Thursday, May 25, 2006

 

COGITABUNDICES II

PREFÁCIO II DO QUE SEGUE
Ao querer determinar a vivência de indivíduos (cujos laços que os ligam os tornam bastantes singulares, o que tentarei mais tarde explicitar melhor) como uma "paideia de regressos", não me subiu nada de anormal à torre de controlo. Para descrever o que me parece ser uma característica de civilização bastou-me comparar civilizações. Penso já ter dito no texto que antecede este (não estou a vê-lo) que na falta de mastabas possuímos pastos. Entremos por outra via. E falemos mais seriamente (plural majestático ?, não) falo eu do que julgo entender. O que temos para dar à comunidade internacional remete-se a uma forma mental de estar. Expresso nos escritos de todos os açorianos, que se dedicam a esta actividade, está uma forma filosófica de encarar a vida. Só me pronunciarei sobre os vivos. Não desprezando o passado devemos é olhar o presente e decalcá-lo como arete. Nem esta palavra nos serve. É snob demais! Nós choramos com dor. Se muitas vezes justificamos o choro nem sempre sabemos que dor é esta que às vezes nos domina não só quando estamos longe como quando estamos perto. Um estar perto que desejamos afastá-lo para depois choramingarmos voltar. Não esqueço "Nova Relação de Bordo". Não somos um povo de vazios nem de saudade tipificada ao estilo português. A nossa suposta saudade é choro, é grito. Sem sermos carpideiras damos por nós a querer sair de nós próprios com o eco que calamos porque os nossos complexos do ficar bem nos arrastam para a mediocridade de quem poucas vezes quis assumir. Quando saímos carregamos uma humildade que nos abre as portas para uma dignidade maior. Há sempre excepções. Os imbecis também têm direito a andar por aí. Somos muito mais prolixos na expressão escrita do que em outras artes (ultrapassamos muitos povos ditos civilizados em percentagem). Mas mesmo aquelas não são de desprezar. No programa de Língua Afiada ouvi uma proposta de alto gabarito. Um dos intervenientes quase que exigia um novo modelo de Cultura Oficial para a Região. Está na altura da "Cultura" nos Açores pôr cá para fora toda a obra que anda por aí em panelinhas. De todas as actividades, note-se. Todos nós sabemos o que se tem feito com a literatura de todos os tipos que é produzida por cá. Tem de haver uma tolerância intelectual em primeiro lugar para se poder arrancar com um projecto deste calibre. E dinheiro? E dinheiro!
Estou a elaborar uma lista de memória. É muito natural que me vá esquecer de um ou de outro nome. Quando isso acontecer há que os repor.
(Os nomes com que iniciei esta perspectiva de Civilização são os que se encontram fora. Acrescento os que me lembrei agora: Fernando Raposo, Carolina Matos, Manuel Avelino Ferreira, João Luís de Medeiros.)
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Manuel Melo Bento

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