Monday, November 20, 2006

 

NA SERVIDÃO DO DESEJO
Continuação

EMÍRCIO
Os deuses pecaram e ficaram prisioneiros no templo das vestais. Sou Emírcio, um penitente que sobreviveu da vertigem do desejo e que se encontrou no erro. Viverei sonolento, mas viverei outra norma. Não me transformarei no cordeiro vitimizado no altar de Afrodite a quem Eros persegue por nada possuir de seu a não ser a herança efémera de Penia e de Poros.
VOZ
Que mais te falta para seres a sucursal da imbecilidade humana? O amor não pode ser retardado. O amor não pode ser proibido!
EMÍRCIO
É demais para mim. Eu li os papiros do sofrimento. Existem regras para serem cumpridas. A minha vida é a minha norma!
VOZ
Os palácios são o cárcere dos seus donos.
EMÍRCIO
Grilhetas, quem não as tem? E quantas vezes, não são elas necessárias? (Emírcio esforça-se por sorrir) É a nossa condição de civilizados. (Perfuma-se)
(Laura chama Emírcio. Vão jantar fora.)
EMÍRCIO
(Cofiando o bigode)
Já vou, já vou! Não é chique chegar muito cedo...
Continua
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