Wednesday, June 20, 2007

 



PRÓS E CONTRAS NA HORA DO ANTICICLONE


Preocupada com as horas da deita de Mota Amaral, Fátima Campos Ferreira, perante o auditório nacional, lembrou as horas tardias ao seu convidado ilhéu, pouco dado a saídas nocturnas. E, não é que gostei da rapidez da resposta, habituado que estou a vê-lo ser sempre cauteloso e rigoroso no comportamento. “O meu relógio marca o tempo dos Açores! Não é tarde para mim.” Se não foi assim, foi lá perto. No “estrado” professoral – no meu tempo de estudante os profes tinham sempre uma situação altaneira devido aos dezassete centímetros de altura a mais que lhes eram impingidos em nome do alto cargo que exerciam – estavam algumas das mais altas e extintas (devido a terem sido e já não são) figuras do Estado: Mota Amaral ex-Presidente da Assembleia da República e ex-Presidente do Governo dos Açores; Jorge Sampaio ex-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ah!, e ex-Presidente da República Portuguesa após o 25 de Abril; Carlos Carvalhas, ex-Secretário Geral do PCP e ex-membro do Conselho de Estado. Num outro estrado, qual membro da Igreja de Roma, mas trajando à civil, estava o grande missionário Europa Unida, o ex-Pimeiro-Ministro de Portugal e agora eleito por muito poucos, logo autodenominado (?) Presidente da Europa, José Barroso. Este texto é parcial. Existem pessoas que por exercerem certos cargos e por nunca se poder fiar nelas politicamente me toldam o pensamento. Gosto de Mota Amaral porque os Açores devem-lhe, em parte, do muito que por aqui se fez. Governar nove monstros com a boca aberta a berrar vinte e quatro horas por dia não é para qualquer um. Conseguir unir o impensável com metade das verbas do actual governo socialista era tarefa impensável. A ele se deve a Bandeira, o Hino e o cunho de identidade que hoje prolifera suavemente entre estas altas pressões. A revolução social açoriana foi realizada debaixo da sua batuta e na frente do nariz de uma burguesia do tempo das catacumbas. Comparando o actual regime socialista açoriano com o outrora de Mota Amaral, não estarei muito longe se o apelidar de altamente burguês, gordo e social-fascizante. Outra personagem que às vezes gosto e outras não – o frete que fez à Ministra da Educação mais parecia um documentário sobre as antigas colónias e com exame prévio à mistura – é Fátima Campos Ferreira. É sem dúvida apresentadora de um programa que muito tem contribuído para a consciencialização da opinião pública. Coisa que em Portugal se está ainda aos poucos a construir… Carlos Carvalhas é dos que o que diz é muito junto à letra de uma economia planificada e centralizadora. O mundo tem dado alguns saltos, o que o deixa atrasado, não mental, claro! Quanto a Jorge Sampaio e José Barroso, não consigo engoli-los, porque ainda tenho os ouvidos a chiar de tão amigos que eram do povo que durante 48 anos sofreu as agruras do beatífico ditador Salazar (Salazar pela parte da mãe). A questão que me faz escrever sobre os Prós e Contras é o facto de Mota Amaral ter levantado uma questão importantíssima sobre o Tratado Europeu a que a “malta da política” não prestou atenção devida. O que questionou Mota Amaral à laia de alerta? É simples: “este Tratado irá lixar (termo meu, ele nunca o proferiria) os legítimos interesses e aspirações dos povos europeus; irá contribuir para o fortalecimento e unidade da sua democracia? Não há dúvida que a sua intervenção colocou os encantados-bem-falantes defensores da Odisseia Europeia (não esquecer o dúplice Ulisses na opinião de Hípias…) numa posição de vendedores de banha da cobra. O melhor deles foi José Barroso, valha a verdade. Foi tão claro na defesa das suas ideias ao ponto de quase me convencer. Acordei a tempo de colocar os pés no chão. Que será dos Parlamentos Nacionais se os seus representantes: os chefes de governo, se demitirem de pugnar pelas suas posições legitimadas pelo voto do povo? Mais uma vez, Mota Amaral acintosamente aponta grandes perigos. Vou terminar este texto com um aparte venenoso, como não podia deixar de ser. Tendo em conta a intervenção de Mota Amaral perante milhões de portugueses, não é difícil retirar a seguinte conclusão: foi o único que verdadeiramente se preocupou com Portugal a nível de alta política. Marques Mendes e outros que se cuidem. Mota Amaral voltou.
manuelmelobento

Comments:
Mota Amaral nunca deixou de "estar por aí".
O que me deixa boquiaberto é a forma como os 27 se entenderam ou, pelo contrário, se viram obrigados a pactuar.
A Europa, esta coisa pouco definida, retirou poder aos cidadãos e começa a ganhar músculo.
Quando o referendo não convém, os rapazes decidem por nós...
 
Gostei do teu texto.
Agora aquela do Hino...francamente, não vale nada.
O texto é obtuso, indecifrável e incantável.
A Natália estava numa noite não, e o Mota Amaral quando o impôs na Assembleia Regional, estava em dia muito menos.
Não gosto, isto é, detesto a letra do nosso Hino.
Antes ficar pelo som do espírito santo, que é nosso.
Aquela letra é estrangeira.
Disse o que penso e sinto. Espero não ser "pronunciado" por algum ministério auscultante.
Sá couto.
 
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