Thursday, June 01, 2006

 

AVALIAÇÃO DE PROFESSORES: UMA MINISTRA ACTUALIZADA

Legenda
Dona Maria da Encarnação, Encarregada de Educação, dirige-se à Escola EB-2/3 Canto da Maia a fim de avaliar os professores do filho. Trabalho de análise já a seguir.
Horas depois. Jantei. Sentei.
A Dona Maria da Encarnação, casada com José Finalço, antes de ter dado entrada na Escola para se envolver no processo revolucionário em curso, isto é, participar na avaliação dos professores da sua cria (que já se envolvera em cenas de rara violência com os colegas...) teve de dar despacho aos assuntos domésticos da subsecção dos líquidos. Explicando melhor (e esperando que a Ministra da Educação também faça blogues, pois leria este aconchego pedagógico para melhor se inteirar das questões do terreno), o senhor Finalço , mais conhecido na zona onde habita por Tareias, mal acordou pediu o garrafão de vinho à mulher. Porque este se encontrava totalmente vazio (a noite passada à conversa e ao jogo com os seus sociais companheiros de batota esgotara as reservas do tintol e ele já muito bebido esquecera de oficiar à mulher para que providenciasse o reforço) desatou à porrada (adjectivo adequado à sua classe social ) na mulher. "Sua puta de merda, só serves para comer! Sou eu que te sustento, cabrona!" Os leitores mais sensíveis que me perdoem os palavrões que o Tareias dizia à "esposa" (oficializada pelos sacramentos) ao mesmo tempo que a preparava/aquecia para mais um dia de trabalho. Eu estou apenas a ser o mais fiel possível, não vá a Ministra acusar-me de falta de rigor científico. Depois de ter colocado na despensa (frigorífico avariado por causa de um coice do chefe de família que falhara na direcção da filha cujo namorado lhe tinha roubado uma imagem do Coração de Jesus, feita em madeira, para adquirir droga) os dois garrafões de vinho, inscritos na verba da disponibilidade da taberna da esquina, a Dona Encarnação encaminhou-se para a Casa do Rendimento Mínimo Garantido (era assim que ela denominava a Escola). Foi recebida pelo chefe do pessoal Auxiliar de Educação que depois de a identificar a encaminhou para uma sala onde lhe indicaram uma cadeira para se sentar. Esta ficava no centro de outras duas já ocupadas - uma pelo senhor Firmino que ela conhecia muito bem do Hospital Espírito Santo onde era enfermeiro e a outra por uma senhora que aparecia na televisão sempre que havia greves. Mal se sentou o senhor Firmino disse-lhe: "A senhora vai ter de ser a Presidente do Júri!" Dona Maria da Encarnação começou logo a gritar e a chorar aproveitando para acumular dois choros, pois que em casa o seu homem ainda lhe batia mais se ela fizesse berreiro. "Não fiz nada para ser presa, meu Deus!" Tentaram explicar-lhe as novas determinações ministeriais. A reunião ficou suspensa não só pela impossibilidade de a esclarecer acerca da nova metodologia da Lei de Bases do Sistema Educativo, como porque o companheiro da grevista não parava de buzinar. O dia estava óptimo e o farnel estava pronto para o piquenique à beira da Lagoa das Sete Cidades. E, depois, a relva estava óptima. Havia que pôr em prática as orientações da sexóloga doutora Marta da TVI. O Enfermeiro Firmino, ao preparar-se para se ausentar da sala de avalição dos professores, foi chamado de urgência, pois a professora que aguardava o veredicto tivera um fanico.
(Continua este texto amanhã)
CONTRIBUIÇÃO PARA O CONCEITO DE CIVILIZAÇÃO AÇORIANA:
JOÃO AGUIAR, MARIA ANTÓNIA FRAGA, LUÍS FILIPE BOTELHO, ADOLFO LIMA, PIEDADE REGO COSTA, JOSÉ PRACANA, WEBER MACHADO PEREIRA, etc. (Cont.)
Quinta-feira
o1/05/2006
Manuel Melo Bento

Comments:
Pela parte que me toca...muito obrigada
Maria Antónia Fraga (miriam)
 
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