Friday, April 28, 2006

 

PSD..... Continuação

Pensar-se que após a vitória de Carlos César haveríamos de ver um novo modelo de governação não passou de uma forma ilusória. É preciso dizer-se que César nunca confrontou Mota Amaral directamente. César concorre às legislativas regionais contra um PSD falho de líder que promovesse a unidade da "nação social-democrata açoriana". Este facto e uma volta na apreciação do novo e acamado visual socialista ajudaram-no na conquista da poltrona de Santana. O que tínhamos e o que veio: a social-democracia chefiada por Mota Amaral pôs ao seu serviço todas as classes sociais. Pactuou com a "society" permitindo-lhes lugares cimeiros como por exemplo o caso de Costa Santos. Penso que chegou a Secretário Regional por ter como requisito umas centenas de alqueires de terra (e Mota Amaral a gozar à farta...). Outros que me lembre foram nomeados Directores Regionais pelo peso económico das suas casas comerciais e industriais. Caso da poderosa família Cymbron, etc. À classe média (conserveira dos bons costumes de sacristia) deu Mota Amaral cargos de relativa importância. Como o fez também em relação aos desprotegidos do regime anterior. Todos foram contemplados com cargos públicos. Não se pode falar do período laranja sem referirmos Natalino Viveiros, figura cimeira que influenciava a distribuição de lugares por ter controlado e redimensionado a política micaelense com ódios e amores que ainda hoje lhe são aferidos por correligionários e adversários. Poucos quiseram ser seus inimigos. Só lhe falta ter um canal de TV regional. Uma espécie de SIC... Aguardemos. Nas autarquias foram colocados alguns fundamentalistas e caciques que permitiram um domínio insuperável. Com Martins Goulart à frente do PS houve um certo susto nas hostes social-democratas. Mas não passou disso. A Igreja católica amanhou-se imenso com as patacas do erário público, durante o período laranja. Para além de não pagar impostos de qualquer espécie ainda levou uns bons milhões de contos. Época de fartura! Época de apoios eclesiásticos, nas urnas, está claro. Mota Amaral nomeava este e aquele para este e para aquele lugar. Onde é que eu já vi isso. (Déjà vu)... No tempo da social-democracia criou-se a Universidade Católica Açoriana, perdão o Instituto Universitário dos Açores. Os mestres ou eram padres ou eram filiados no PSD (eu conheço as quatro excepções). Não me podem contrariar apesar de a Universidade dos Açores ter-se queimado (por si...) os professores políticos não arderam, ainda estão por aí. Oitenta por cento são laranjas ou já foram. Não dá jeito, por agora... Ora este modelo de gerir mentalidades (não esquecer as cabeças torneadas pela catequese amantes incontestáveis de um Mota Amaral muito adorado porque quase divino) não é muito difícil de implementar. Pareciam passarinhos com a boca aberta. O povo também se habituou a tudo ter de graça e de esmola. Um certo dia, estando eu em campanha para a ALR uma mulher quis-me afogar. Eu tinha posto na cara um creme claro para ficar seráfico e para ver se enganava o eleitorado parecendo santo. O raio da mulher/eleitora confundiu-me com Mota Amaral. "Malvado, prometeste uma casa de banho, e até hoje!!!" Safei-me, melhor safaram-me das garras de uma futura simpatizante socialista.
(Continua. Para amanhã, casos de Álvaro Monjardino e Costa Neves: até onde podem chegar os políticos da Terceira.)
Manuel Melo Bento
Sexta-feira
28/04/2006

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