Monday, April 23, 2007

 



O QUE FARÁ A DIREITA DA RETÓRICA EM PORTUGAL?

A subida ao “poder” de Paulo Portas é o sinal de que a direita portuguesa vai apresentar um novo modelo de frentismo e um novo líder. A quem esteve entregue a direita antes de Portas entrar ao serviço? Oficialmente a Marques Mendes e a Ribeiro e Castro. Este foi o primeiro a sair de cena. Quanto ao social-democrata, tudo leva a crer que dentro em breve cairá da cadeira. A direita ficou sem programa ideológico uma vez que o Partido Socialista entrou de cabeça na área da reforma capitalista exigida pela União Europeia. O capitalismo da nossa Europa à imitação do liberalismo americano é, hoje em dia, pasto da esquerda. Uma esquerda falida de valores humanistas que caminha meteoricamente para o reforço dos Estados. Uma espécie de nacionalismo-democrático encapotado. Cada um trata de si, mas sempre com a boca no trombone a gritar “Europa Unida”. A direita coloca como fundamento político o fortalecimento das instituições públicas tornando-as rentáveis e respeitáveis. Com este tipo de intervenção musculada, onde fica a Europa dos cidadãos? Governando à Marcelo Caetano, Sócrates empurra o povo para uma situação de menoridade. Ao invés daquele, o PM não tem quem o ameace. As Forças Armadas, reduzidas a uma expressão equiparada à policia do Vaticano, não constituem perigo algum. Até porque estão praticamente ao serviço dos superiores interesses da novel nação europeia e comandadas do exterior. Estão longe de estarem politizadas e despertas para o factor justiça social, tão em voga nos anos setenta. Sócrates, mercê das vicissitudes é o actual líder máximo do social-socialismo-democrata europeu em Portugal: a direita civilizada. A campanha que foi orquestrada para levar as nossas mentes a temer a bancarrota dos sistemas da Segurança Social e da Saúde surtiu efeito. O descalabro a que chegou o Sistema Educativo desadequou-nos do progresso. O peso excessivo do funcionalismo público no OGE ajudou a pôr todos em pânico. A questão de uma imigração potencialmente preparada está ainda em banho-maria, mas está na preocupação de muitos. É notar o cuidado com que se abafa certos sintomas e se proíbem manifestações da dita extrema-direita a quem essas atitudes só fortalece o estatuto. Um perigo de pouco valor que acaba involuntariamente por tomar forma. Imbecilidades de quem se julga democrata. O que caberá à direita que está a querer nascer de novo? Que prática e estratégia irá utilizar se tem as portas fechadas? Os portugueses não estão nem nunca estiveram vocacionados para viverem sob os desígnios da democracia. Não a entendem! Os políticos têm ajudado nesta postura lusitana. Só resta à direita combater Sócrates: um Sócrates rigoroso nas palavras e austero. O arquétipo ideal. Só resta a Paulo Portas o combate pessoal para assumir o papel que a si próprio atribuiu. O combate ao estadista Sócrates tem sido frágil e pouco consistente. Na frente desse combate estão os oportunistas políticos, a ralé intelectualóide e passadista, os grandes empresários cujos lucros os tornam os abutres do regime e poucos mais. As sondagens aí estão para o não desmentir. O Paulo Portas político, que não o jornalista, tem os dias contados. O Presidente da República está nitidamente ao lado de Sócrates. É uma questão de ideologia e de, seguramente, de antigo estatuto social. Como pode Portas fortalecer ainda mais o Estado Português que se supõe ser de direito? É a retórica que aí vem. E de retórica o Zé Povinho só liga o que dizem os que o baptizam e os que o enterram com as ladainhas da praxe.
manuelmelobento


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