Tuesday, January 16, 2007
COMPLEXIDADES DA SEMANA
Quando iniciei o estudo sobre entropia com carácter mais lúcido e rigoroso comecei por não só não entender nada como fiquei baralhado. Só me apercebi que depois de saber viria a não saber… No Universo, o conhecimento humano é um acto consciente quer esteja possuído do movimento de inflação (expansão) quer esteja em implosão (regressão). Tenho consciência de que não posso saber o meu futuro, apesar de a Física Teórica muito logicamente demonstrar o contrário. Leia-se por exemplo Trinh Xuan Thuan em “O Caos e a Harmonia”, ou “folheemos” os quilogramas de Brian Grene em “O Tecido do Cosmos” que de entre todos os físicos teóricos que li são os mais acessíveis… para mim, claro! Vou repetir - é chato, mas tem de ser – os momentos de conhecimento psicológico são iguais somente para cada possuidor de uma mesma experiência. Na inflação, vou sabendo em crescendo. Na implosão, deve ser precisamente o contrário. Diria que é na base destas lucubrações teóricas que a morte vai e vem. Mas que morte posso conhecer? Na posição inflação ou na posição implosão? Simetria na morte? Sê-lo-ia unitária (de dois momentos que são um). Sendo unitária mas possuindo dois momentos esta só se aplicaria a um sujeito. Em termos de uma entropia, a morte é decomposição. O que arrasta, por isso mesmo, à decomposição do entendimento. No cérebro inflacionário em que momento ela é morte? Isso leva-nos a questionar se é momento único (tendo em conta a implosão) é porque é um vaivém que não se move. Um desdobramento? Terá espaço (psicológico)? Se tem usa um canal próprio. E aí estará nele. Se caso contrário se esvai multiplicando-se seguirá por vários canais. Desunida? Será? Se não é uma coisa nem outra, partiremos para várias intenções de probabilidade. Multiplicidade? Como assim? Situada no Universo? A isso não poderá fugir tendo por princípio de haver apenas um Universo. Outros Universos? Não tem problema saltar para os Universos que existirem. O mesmo raciocínio se aplica. Não existindo vários, obteremos uma única dimensão. Caso é! A morte é complexa… Só se pode partir da complexidade quando ela deixar de o ser e passar a não sê-lo. Sendo complexa, só será entendida como complexa ou não complexa? O facto de ser complexa implica a probabilidade de ser mais ou menos complexa. Estaremos num Mundo certamente compreensível na sua incompreensibilidade. A morte é pois o que pode não ser se assim o entendermos. Acabaremos por não percebermos o entendimento que ela nos proporciona pois nos levará a uma ruptura com as coisas. O entendimento limita a coisa, pois é juiz de si próprio. Para o homem é o tudo que nada nos dá. Sempre que entende quer entender mais porque entende. Passar de um entendimento a outro que se lhe segue implica que o que fica para trás não pode ser entendimento, mas sim um sucalco do entendimento. O entendimento divisível não o é em si mesmo. Cada entendimento ou é um recuo ou um avanço. A soma dos entendimentos deduz limites expressos do complexo. Como avaliar o complexo sem nos enganarmos? O que é complexo é um projecto do que é perceptível por ser complexo. Mas, sê-lo-á, de facto complexo? Para quem se torna complexo o complexo? E se o complexo for simples? Com que dimensão do entendimento estaremos nós a lidar? Até que plano nos foi permitido chegar? Como saberemos poder olhar tudo azul se só possuímos a capacidade de ver tudo amarelo? Isto é, incluídos no Universo e dele sem podermos sair (nem com o pensamento) como saber que entendimento adquirir de que não existindo fora dele nos propomos achar que é o contrário? O Universo também é morte? Seremos tão arrogantes que nos atrevemos, sendo por ele criados, a dizer como é ele? Para o afirmar não teríamos de ter sido nós a criá-lo e isto sem termos de nos explicar?, o que seria uma outra questão… Quando julgamos que não há limites para o limite não estaremos nós a passar dos limites?
manuelmelobento