Saturday, May 06, 2006

 

. O PROFESSOR CANSOU PORTUGAL PAROU

Um político sexualmente desactivado em vez de criticar o conteúdo da entrevista de Freitas do Amaral a um semanário lisboeta disse:"É muito mau para o país quando um Ministro dos Negócios Estrangeiros se diz cansado por trabalhar das nove às nove." Adaptado quanto possível, da intervenção de Marques Mendes à frente das câmaras das estações televisivas portuguesas. É este tipo de políticos que fazem política na oposição. De todos os ministros que ocuparam aquela pasta, incluindo as crias do dr. Mário Soares, Freitas do Amaral é aquele que melhor soube dar a Portugal uma imagem de relações externas ao nível europeu. Freitas do Amaral não é uma pessoa que me agrade pois procede para com os Açores como um fanático neocolonialista. Esquece Freitas que Portugal sem os Açores é mais uma nação no quadro das cinco que compõem a Península Ibérica. Portugal é um enclave espanhol até melhor definição. Não tomando uma posição de imediato para com a liberdade de imprensa que fora posta em causa pela publicação das caricaturas de Maomé, quis jogar com um pau de dois bicos. Portugal depende do exterior para sobreviver. O petróleo faz muita falta... Era para esquecer o facto de ter esquecido... Os Açores apesar da sua influente posição estratégica não são do domínio de Portugal na sua complementaridade. Os Açores estão ocupados pelos americanos militarmente. Estes dispõem do território a seu bel-prazer. Aqui só se faz o que a América disser. Antes os americanos do que os sacripantas dos ingleses... Do mal o menos. A América alimentou-nos durante anos e ainda o faz. Freitas deu o dito pelo não dito como deve ser o discurso diplomático. Não se sabe bem qual é a posição oficial do governo português face à ocupação do Iraque. Umas vezes é carne, outras é peixe. Como não é possível a nós açorianos pronunciarmo-nos oficialmente sobre o que se passa no Iraque nem sobre a possível escalada em terras do Irão seria de bom tom que o governo da Região tornasse pública a sua opinião/posição, pois trata-se de um executivo autónomo e eleito no quadro da cota democrática que nos cabe. Ou será que a opinião açoriana tem forçosamente de seguir o que Freitas e companhia cozinharem? É que o não pronunciamento do governo regional é uma espécie de aceitação. Aceitação a quê ? Pergunta-se e ninguém nos responde. Seremos nós neutros? E em que sentido? Que medidas foram tomadas para nos defendermos das ameaças do fundamentalista presidente do Irão? Existem quarenta mil fiéis à espera de ordens para atacarem pelo mundo. Nós estamos transformados numa zona de intervenção do conflito a que ingleses e americanos deram origem. Nós somos seus aliados! Temos muitos pontos fracos e fracas defesas. Melhor dizendo, só os aeroportos estão minimamente vigiados. E quanto ao resto? Passe-se a palavra a César e ao agora Representante. Risos e gargalhadas não são suficientes. Creio eu. Lembrem-se de Pearl Harbour... Estamos rotos. O nosso mar é imenso. É quase um milhão de quilómetros quadrados com um território cheio de enseadas e praias. Não será melhor César declarar a nossa neutralidade face àquilo que nos pode acontecer e que nem o Santo Cristo pode fazer nada para nos defender? Será que os americanos têm tudo controlado? Onde e como? Como se faz a vigilância das muitas instalações militares que têm espaço bem visível na nossa terra? É tempo de respostas!
Manuel Melo Bento
Sábado
06/05/2006

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