Friday, July 21, 2006

 

O IMAGINARISTA - CONTINUAÇÃO DO DIA 20 DE JULHO JÁ A SEGUIR

MANDALA
Esta questão é temporariamente resolvida quando a revolta sai à rua. E isto acontece porque os detentores da riqueza se descuidam. A acumulação de riqueza, quando indevida, gera desequilíbrio. Os acumuladores daquela correm certos riscos quando não se dispõem a distribuí-la conforme as solicitações surgidas pelos saltos qualitativos e evolutivos da sociedade. As reformulações sociais têm de ser permanentes. A ganância é tanta que faz com que o grande capital em vez de tentar harmonizar a comunidade gaste enormes quantias em segurança especial para viver em "fortalezas" e outros "terrenos" de difícil acesso. Esta falsa sensação de segurança tem sempre os dias contados. Não é eterna. Isto ensinam-nos as descrições da história da humanidade.
VARETT
Que raio de Universo!
M
Existe um fenómeno que germina por dentro dessas sociedades musculadas e que dá pelo nome de corrupção. A sociedade dos poderosos não a aceita muito bem quando ela dá muito nas vistas, porém, os corruptos são necessários não só para os saltos qualitativos (discutível no sentido moral do termo) como para fazerem ajustar o aparelho judicial às pretensões da populaça.
V
Uma forma de justiça social, a corrupção?
M
O corrupto de hoje, será o herói de amanhã.
V
Os corruptos vão parar à cadeia.
M
Lá voltaste ao Universo imaginário. Alguns corruptos sobem ao cadafalso assim como alguns justos. Alguns ladrões são presos como também alguns polícias.
V
Os justos não são corruptos!
M
São-no na medida em que interferem no que está estabelecido. São-no de sinal contrário. E são tão nocivos quanto os injustos. Os justos sociais desequilibram as estruturas cerebrais das sociedades. Estas não perdoam e fazem daqueles as vítimas mais próximas.
V
Isso é um disparate!
M
Se sabes ler, lê um pouco de história!
V
As sociedades organizam as suas constituições, o que é um acto de grande civilização.
M
É um acto tão civilizado que tem de ser revisto de tempos a tempos.
V
Para se adaptar às exigências do progresso social.
M
As constituições, muitas vezes, funcionam como o Zé do Telhado, outras como o garante dos interesses da burguesia. E, quando se pronunciam textualmente pelos direitos, deveres e garantias dos cidadãos é para disfarçar os seus interesses.
V
E quanto aos Direitos Universais do Homem?
M
Os regimes totalitários, quer sejam de direita quer sejam de esquerda, usam-nos para proveito próprio e quando mostram preocupação por alguma "vítima" além fronteiras não o fazem por motivos humanitários, mas para ressalvar imagens e diplomacias. Por exemplo, no Ocidente, encontram-se prisioneiros sem culpa formada e em condições desumanas. No entanto. o mesmo Ocidente condena cinicamente países com ideologias e religiões diferentes que esbarram nos direitos humanos tanto quanto ele.
V
Conclusão concluída (como dizia o Alceu) sejamos justos connosco próprios e admitamos que como espectadores involuntários confundimos os autores, os narradores e as personagens porque às tantas nos julgamos capacitados para pensarmos o impensável. E, tudo isto pensando...
(Continua amnhã, dia 22 de Julho de 2006)

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