Thursday, August 09, 2007

 



NÃO ESTÁ NINGUÉM EM CASA

Quando a Dona Manuela Leite era ministra das Finanças convidou um alto quadro do BES para atacar os portugueses contribuintes faltosos. Se os contribuintes não fossem faltosos ou fugidios, que necessidade haveria de incluir o senhor Macedo nos remunerados da Função Pública? O senhor Macedo deixou obra? Claro! Todos nós sabemos como trabalha a Banca. Até o cuspo dos selos dos avisos aos clientes se paga. Nada escapa à sanha recolectora da Banca. O senhor Macedo em vez de ir dar um curso de reciclagem aos funcionários das Finanças assentou arraiais na alta cadeira da Direcção Geral das Contribuições e Impostos de onde dirigiu o combate. A Dona Manuela (mais o seu Macedo) deu início oficial à “privatização” do Estado que já estava na forja a partir do momento em que o próprio Estado pôs na gaveta a Constituição. Quando alguém fica a dever um tostão furado à Banca, esta acciona os meios legais colocados ao seu dispor para ser ressarcida do seu eventual prejuízo. E ao Estado? Vende-se um alqueire de terra por pataca e meia e não se delara. Os dados são cruzados e pimba. É-se apanhado. Até a dona de casa - aproveitando o tempo da cozedura da sopa - para fazer bolos para fora é multada ao vendê-los para casamentos ou baptizados sem passar recibos. O trabalhador por conta de outro quando recebe o vencimento deixa para os cofres do Estado aquilo que deveria pagar no fim do ano. O Estado ficou moralizado. A arraia miúda está lixada. Não tem por onde escapar. “É assim nos países evoluídos!” Afirmou perante as câmaras o novel moralista maoísta e fiscalista Sanches. Se toda a gente pagasse impostos viveríamos muito melhor? Claro! Tem é de ser toda a gente e não os que não podem. O fiscalista Sanches também afirmou que tinha os impostos em dia. Parabéns, senhor doutorando! O senhor disse que levava por cada parecer seu 25.000 euros. Ah, como é saboroso pagar impostos quando se ganha bem e se tem de passar recibos! O senhor Macedo ex-DGI levava para casa todos os meses a mesma quantia. Assim, também, julgo ser saboroso pagar impostos. Até dá gosto! O senhor Macedo também disse que o Presidente da República estava mal pago, assim como o Primeiro-Ministro, pois ganhava mais do que aqueles por mês qualquer coisita à volta de 18.000 euros. Esta gente não é de cá! Esta gente está de passagem… E, já agora…, disse um disse outro, o Comendador Berardo sendo amigo deste e daquele vai dizendo o que acontece aos milhões dos lucros que alguns desses amigos levam para casa em seus jactos particulares. Se não foi assim foi parecido. Este texto tinha uma razão que se perdeu devido ao calor que gera quando esperamos uma resposta dos nossos merecidos reembolsos. O que se espera do Estado é que ele faça cumprir e cumpra. Quando quer que a malta cumpra ameaça por tudo que é canto e esquina. Quando não são os agentes oficiais a fazê-lo são os cães de coleira do capitalismo a endossar recados à laia de comentário economicista. Quando ao contrário, isto é, para recebermos o nosso, não está ninguém em casa. Ora porra!
mmb

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