Sunday, August 06, 2006

 

CADERNOS DO OLHAR - CONTINUAÇÂO DO DIA 6 DE AGOSTO DE 2006


CADERNOS DO OLHAR I – CONTINUAÇÂO

VARETT
Isso é tudo muito giro. Onde colocas tu as polícias, os militares, os donos da justiça, do dinheiro, etc.?
MANDALA
Vamos por partes. Quando o sensor da política interpretar sinais de sobrevivência e crescimento do Corpo Central torna-se claro que ele tem de exercer um poder que só se efectiva quando os indivíduos que o compõem são obrigados a obedecer para que a harmonia do crescimento e sobrevivência se verifique. O Corpo Central cria a cabeça que depois o vai conduzir no terreno das apetências. Precisa de adjuvantes. E estas podem ser polícias, juízes, militares...
V
Militares! Mas estes só servem para defenderem o teu Corpo Central dos inimigos externos. Não será?
M
Vejamos. O Corpo Central da Argentina, por exemplo, quando “solicitou” aos sensores da política que o limpassem dos inimigos internos. Os povos têm o seu lado sangrento. Têm sede de sangue.
V
Isso é coisa de fascistas e do Pinochet!
M
Vejamos. O Corpo Central da URSS quando “solicitou” ao sensor da política que o limpasse dos inimigos internos.
V
Isso foi coisa de comunistas e de Stalin!
M
Os militares são adjuvantes dos sensores, mas estão sempre, directa ou indirectamente, ao serviço do Corpo Central. Cabe aos militares outras tarefas. Havemos de as explorar se tivermos tempo.
V
Isto está confuso. Eu acho que o teu Corpo Central é um serviçal e não um servido. A meu ver o Corpo Central vive mal e nunca vive como os sensores. Estes sim, é que sabem viver.
M
A cabeça de qualquer animal exige mais requisitos do que qualquer outro órgão. O que cabe ao cérebro não cabe à unha do pé. A esta basta que o sangue circule aquecendo-a e pouco mais. Ao cérebro o muito que é para ele e à unha o muito menos. Ao cérebro há que fornecer-lhe dezenas de géneros para o fazer funcionar em condições. Se cortares uma unha podes continuar vivo. Se retirares parte do cérebro vais sentir uma grande diferença... Se atribuíres à unha do pé aquilo que é por direito pertença do cérebro ela apodrece...
V
Reaccionário!
M
Estás a aprender muito depressa. A questão passa por tratarmos estes assuntos com frieza e rigor. O resto é conversa. O que eu quero é que entendas o meu ponto de vista, para já.
V
Organizaste fisicamente o teu Corpo Central e os seus sensores. Eu diria que não estás bom da cabeça. Todavia, como não tenho muito que fazer e o sono não vem, vou continuar com este tipo de conversa para matar o tempo. Contudo, não penses que te vou ouvir dizer baboseiras sem intervir. É que às tantas, não há pachorra. Para já vais responder a esta questão que te vou colocar: se num Corpo Central houver um acidente catastrófico que destrua todo o sistema de panificação, de fornecimento de pescado e se acrescentarmos a isso um ano agrícola péssimo somado a uma doença que dizimasse toda a pecuária e muito mais desgraças de estilo, o que é que aconteceria ao teu Corpo Central e aos sensores?
M
Nos dias de hoje, os Corpos Centrais têm interesses na troca, compra e venda de produtos com outros Corpos Centrais. Facilmente haveria recuperação e com mais ou menos uma política de contenção tudo voltaria à normalidade em pouco tempo. Agora, se a tua questão se reportasse a uma época longínqua onde esse corpo estivesse isolado, a solução seria outra. Perseguições, assassinatos, roubos, tudo era de esperar se os sensores não resolvessem o problema da sobrevivência do Corpo Central. As cabeças não estariam a salvo se não encontrassem soluções a curto prazo. A história ensina-nos que os sensores preparavam expedições de saque noutros territórios pertença de outros Corpos Centrais. Precisavam dos militares e de outros adjuvantes e lá iam fazer a guerra como meio de sobrevivência.
V
E, qual era, nessa altura, o papel reservado ao sensor da feitiçaria, perdão, da religião?
M
Apoio!
V
Apoio ao saque e ao roubo?

Continua amanhã, dia 7 de Agosto de 2006

Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?