Monday, April 24, 2006

 

O 25 DE ABRIL - A HISTÓRIA DO COSTUME

"OS MILITARES GOVERNAM"
"O movimento é comandado por um militar. Os militares assumem directamente o poder, dissolvem o Parlamento e suspendem as liberdades individuais. Instaura-se, assim, uma ditadura militar. Esta caracteriza-se por um governo militar forte, que concentra os poderes executivo e legislativo anteriormente atribuídos ao Governo e ao Parlamento. Continua, porém, a existir instabilidade política e sobretudo agrava-se a situação financeira." (1). Podia ser mas não é uma descrição do que foi o 25 de Abril. O que eu aqui transcrevo não se passa em Abril mas sim em 28 de Maio. O 25 de Abril é do ano de 1974. O 28 de Maio pertence ao ano de 1926. É claro que a ralé que ganhou com o 25 de Abril mordomias, sabonetes para se lavarem, emprego pago a peso de oiro, reformas escandalosas, que fizeram fortunas verdadeiramente escabrosas, e que ainda por cima escreve não vai dizer o que foi o 25 de Abril na realidade. Dizem alguns que o golpe do 28 de Maio foi um golpe de direita e que depois descambou numa ditadura. O golpe de 25 de Abril não foi de direita nem de esquerda. Foi uma traquinice de meia dúzia de rapazes que estava farta da guerra e de ganhar mal. Mais ou menos o que acontece com as polícias portuguesas. Querem é mais dinheiro. Estão mal pagas para o serviço que prestam. Dizem que prestam serviço, mas o cidadão comum não pensa assim... Um dos que comandava um grupo de soldados (Salgueiro Maia. Chateia-me falar de mortos que não se podem defender. Mas, faço-o pela verdade histórica.) levou-os para onde estava fugido e escondido o então primeiro-ministro um tal Marcelo José das Neves Alves Caetano. O mesmo que queria imitar o Salazar: 48 anos a governar um país de trouxas. Marcelo (era assim que a malta o tratava) tinha consigo uma caneta oferecida pela filha Ana Maria dois ou três borrados GNR em idade de reforma, um ou dois companheiros do executivo caído em desgraça, para se poder defender. "Ou sais de mãos na cabeça ou começo (tipo FBI) a atirar "(Adaptado). Silêncio. Salgueiro manda atirar para as paredes do Convento do Carmo. Pum! Pum! Pum! "E agora?". Marcelo manda abrir os portões. Entra Salgueiro. Faz a continência dos militares. Marcelo agradece. "Que vem fazer aqui? Não podia ter batido à porta com mais força?" " Venho prendê-lo!" "Vá lá chamar o Spínola" "Sim senhor" O povo no largo do Carmo grita hisérico. Ri-se que nem um perdido. Parecia estar a aplaudir Vasco Santana nos palcos do Parque Mayer. Salgueiro, o revolucionário obedece a Marcelo e vai "à cata" de Spínola a quem a malta de revolucionários entrega a gestão do movimento. Na falta de melhor cliché chamar-se-á Movimento dos Capitães. Spínola, tipo nazi esclarecido, pois acompanhara as tropas hitlerianas na campanha da Rússia, vem falar a Marcelo. "Eh pá, não há nada que tu possas fazer. Para não seres esfolado vivo vem comigo de chaimite. Vou safar-te." O revolucionário fica sem perceber nada do que se está a passar. Está inquieto para ir para Santarém. Lá é que se sente seguro. Não percebe nada de política. Quem percebe disso é o Otelo. Na primeira vez que surge na RTP para explicar o que os rapazes fizeram diz Otelo que quer ser actor. Talvez Hamlet? Ele mesmo que tinha chorado aquando da morte de Salazar. Para uma entrevista de fundo não está nada mal. O país descansa, é gente boa. Não percebem é nada de política. Havia o Melo Antunes. Estava nos Açores, terra de exílio de militares que se metiam em revoltas. Caso de Gomes da Costa o tal chefe do 28 de Maio que veio a falecer pobre e sem dinheiro para o caixão. Melo Antunes era o único que lia uma coisas dos esquerdalhos. Uma coisa levinha. Houve um maluco que gritou "fascista para o xadrez" Os fascistas fugiram com medo. Os militares eram muitos e porque não estavam a fazer nada começaram por invadir tudo que era serviço do Estado. Ei-los, até ministros foram. Vitor Alves com apenas o sétimo ano dos liceus e três a marchar garbosamente pimba. Ministro da Educação. Otelo passou a general. Andava de pistola, como Fidel nos tempos de Santa Clara ou Sierra Maestra, sei lá . Foi fazer uma vizita de Estado armado de "cowboy". Que tanta graça tinham no princípio! E aquele que parecia o Dom Afonso II, o hoje coronel Vasco Lourenço. "Oh pá, pá a política pá! A nossa luta pá. As classes pá. O 25 de Abril pá! Pá! Pá! Pá! Se calhar também já escreveu um livro. Pá! Foi preciso que Álvaro Cunhal chegasse à cautela das estepes russas e transformasse aquela garotada em revolucionários. Foi difícil, muito difícil para a maioria. " Olhe que não... se faz assim! Isto é a verdadeira luta de classes ao vivo." Eram muito rudes para as coisas da política. Nunca perceberam. No campo universitário foi giro ver-se "os copcons", militares a mando do tal Otelo, prenderem à volta de quinhentos estudantes e alguns professores numa só noite. Otelo, a quem subiu à cabeça a estrela de Che resolveu mandar prender a torto e a direito os chefes de família com nome na praça. Enlouqueceu de todo ao ponto de mais tarde ter ido parar à cadeia acusado de crimes violentíssimos. Penso que não os cometeu. Era imbecil demais para se transformar em Robin Wood. Os governos da nação eram todos eles formados por militares. Foi uma bronca de todo o tamanho. De um momento para o outro o país abriu falência. Pudera, com aquelas cabeças formadas pelo esquerdo direito em frente marche, o que é que se podia esperar? Na RTP, apareceu a comandá-la um tal Buster Keaton. Melhor, parecido com. Era o major Eanes, que passou a general por mérito militar supostamente aceite. Também um tal Costa Gomes que veio a chefiar os rapazolas chegou a Marechal. Tinha antecedentes pidescos. Fora agraciado pela PIDE com uma medalha de mérito. De repente, passou a ser um perigoso esquerdista. Não se espantem! Estamos a falar de Portugal de Abril. E Álvaro Cunhal a querer educá-los e a nunca perceber que o comunismo dele já era nas catacumbas. O que eles queriam era a luta de mariscos. No João Padeiro era o ideal. Para salvar a situação foi preciso promovê-los, engordá-los e remetê-los para os quartéis onde se tinham desacostumado. Era tão bom! Acabou-se! Dois anos de ditadura militar foi o que tivemos. Imaginam os jovens de hoje que Portugal teve como primeiro-ministro um tipo avariado do cabeçalho por causa da pólvora dos canhões disparados contra os nacionalistas africanos? Chamava-se Vasco Gonçalves. Ele era chefe do governo sem se dar conta, pois o que queria era ouvir os gritos dos operários em greves generalizadas. Metia-se no palco dos grevistas e berrava com eles. Uma espécie de prazer sexual recalcado. Único na história das revoluções. Em geral faz-se isso quando se quer ir para primeiro-ministro, nunca o contrário. Então não era ele o chefe do governo? É um caso para ser estudado à luz do saber do prof. António Damásio... O país ficou farto dos militares que derrubaram o regime salazarista. Tal como aconteceu com Gomes da Costa, o país ficou farto de fardas. O desgraçado veio exilado para os Açores que naquela época era mais uma colónia portuguesa. Agora já não é. Passámos de colónia a ilhas adjacentes. Já tivemos distritos que se transformaram em autonomias... Gomes da Costa também foi feito Marechal. Morreu pobre e sem dinheiro sequer para levantar das casas de penhor as medalhas que ganhou a dar tiros em africanos. Ou ele ou Roçadas, o herói de Cuamato que morreu dias antes de encabeçar o 28 de Maio. Não sei qual deles matou mais indígenas em Moçambique. Já o 25 de Abril por cá não deu em mortes por causa dos americanos. Um tal Altino general português ao mandar prender os nossos indígenas (6 de Junho de 75) estaria naturalmente a pensar em novos Cuamatos. Os americanos foram nossos amigos...! Não sei se o 25 de Maio ou o 28 de Abril servem para alguma coisa. É a história que temos. O melhor é esquecer. É preferível esquecer do que encher a cabeça com mentiradas. O 25 de Abril é uma mentira. Quem o fez não sabia onde se estava a meter. Rapazolas!!!
(1) - A.M. Caetano Nunes (outras) - História G. de Portugal
Manuel Melo Bento
Segunda-feira
24/04/2006

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