Sunday, September 17, 2006

 

O BITEÍSTA

MANDALA
Eu vejo coisas e cores. Estão as cores nas coisas ou as coisas na cor? As cores distinguem as coisas enquanto acidentes nestas? Como são diferentes coisas iguais com cores iguais? Coisa com uma forma e cor próprias distingue-se de outra idêntica como? Na ausência de uma coisa igual a ela, como descubro que é ela e não outra? Uma bola (z) com um centímetro cúbico de volume e outra bola (y) com o mesmo volume! Ambas pesam o mesmo. Têm a mesma cor e não se podem distinguir facilmente. Isto é, só podem ser distinguidas em laboratório. A coisa (z), ela mesma, não se pode distinguir humanamente da outra coisa (y), uma vez que parecem iguais. Eu não confundo as cores com as coisas. Mas posso confundir uma coisa com cor e forma de uma outra com cor e formas iguais. Dado que a bola (matéria) é pertença do mundo sensível, enquanto observável, é plausível eu não me enganar se exercitar a observação científica. Para facilitar a distinção da forma e do peso (z) eu poderia aplicar uma cor diferente a (y) e já não as confundiria. No mundo da abstracção e num jogo de trocas possíveis, eu estou sujeito a confundir z com y. Basta que eu não consiga distinguir uma das bolas, uma vez que as coloquei longe no “meu campo de as percepcionar abstracto”, (campo de visão “abstractiva”). Se eu substituir as bolas por números, captarei mais facilmente o “instinto” de confusão, uma vez que os números estão “colocados” no mundo do abstracto em muito mais vezes do que os objectos. Refiro números iguais! Por exemplo o um com outro um. Para facilitar, poderia “marcar” cada número igual a outro com um sinal. Aqui, estaria a adulterar a capacidade de observar e não está no âmbito desta questão. Será que é mesmo uma questão?
VARETT
Se bem me parece, raciocinar até que pode dar de comer. Imagina tu que eu distinguia facilmente coisas físicas iguais, fazendo apelo à minha inteligência?
MANDALA
Como?
VARETT
Aquecia uma das bolas e logo ficaria a saber qual delas se tratava.
Continua amanhã, dia 18 de Setembro de 2006

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