizê-lo. Ao menos isso! Com a arrancada vertiginosa de Sócrates a caminho da política económica do tipo de Salazar (eu não vou explicar, só um imbecil é que não percebe) o socialismo açoriano feneceu. A nossa esquerda é um trio místico, com alguma excelência, diga-se em abono da verdade e do que por aí se vê. São os três cavaleiros a quem a democracia dá a mão, de tão aflitinha que parece. Deu uma queda e foi ao chão...
MMB
1/02/2009

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