Thursday, April 06, 2006

 

.."A PALAVRA DO SENHOR É O PRESERVATIVO DO PECADO"

Esta é a frase da minha autoria com que termino um dos meus livritos a que intitulei "DIÁLOGOS EM BAÚ". Se por acaso já tiver sido criada por outro, peço desculpa. Claro que vou também dizer alguma coisa sobre eles, não pertencesse eu à já famosa sociedade secreta "VANITAS VANITATUM ET OMNIA VANITAS". É que eu sou um escritor... (espaço para os que quiserem rir). É um livro que não aconselho a ler. Por essa razão, a edição é muito limitada. A maioria dos leitores não está à altura de o compreender... (espaço para me chamarem nomes). Tenha calma leitor!... Esteja descansado! Eu não vou escrever sobre o que já escrevi. Só que achei piada à minha frase... O que preparo para o próximo trabalho (?) vai debruçar-se sobre a investida que o governo está a cozinhar acerca dos impostos a aplicar aos serviços domésticos. Agora, quem faz limpezas (...) e quem paga essa prestação de serviço estará de futuro (breve) na mira das Finanças. Li esta notícia num jornal local ontem ou anteontem. Acontece que vou reflectir sobre o assunto. É que para mim serviço doméstico alarga-se... E muito. A Benedita das Rendas já faleceu, por isso escapará. Até já!
No "Antigo Regime", a prostituição não pagava impostos! Quem ficava com o dinheiro da chamada venda do corpo da mulher era o chulo. Apesar de o Estado, não ganhar nada com aquela actividade, preocupava-se com a saúde pública, isto é, havia uma revista higiénica e semanal às mulheres, feita por um médico. Isso não evitava completamente as doenças, mas era uma actividade positiva. Era a prevenção nos moldes da época. Em todas as cidades do país estabeleciam-se as casas de passe. Tempo houve em que as mulheres eram obrigadas a ter no BI o seu título profissional. Éramos um país cristão e a Senhora de Fátima tinha subido a uma árvore para falar aos pastorinhos, havia pouco tempo. A Amália cantava Camões e o Eusébio era mais conhecido do que Portugal. À opinião pública internacional juntou-se um coro composto por esquerdistas e mães de Portugal para acabar com aquela pouca vergonha. Tanto barulho fizeram que no começo da década de sessenta, Salazar, o beato, cedendo às pressões moralistas, terminou com ela oficialmente. As desgraçadas saíram das casas de má nota e começaram a atacar na rua e em lugares esconsos. O preço subiu, era mais difícil encontrá-las ( lei que rege todas as economias: a da procura e a da oferta). A indústria hoteleira recebeu um novo alento, porque os bordéis onde estavam instalados os quartos do amor (designação moderna) fecharam, dando lugar a uma nova política habitacional. As doenças venéreas expandiram-se e daí para cá foi o que se viu. Aqueles mesmos países que nos chamaram nomes, hoje, oficializaram aquela pecaminosa e apreciada actividade. É que ela, por exemplo, na Holanda, rende ao Estado vinte mil milhões de euros por ano. Nós, por cá, atacamos, por enquanto, o tabaco e o álcool... Apesar de existirem fugas que não podem ser controladas, como por exemplo, quando algum borracho resolve entregar o corpo ao acto ilícito para pagar a prestação do carro, não há problema. Depois volta ao emprego como se nada tivesse acontecido. A vida soma, segue e dá alegria! Devo dizer que nada tenho contra as profissionais do sexo, pelo contrário, eu sou um eterno agradecido. Elas fazem mais falta do que os psiquiatras e do que os confessionários. É muito natural que como as coisas estão, isto é, por qualquer coisa aparecem as senhoras de boa vontade a distribuir preservativos à malta. Há raparigas que já fizeram circuitos com vários parceiros, por via da segurança que fornicar, nos dias de hoje, oferece. Daí à prostituição concorrencial nem vai um passo. Vai uma nota! A minha avó dizia: meu neto, onde há dinheiro há ladrão. Eu actualizando o dito direi: onde há dinheiro em circulação lá está o Estado de boca aberta. Ou pagamos todos impostos (o que é óptimo para todos) ou então não haverá nada para ninguém. Dizem, agora volto ao tema com que iniciei este texto, que o Estado perde todos os anos um bilião de euros por não haver fiscalização sobre a actividade doméstica (limpezas, companhia de crianças, apoio a idosos,etc.). Não conheço nenhum governo de direita que não comece por moralizar o Estado a não ser atacando os mais humildes. Não me espanta que tal aconteça! Vamos moralizar! Os chulos a pagarem impostos!!! Muito me vou rir! E eles a apresentarem os recibos verdes com os seguintes dizeres: Empresário Auxiliar de Acção de Acompanhamento e Higiene Provagina declara cinco euros e dez cêntimos. Por ser uma actividade que traz muita riqueza para o país ainda havemos de vê-los a acompanharem os primeiros-ministros quando acompanhados com os restantantes empresários vão negociar lá fora no estrangeiro. Que se crie mais uma Comenda para reconhecer a sua gesta...
Manuel Melo Bento
7/04/2006
0:45

Comments:
num altura em que a politica deste rectângulo amargura qualquer um, os seus escritos são tónicos que chama à gargalhada... adoro !!! por favor continue...os meus mais cordias agradecimentos. humberto bettencourt
 
como nos tem habituado no seu blog, mais um post mto certeiro.

aprender com um sorriso nos lábios.
 
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