Saturday, July 29, 2006

 

VIVIDA

MAIS UM VÓMITO
“VIVIDA” ESCRITO EM 2002 SOFRE DE ALGUMAS BABOSEIRAS CONCEPTUAIS. OS MEUS VÍCIOS E AS MINHAS INCOERÊNCIAS FAZEM PARTE DO MEU PATRIMÓNIO. NÃO ME PASSA PELA CABEÇA ESCONDÊ-LOS NEM ADMITO QUE SE VÃO. SE VOLTASSE A 2006 VOLTARIA A ESCREVÊ-LO? NÃO SEI!

VARETT
Que interessa apreender mais: a finalidade da vida ou a finalidade da vida vivida?
MANDALA
Creio que é mais fácil começar-se pela finalidade da vida vivida, pois esta é o corolário de um movimento que aparentemente tem um começo e um desfecho. A finalidade da vida sugere questões que uma vez levantadas apontam para o pensamento revelado.
V
Vejamos o que tens para dizer acerca da finalidade da vida vivida...
M
Antes de teres consciência de que sofrias, te alegravas, descansavas, te deitavas, etc., o que julgas que eras antes disso?
V
Estava para ali!
M
Quer dizer que antes do ser consciente que passaste a ser, não davas por ti. Será?
V
Creio que sim! Embora, reagisse a determinadas situações.
M

Não utilizemos a palavra princípio por agora. Vamos substituí-la por recomeço. Um recomeço que pode ser recordado e até trabalhado em termos de análise de “alma”. Isto tratando-se do percurso do ser que se torna consciente.
V
Tal como se de um registo se tratasse ?
M
Sim! A partir deste recomeço podemos pois organizar o percurso de alguém (algo) que o teve, o
desenvolveu e que depois por uma questão qualquer deixou de ser consciente. Digo que, de consciente a consciente eu posso fazer-lhe o “retrato”, o registo, o filme...
V
Até aqui tudo bem. Um recomeço consciente e um deixar de o ser. Tudo aparente porque com os mecanismos internos é outra loiça!
M
Nem preciso, por enquanto. Porque creio que uma vez perdida a consciência do ser, a titularidade do que não é consciente pode ser relegado para o laboratório do cientista ou do especulador. Não está no âmbito do meu desejo encontrar a finalidade da vida em estádio não consciente. É pura perda de tempo, por agora! Imaginemos substituir a gasolina que um automóvel necessita para se mover por trigo em pó. E depois? Não vou perder tempo a filosofar sobre a inutilidade dela (farinha) num motor de explosão.
V
Por que perdes tempo com algumas coisas e não perdes com outras?
M
Deixo essas outras coisas para quem vagueia nesses jogos. Os teus ptrimeiros medos o que foram?
V

Medo de cair e de me magoar. Medo de me queimar com o fogo. De me afogar. Medo que me faltasse o ar. E outros medos que agora não recordo.
M
Esses medos até onde te levaram?
V
A temer pela vida. Pensar que podia morrer e outras mortes.
M
A par desses medos havia quem te protegesse fisicamente?

V
Claro! A família que me oferecia segurança.
M
Esses medos que te ligavam fisicamente ao teu mundo e que tiveram resposta imediata, ficaram por aí?
V
Não, desenvolveram-se.
M
Foram instruídos por ti ou por alguém?
V
Parte por mim e outra por alguém que me orientou.
M
Seleccionaram-te os medos?
V
A questão não é simples. Alguns medos do desconhecido foram suspensos. Melhor, temporariamente os medos foram relegados para um patamar que os anestesiava se eu me preparasse para os enfrentar.

M
E assim surgiu o quê?
V
Uma reformulação do medo que me mantinha a vida equilibrada pois já não tinha ninguém a amparar-me as quedas nem outras coisas do género.
M
Tinhas crescido. Acabaste por substituir o apoio paterno por um apoio mais rebuscado-reformulado como tu próprio já o aceitaste.
V
Sim, a vida tem de ser apoiada. Somos apoiados em tudo. A escola, o trabalho, o casamento, o amor, o policiamento, tudo isso são apoios...
M
E cada etapa desse apoio, tomado à letra, que fará no percurso do consciente?
V
Reforço.
M
Então, cada salto de apoio em apoio, de reformulação em reformulação, torna o consciente ou lá o que é isso um contentor , um grande consciente?
V
Uma grande consciência não é necessariamente um grande saco de experiências ou de saberes.
M
Queres dizer que os saberes poderão estar fora da consciência e esta poderá ser grande sem aqueles?
V

Uma consciência bondosa para que precisa de ciência?
M
E como se adquire uma consciência bondosa sem passar por etapas e/ou reformulações?
V
Nascemos com ela!
M
E há quem nasça com má consciência?
V
Sim!
M
A consciência pode ser modificada?
V
Sim!
M
E, como se sabe isso?
V
Quando a vemos actuar nos outros e com os outros.
M
Portanto, tanto uma má consciência pode tornar-se boa e vice-versa.
V
Não tem problema.
M
Podemos partir do seguinte raciocínio de que quando não temos consciência não há manifestações de boa ou má consciência?
V
Sim!
M
Então, todos os actos considerados bons ou maus só os temos quando no período do consciente?

(Continua amanhã, dia 30 de Julho)

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