Saturday, September 30, 2006

 

NA SERVIDÃO DO DESEJO
V
No sótão, Emírcio tem o cinto das calças na mão.

EMÍRCIO
(Muito excitado e falando entre dentes.)
Seu estafermo! Sua puta desalmada! Vais para o olho da rua, hoje mesmo! (Bate em Inocência nas pernas e na cabeça. Quando Matilde procura colocar-se entre os dois, Emírcio dá um forte pontapé no estômago da rapariga. Esta começa a gemer enquanto a velha Aurora lhe tapa a boca.)

VI
Emírcio entra na sala de jantar apertando o cinto das calças.

EMÍRCIO
Desculpe senhor Souza. (Senta-se à mesa). Estas cenas são muito aborrecidas. E logo Laura que fizera tanta recomendação.
SOUZA
Olhe meu caro doutor, com esta gentinha tudo é possível. Não se irrite. Perdoe-me a insolência, e se bebêssemos um copo de vinho para esquecer. Não se importa, pois não?
EMÍRCIO
Por quem é senhor Souza. O senhor, aqui na minha casa, manda. (Bate com a faca no copo insistentemente.)
MATILDE
(Entrando depressa e muito ofegante.)
O senhor doutor chamou?
EMÍRCIO
Serve-nos vinho, velha estúpida!
(Matilde a tremer enche os copos e a muito custo consegue não entornar o vinho.)
EMÍRCIO
Vai-te embora que quando precisar de ti chamo-te.
SOUZA
(Depois de beber um pequeno trago)
Não é muito enrolado, mas bebe-se bem. Qual é a região?
Continua

Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?