Thursday, September 14, 2006

 

AMARGURA

VARETT
Será que o homem pode quantificar a amargura?
MANDALA
Um homem que conheça o seu estado clínico e saiba que não tem mais do que dois meses de vida (cerca de 182 rotações da Terra) viverá mais amargurado do que outro que não tendo qualquer doença esteja condenado a morrer naturalmente quando a Terra perfizer sobre a data do seu nascimento cerca de 30.000 rotações? Uma amargura reduzida a 182 rotações é matematicamente diferente da que se estende por 30.000. Neste último caso, ela a amargura é tão ténue que dir-se-ia inflacionada.
VARETT
E que me dizes a uma amargura que nada tenha a ver com tempos de vida e de morte? Poder-se-á quantificá-la? Por exemplo, a amargura de não se saber se um ente querido estará feliz ou não após ter-se tido conhecimento de o mesmo ter sido vítima de uma rotura sentimental
MANDALA
Embora este tipo de amargura difira da que acabámos de referir, esta aflição terminará após conhecermos a situação do parente “acidentado”. O que equivale a dizer que as rotações do planeta não param e que podemos contá-las a partir do conhecimento do “acidente” até termos sabido o seu resultado ou desfecho. Não se pode deixar de pensar em quantidades desde que as relacionemos.
VARETT
Surge-me outra dúvida. Se posso relacionar amargura com tempo-rotações, já o mesmo não poderei fazer com a intensidade da amargura. Pois sei, por experiência própria, que há momentos de forte e intensa amargura e outros de menor intensidade de amargura.
(Continua o diálogo amanhã dia 15 de Setembro)

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