Thursday, May 25, 2006

 

COGITABUNDICES III

Seguimento...
Os homens da cultura açoriana estão há muito tempo de costas voltadas para a maioria da população. Uns contentam-se com protagonismos mediáticos, outros fecham-se em grupelhos diletantes. Com esta atitude saem muito dimínuídos porque isto é uma forma fraccionária que impede conhecer-se o seu contributo global. São dezenas e dezenas de valores que desaparecem neste pasmar mornaçoso. Nesta falta de assunção. Neste medo de fantasmas medievais. A nossa civilização (Açoriana) nestes últimos trinta anos produziu homens e mulheres de espantosa capacidade de construção. Falta-nos um grupo capaz de realizar um "organon" com aquilo que já foi produzido. Eu vou tentar colocar na berlinda os nomes que conheço. Há mais! Procurarei dar o testemunho de uma inexplicável diáspora centrípeta. A política e a nossa incapacidade de a viver sem espírito persecutório torna-nos nuns verdadeiros basbaques. Somos incapazes de sobreviver à crítica. Esta fere-nos mais do que a maledicência saloia, invejosa e capciosa tão ao jeito de sociedades tubolares. Só a crítica nos corregirá de posturas introvertidas. Bem, o que quero é levantar tudo o que possa determinar uma Civilização Açoriana. Se, de facto, acabado este levantamento, que começará por nomes e depois terminará com a obra dos nossos vultos actuais, chegarmos à conclusão que não valem um papo-seco com mofo e duro voltaremos ao estádio inicial: mnésico-repetitivos de meia tigela. Eis de quem me vou hoje lembrar: Cristóvão de Aguiar, Machado Pires, Ana Maria Viveiros, Álamo de Oliveira, Emanuel Jorge Botelho, Victor Rui Dores, Manuel Ferreira, Carlos Cordeiro, Avelino de Menezes, Vamberto Freitas, Victor Hugo Forjaz, Victor de Lima Meireles, Eduardo Brum, Daniel de Sá, Urbano, Soares de Sousa, Jorge Nascimento Cabral, Gustavo Moura, Fernando Aires, Sara Maia, Tomaz Vieira, Ricardo Lalanda, Álvaro Monjardino, Fátima Sequeira Dias, José Medeiros, Carlos Eduardo Ferreira, João Mota, Brandão da Luz, António Ferreira Leite, Miguel Soares da Silva, Maria José Cavaco, Maria Bifa, João Paz, Aguiar Rodrigues, Victor Cruz Pai, Milagres Paz, Emanuel Carreiro, Pedro Moura, Fátima Borges, Edmundo Pacheco, Cunha de Oliveira, Ângela Almeida, etc, continua amanhã.
Penso que já se está a desenhar uma superabundância de pessoas que têm obra já feita. Outras virão.
É pena que a Biblioteca Pública esteja a ser dirigida por quem não tem arcaboiço para colocar a público aquilo que temos de muito importante: o nosso pensamento escrito. Faz falta gente capaz nesses lugares. Gente viva. Que saiba dinamizar com o sentido do povo...
Manuel Melo Bento
Quinta-feira
25/05/2006

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