Saturday, March 31, 2007

 


A NOVA BURGUESIA DE TODOS OS LADOS ORIUNDA

Enquanto a oposição ao governo de Sócrates se estica por todo o “continente”, a nossa, por cá, adormece à sombra desta Primavera que teima em aquecer. A direita portuguesa procura organizar-se - à custa de alguma perturbação - sem perceber muito bem o que está em jogo. Melhor, com o que pode ir a jogo, já que os tempos difíceis obrigam a uma certa contenção. No entanto, Marques Mendes, perdido no deserto sequioso das propostas exige que se baixe os impostos. É o que queremos ouvir, mas não todos. Se por acaso algum milagre o levasse ao poder, devia continuar a dar seguimento à política de contenção, isto é, os impostos subiriam está claro. Não percebeu, nem ele nem os seus companheiros, que se está a desenhar uma nova classe média que apoia o rigor e o sacrifício dos mais desfavorecidos para ela poder emergir (legalmente). Acontece sempre que se tomam certas medidas que tornam o Estado mais rico. Esta classe média que já tem os dentes de fora foi criada pelos vencimentos de milhares de abutres (consultar www. Fogotabrase.blogspot.com e outros que prestam serviços de alerta) que se dedicaram a chular o erário público (a maioria são políticos que se profissionalizaram); “comerciantes e industriais” ligados por um cordão umbilical aos financiamentos encapotados pela banca ao serviço do socialismo nacional; os que de um momento para o outro “descobriram” onde e quando o Estado (autarquias, ministérios) iria investir tanto em terrenos como na aquisição de bens; os que não pagaram impostos milionários perdoados pelos organismos oficiais; os acólitos da Expo 98 e dos estádios de futebol; os que transferiram e lavaram dinheiro cá e lá (estrangeiro); os que enriqueceram à custa do jogo; os que desviam dinheiro que devia servir as causas sociais; os dirigentes, assessores, etc, que se associaram nas empresas semipúblicas e que estão sempre a saltar de umas para outras; os traficantes de estupefacientes (grandes e médios); os tubarões da comunicação social que encapotadamente dividem o mercado com a cumplicidade do Estado; os que fazem contratos para entretenimento cujas verbas ninguém as sabe pois constam de pagamento a diversos; os negociantes das ramas de petróleo, do gás e da electricidade; os milhares de altos quadros de todos os ministérios que estão no activo depois de se reformarem; os patrões da prostituição que preferem ser presos a pagarem impostos; os que meteram ao bolso luvas (10% do costume) de pontes e outras aparentadas… este texto devia ser continuado pelo engenheiro Cravinho que sabe muito sobre a matéria, porém, já não mora por cá… Eu, entretanto, fico-me por aqui. O que é que tem isto tudo com os Açores e a nova direita adormecida? Isso queria eu saber…
manuelmelobento



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