Saturday, February 17, 2007

 



TEMPOS HOUVE EM QUE AS CÂMARAS NÃO PASSAVAM DE ASILOS POLÍTICOS

Tempos houve que pouco ou nada se ouvia falar de presidentes de Câmara. Passados tempos, verificou-se que os cargos políticos das autarquias começaram a atrair toda a espécie de políticos. Uns, para as Câmaras vinham, outros das Câmaras saíam. Os que chegavam acalentavam saltar para outros ninhos. Os que delas partiam em voo acelerado, por vezes, tentavam alcançar lugares que não estariam ao seu alcance pelos circuitos normais e internos das “câmaras partidárias”. Com o esvaziamento da importância de alguns cargos ministeriais, mercê dos que no actual entendimento usurpam todo o protagonismo, a apetência dos descamisados orienta-se para os lugares do palco concelhio, onde uma comunicação social manipulada os alcandora para as aberturas dos telejornais, pelas piores razões regra geral. Ganharam câmaras personalidades de vulto cujo nome garantia à partida a vitória sobre outras tendências encabeçadas por “estagiários”. Eram pessoas que tinham adquirido créditos políticos substanciais. A Câmara de Lisboa nos últimos doze anos perfilhou um Presidente da República e um Primeiro-Ministro. Esculpiu alguns ministros e uma série animada de candidatas que emolduram uma ainda temática aloirada de intenções. Porque a política é como a economia ou como dizia a minha avó: “onde há dinheiro, há ladrão” (trata-se de uma alegoria. É que a minha avó quando sabia que determinada moça passava muitas vezes pela mesma rua em vez de dizer: ali há mouro na costa - atirava para matar de um só tiro dois coelhos). Não vou elaborar a lista das personalidades que a política camarária cilindrou. São muitos e muitos que ainda aguardam aterrorizados o fim da investigação do Apito Dourado. É que depois da presente “golbolada”, Maria José Morgado deve estar a preparar-se para virar o País do avesso e aí é que vai ser o bom e o bonito. A Procuradora, apesar de idosa, está longe de se reformar… Voltemos ao que me motivou para escrever este “netexto”. Carmona Rodrigues é, hoje, vítima de uma guerra sem quartel porque – e retomando a “tese” que é da Câmara de Lisboa que às vezes saem os pais da Nação – ele pode vir a ser um desastre para o Partido Socialista no próximo acto eleitoral se o PSD resolver, numa atitude de rara inteligência, substituir Mendes e arranjar um líder que se veja, perdão que leve a social-democracia às vitórias. A minha avó - se fosse viva – dizia (diria) que gostava muito do Salazar, porém, apesar de ele ser muito seriozinho estava rodeado de ladrões. Nada falta ao Professor Carmona Rodrigues. Tem carisma. É sério. Cai no goto. É simpático. Sendo careca não parece. Aprendeu depressa a cartilha da política que ensina o sujo e o limpo. Os cães que lhe morderam é que apanharam raiva. Resumindo: o Partido Comunista percebe que se for a votos perde hegemonia. O Partido Socialista não tem candidato. O CDS-PP só com Portas poderá equilibrar-se, visto que a Zezinha já deu o que tinha para dar. O PSD aguarda tornar-se vítima para ganhar a todos. O Bloco de Esquerda é o único que ganhará com a demissão da actual Câmara porque Sá Fernandes, que começou como munícipe irrequieto, encarna, na actualidade, o homem-instituição capaz de fazer parar todo o tipo de atentado às mais elementares aspirações de decência que já nos vêm fazendo falta. Estão a fazer uma grande cova para o Professor Carmona Rodrigues. Estão tão distraídos os seus autores que nela vão caber outros que não ele.
PS:
Certo dia, na minha escola primária, um aluno ofereceu à mestra uma régua de osso de baleia. Coisa certa. Foi ele o primeiro a prová-la. Caso é! Melhor dizendo, caso foi…..
manuelmelobento

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