Friday, April 21, 2006

 

FÊMEAS - MULHERES NO FEMININO

Se um homem escreve um livro do género autobiográfico e nele relata em pormenor as aventuras amorosas que teve com o sexo oposto sujeita-se a ouvir dos seus pares o pior dos adjectivos. Porco, nojento, filho de envelope, pilantra, etc. Se uma mulher faz o mesmo a coisa muda os grados de observação. Olha a grande vaca, olha a Madame Blanche da Misericórdia, que coiro, etc. Ao primeiro, estamos a vê-lo a pôr-se em cima delas. À segunda, estamos imaginando o modo como abrem as pernas. O primeiro, o macho, tem mais facilidade em praticar a bigamia. Pode servir-se de duas casas. É só saltar de cama para cama. Pode engravidar duas mulheres ao mesmo tempo. A mulher também pode ser bígama, mas se engravidar só pode parir numa das casas... Será muito mais facilmente apanhada. Refiro-me no campo da moral. É que ninguém vai preso por praticar a bigamia a não ser que a confirme numa conservatória. A comunidade humana é muito gira. Podemos fornicar uns com os outros que ninguém hoje em dia vai para a prisão por o fazer. Podemos escrever e declarar em tudo que é OCS. Só não podemos oficializar a questão. As leis da moderna sociedade colocam a mulher numa situação de maior protecção. "Senhor guarda, venho queixar-me ter sido violada." "Reconheceu o violador?" "Foi o meu marido!" "Você é parva ou quê?" "É que eu não queria fazer amor!" "Vá-se embora que eu tenho mais que fazer." Isto passar-se-ia há tempos. Hoje, toda a mulher pode queixar-se de ser violada pelo marido. Deve ser difícil a um macho ibérico estar com a legítima numa mesma cama, onde ambos estão meio despidos, e não poder saltar-lhe para as partes em questão. A lei, nestes casos, é de difícil interpretação. Deve haver atenuantes. "Senhor doutor juíz, não há pau que aguente! Era de noite. Eu não via nada. Julgava que estava a sonhar." "Experimente, nos dias em que ela se nega a cumprir com as leis de Deus para o sexo, meter dentro de um envelope algumas notas de vinte euros. Ofereça-os. Vá ver que conseguirá bons resultados..." As mulheres que escrevem biografias sexuais são muito elitistas. Nunca se deixam saltar para a espinha por um pobretanas qualquer. A Doutora Maria Filomena Mónica escreveu no seu itinerário sexual, a que denominou BI, que só abriu as pernas a engenheiros, doutores, investigadores universitários, etc., e a figuras conhecidas como o célebre Vasco Pulido Valente, também ele da classe alta e doutor. Se fosse homem decerto escreveria uma saltada à doce criadita do segundo esquerdo. Até ficava bem. As mulheres pretensamente chiques são assim. As pelintras não sabem escrever. O eleitorado português é constituído na sua maior parte pelo mulherio. A Engª. Pintasilgo ao concorrer à Presidencia da República não obteve das mulheres nenhuma votação que desse a entender que tinha a sua cota do mercado eleitoral nas mãos. Trabalhar com mulheres não é o mesmo que dormir com elas. O mundo da mulher está muito minado. Por exemplo, este texto que é para ridicularizá-las vai ser lido como reaccionário porque distingue e não atende a particularidades que não desigualdades. As mulheres, neste momento, em Portugal conseguiram uma cota na política. Penso que se trata de um acto de reaccionarismo oficial do Estado. Libertar a humanidade é libertar a mulher também. Um Estado de classes tão acentuadas não pode pensar que estipulando ideias modernas através de leis paternalistas poderá corrigir injustiças de pé para a mão. A democracia burguesa é aquela que serve para tornar os ricos mais ricos, e fá-lo (brada aos ceús) com o voto dos pobres. O povo estúpido não percebe... A mulher estúpida não percebe... Que outro tipo de linguagem a não ser esta demasiado reaccionária para fazer ver que temos que acabar com a diferença entre seres iguais. Será possível dar a volta a isto? Nem os pobres nem as mulheres são culpados. A culpa pertence à inteligência dos sacanas. E contra isso, meus caros, nada podemos fazer. A não ser tornarmo-nos também inteligentes. Não é difícil. O que é preciso é praticar! Ora se os machos e as mulheres imbecis e colaboracionistas com o machismo inteligente fossem mais a paridade que os pariu trabalhar para as hortas, talvez não tivéssemos que importar tantos tubérculos...
Manuel Melo Bento
Quinta-feira
21/04/2006

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