Tuesday, August 01, 2006

 

VIVIDA


VIVIDA

Continuação do dia 31 de Julho

MANDALA
Coisas que passaram despercebidas ao consciente ou então a este na altura não interessavam aquando do percurso das etapas do recomeço. A retenção, como mecanismo que às vezes funciona e outras não, é um reservatório. O consciente utiliza essa retenção na medida do possível e da utilidade. E actua usando diversas técnicas.
VARETT
É preciso lata e descaramento para destruir estruturas teorizadas e estudadas no terreno laboratorial.
M
Não se trata disso. Eu não posso, por exemplo, definir a vida por que vejo pessoas vivas. Comportamento não é a vida.
V
Os mortos não se comportam!
M
O comportamento é uma versatilidade da vida. De outro modo o comportamento seria a vida. O que originaria uma grande confusão. Não me cabe dizer que aquilo que não é consciente é “inconsciente”, embora seja facilitador como ao longo desta conversa transpareceu.
V
Então, antes de surgir o ser consciente como classificas o período imediatamente anterior?
M
Um bebé de um dia ou dois suga o leite materno por “instinto”. Não há aqui espaço para o termos (considerá-lo) não consciente ou preconsciente. Para além da observação, quem é que se pode permitir elaborar deduções sem margem de erro? Aquilo que a razão não explica não é irracional. O desconhecido não é irracional! Tenhamos a coragem de o admitir, assim como àquilo que desconhecemos não nos é lícito inventarmos recheios de razão, porque este jogo só serve para entreter. Caminhamos ao lado de uma realidade (pelo menos para nós). Eu sei que de um casal de animais advém uma multidão imparável de seres da mesma espécie. Pergunto-me porquê? Será racional juntar dois seres para obter um terceiro, um quarto, etc.? Como isso é possível? Porquê? Não obtenho resposta satisfatória. Eu sei que o observável não é racional. Por que se há-de sobrepor racional com observável? Se o fazemos é porque confundimos as coisas para as podermos compreender e explicar à nossa dimensão. A multiplicação das coisas nada tem de racional. O racional não é o múltiplo provindo do uno. Isso está lá. A razão é uma invenção de primeiros socorros. Nós somos parte do uno e do múltiplo, por isso os compreendemos. É a vida vivida. O que não é consciente para nós, não nos obriga a ser racional nem não racional. Somos nós que somos assim.
V
Estou aqui estou a ouvir-te dizer que aquilo que é pode até não ser o não ser quando o ser que é for o seu contrário...
M
Se te é permitido chegar a Deus racionalmente, por que razão não posso eu entender que dois isqueiros activados sexualmente poderão parir um terceiro?
V
Não podes confundir a razão da existência de Deus com uma não razão.
M
Esta minha não razão e a tua razão estão baseadas em quê? Não me vais dizer que a razão de Deus não se discute?

Continua amanhã, dia 2 de Agosto de 2006

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