Tuesday, September 12, 2006

 

A EXPLORAÇÃO DOS VIVOS

(Continuação do dia 11.9.06

Onde prospera o abraço não cresce humanidade. Eu dividirei as minhas dúvidas, como alargadas heranças, não com escravos mas a senhores. Eu lavarei os deuses contaminados de tanta posse e de tanta lambidela. Eu os voltarei a colocar nos mesmos altares, desta vez com etiquetas. Eu não substituirei o amor aos deuses por ódios e descrenças. Dar-lhes-ei utilidade não permitindo que alastrem ainda mais o seu silêncio de bons anestesistas. Torná-los-ei mestres-escola na mímica dos seus gestos. Não falarão mas gesticularão. De noite até podem dormitar; o gesto estará mecanizado para outras invenções. Tornar-se-ão mecânicos humanizados. Que deuses! Assai no Inferno os que pensarem que os deuses se darão de todo. Haverá deuses para os mais prósperos , mulheres e crianças. Abrir-se-ão excepções às crianças, nunca a mulheres. Nem será tanto necessário pois são muito fiéis aos deuses e a nada mais. Os que nada têm utilizarão os deuses suplentes que têm dado muito jeito por causa das aglomerações. Tudo isto não só a pedido dos “meiosdointelecto” como também para - não vá o Diabo tecê-las - atender a hipótese de algum querer mudar de altar. Ter-se-á também em conta os deuses modernos. A estes, pelo facto de não se poder ainda recambiá-los por motivo de contenção de despesas, permitir-se-á casarem ou acasalarem ou acasalarem conforme as suas tendências e orientações libidinosas. São deuses! E as despesas de manutenção serão a dividir. O que convém muito. Aos deuses e seus amigos tudo será facilitado. Deverão respeitar os mais velhos segundo a ordem de chegada aos altares. Porém, isto deverá ser previamente acordado por uma “AssembleiadeBonsCidadãos”. Estes não precisam de ser testados seja em que for, pois, são eles que ficam com o encargo de defenderem os deuses de possíveis ataques e de estarem atentos às suas necessidades. Não se criarão oráculos nem catedrais sem se saber se estarão geopoliticamente enquadrados no paralelo das riquezas espirituais de cuja emanação se espera muita matéria perceptível. Só uma divindade que morre tem um morto por adulador! Os deuses querem-se vivos dentro e fora de nós. O nosso fim são os deuses embora estes não o tenham. E aqui residem os mistérios que não de Eleusis mas dos que os serviram e bem. Certamente que um bom desempenho será compensado pela infinita contemplação. Todo aquele que foge da morte é como o falso tradutor que lê e traduz uma carta de amor de um amigo à namorada tendo ele (tradutor) apaixonado-se por ela...


Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?