Tuesday, May 22, 2007

 



TODOS TÊM CARTEIRA PROFISSIONAL DE POLÍTICO...

A corrida à Câmara de Lisboa não parece um caso isolado como à primeira vista nos querem impingir alguns políticos de arrasto ou seus mentores. Marques Mendes deixou cair Carmona Rodrigues por este ter a marca de Santana Lopes estampada no rosto e por o mesmo Carmona não ter descolado totalmente do antigo Primeiro-Ministro. Erro fatal. Não sendo um político profissional deixou-se enredar. Acontece aos melhores. Qual o crime que levou o Professor Carmona a sair de maneira “indigna” da presidência da maior Câmara portuguesa? Nenhum! A Câmara de Lisboa estava ingovernável? Depende do lado onde estivermos a olhá-la. Se o problema fosse apenas o concelho de Lisboa, eu não estaria a perder tempo com quezílias metropolitanas neste meu querido e reduzido púlpito. A questão é mais “extravagante”! Carmona é um sedutor de pessoas e de votos. E isso faz doer os cotovelos aos correligionários e aos adversários. Tinha de ser isolado pelos “seus” em primeiro lugar porque Mendes, por mais que se esforce não cresce. Perdão, talvez com tacões mais altos… Ninguém de primeiro plano social-democrata quis fazer o frete de se candidatar. Escolheu um Homem-Bom e este (Fernando Negrão) sempre pronto a sacrificar-se – é um Homem da Justiça – aceitou o cálice envenenado que o sempre baixinho lhe estendeu. Servir é servir. Merece o meu aplauso! Mesmo perdendo perderá com dignidade. Se Carmona voltar a apresentar a sua candidatura terá futuro político, se não o fizer despedir-se-á para sempre do sonho da política. Helena Roseta (uma espécie de Sócrates - o platónico - da nossa ágora) vai ser condenada à “morte” por carregar consigo o “embuste” da razão. Adorada pelos intelectuais não arrecadará mais do que um por cento das intenções de voto. A máquina partidária irá trucidá-la. Sá Fernandes, outro companheiro do politicamente correcto transformou-se numa espécie de fiscal de obras. Apresentou-se nas câmaras de televisão com pouquíssimas ideias. É o candidato das esplanadas… Manuel Monteiro é uma espécie de sempre-em-pé. Faz o papel de Dom Quixote. Um dia será uma espécie de Freitas do Amaral. O que, diga-se, é quase um elogio, nos pareceres, claro! Telmo Correia. Bom, sendo inteligente e bem falante arrastará a direita de Paulo Portas para uma cópia mais alargada do antigo PDC. O candidato do PCP e Cª irá arrecadar a tabela do costume. Com Jerónimo de Sousa, talvez o cenário fosse outro e a Canção de Lisboa agradasse mais ao ouvido dos lisboetas. Foi uma oportunidade perdida para o Partido Comunista Português… Resta-nos, se não estou em erro, o candidato oficial do partido do poder. Sócrates, o português, cometeu o seu primeiro - de muitos que se seguirão – haraqiri. António Costa, como é sabido, dá solidez a qualquer governo socialista (não há outro) em que entre. Ele era até ao anúncio da sua candidatura o “número dois de um”. As reformas de Sócrates (PM) só vieram - à luz da renovação capitalista – criar riqueza aos mais ricos espremendo o povinho. Costa foi seu cúmplice deste neo-salazarismo em que nos estamos a atolar. Vai governar Lisboa contra o apertanço do até agora companheiro de jornada? Vai limpar a balbúrdia da Câmara? Vai prometer e depois não cumprir como o fez durante a campanha da caça ao voto para as legislativas o seu ex-chefe? Vai ser uma espécie de Primeiro Ministro de Lisboa? Prepara o caminho para vir a ser futuro Presidente da República de conluio com Sócrates, uma vez que Cavaco já não tem (ou não terá) suporte partidário que se veja? Este texto está já demasiado longo e chato. Vou terminar com o atrevimento do costume: Portugal está a reviver o tempo da Primeira República. Todos ao molhe para serem dificilmente reconhecidos. Que não apareça dessa loucura partidária um senhor Oliveira. Oliveira da parte do pai.
manuelmelobento
NB:
No dia seguinte.
Devia ter escrito molho em vez de molhe. "Todos ao molho" pensava eu num feixe. Até que estava bem. Por que escrevi molhe? Pensava em Oliveira Salazar que tinha dado o seu nome no tempo em que era ditador doméstico a uma saída de terra e cimento no porto de Ponta Delgada e vai daí saíu molhe involuntariamente. Pensando melhor, até que está também bem. O mar quando se chateia manda os molhes para o fundo...
mmb

Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?