Tuesday, June 12, 2007

 



AMÉRICA, CHÁVEZ E OS AÇORES

Só meto água quando me predisponho a escrever sobre política e outras tantas coisas. Não sou pago para escrever nem obrigo ninguém a ler as minhas variáveis mentais. Sem ofensa para os intelectuais, claro! Se tivesse sido informado acerca da vinda do Presidente Chávez da Venezuela a Portugal, ( actor sem desprestígio, lembrem-se de Reagan e do Mr. Músculo da Califórnia) a convite do Governo Central, chefiado por José Sócrates, não teria desenhado o texto sobre a entrevista que o Dr. José de Almeida concedeu à RTP/Açores no passado dia “6 de Junho” da maneira como o fiz no
www.azorespublicum.blogspot.com . Ora, cá vamos inventar mais umas tantas baboseiras à laia de líder parlamentar com assento pago na Assembleia da República. Quando Chávez chegar a Portugal (da Europa física) vai ter – tudo se conjuga para – uma enorme recepção de apoio, o que traduzirá uma condenação à política americana de Bush. Quem no passado recebeu de braços abertos nos Açores (terra administrada por Portugal, assim como quase a Madeira) um Bush sedento de sangue e os cúmplices Blair da UK e Aznar de Castela foi uma espécie de empregado de mesa de nome Durão Barroso, que na altura chefiava o Governo português. Significou este acto, extremamente capcioso, num apoio táctico e num envolvimento das nossas Forças Armadas na futura (como se constou) guerra do Iraque II. Portugal oficialmente posicionou-se numa frente de batalha contra o Islão. O prémio para Durão Barroso foi torná-lo uma imitação de Delors (salvo seja a comparação). Porque a política é como os meus artiguelhos, Portugal deu o dito pelo não dito. Os socialistas nada mais fizeram do que, e a partir de certa altura, condenar tal despautério e tamanha loucura. Taparam os olhos na altura por conveniência! Para um país que apresenta ao mundo filas e filas de espera para intervenções cirúrgicas e com um serviço estatal de saúde bastante debilitado até que não está mal para uma imitação de República Sul-Americana. O Dr. Mário Soares seguido de uma plêiade de ilustres políticos nacionais têm vindo a condenar em público a intervenção americana. O Governo Central não os desmente! Tanto assim é que convidou Chávez para uma visita de Estado… Mas, era preciso garantir aos tolos dos americanos que eles, por cá, no País, tinham adeptos incondicionais, para não interpretarem mal o gesto petrolífero de futuro. Perdão o gesto político desfazedor de mal entendidos. E vai daí, toca a convidar os açorianos, na pessoa do açoriano Dr. José de Almeida, a pronunciarem-se oficiosamente acerca da nossa posição, como bons portugueses, para garantir “uma corrente de consciência” pró-americana. Os açorianos estão de costas voltadas para a Europa. Tanto é assim que só emigram para o Novo Mundo. Vivem neste, cerca de cinco milhões de açor-lusitanos e seus descendentes. É obra! Colocar na televisão pública e com responsabilidade de Estado um defensor de uma determinada independência, para uma parte do território “nacional”, foi uma golpada e uma jogada de mestre de salão congeminada nos corredores da sacanice política e/ou “diplomática”. O senhor Amado, representante da política externa portuguesa, é amigo dos EUA? “Proscurem” bem… Que conclusões retirarão, da intervenção do Dr. José de Almeida, a diplomacia e serviços secretos norte-americanos depois do apoio a Chavez do Governo Central? Que existe uma opinião pública muito sabida que não se pronuncia no terreno das manifestações com medo de represálias e persecuções? Que os Açores são um rebuçado para Bush, como aqueles que se dão aos cavalos depois das vitórias nos hipódromos? Que César de conluio com José Sócrates quer demonstrar que estamos sempre com os EUA? Que uma coisa é lá outra é cá? Não estou a ver Chávez a visitar os Açores. Mais, não estou a vê-lo a visitar a Base Aérea 4, situada na ilha Terceira, e que é e não é americana em território nacional português, a convite de Carlos César… Se Chávez não vier aos Açores, então Portugal parte-se e reparte-se. E lá se vai o tal Estado Unitário tão ao nosso gosto (português) no entendimento e troca de conceitos gerais. Estaria agendada anteriormente a visita do mais alto representante anti-americano (a nível de Estado) ao nosso País? Mas, perguntar-se-á, antes de quê? Mais uma vez os açorianos servem de capacho. Não será altura de nos respeitarem, para que, de facto, Portugal se transforme numa união indestrutível no respeito pela independência de povos portugueses? Estão a jogar connosco como se de bolas de pingue-pongue se tratasse. Que rica autonomia! Os açorianos ou se venderam ou se deixaram comprar. Não pode haver outra explicação.
manuelmelobento


Comments:
Aquihá tempos o Dr. Mário Soares disse peremptório "Chavez sabe o que está a fazer..."
Resta saber é se concorda com que ele faz.
 
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