Saturday, November 03, 2007

 




PAPA BOM PAPA MAU

A Europa é hoje um repositório disfuncional da religião judaica. O judaísmo veio substituir, no continente europeu, uma amálgama de pequenas e de grandes religiões que pululavam por todo o lado devido, em parte, às grandes invasões de povos do leste, tal como o computador veio fazê-lo à máquina de escrever. No século IV, Jesus é reconhecido como Deus e os judeus os seus assassinos. Jesus foi uma divindade ocidentalizada e as teorias que o envolveram regionalizaram-no. Teve uma mãe virgem que ficou no imaginário popular sempre nova, bela e sem rugas. A maioria dos intelectuais aderiu ao novo sistema. Já lá vão dezasseis séculos e grandes filósofos continuam a acreditar nesta mistura incrível de histórias religiosas. O cristianismo, até às tantas, era monoteísta apesar de incluir três insuspeitas divindades: o Pai (Deus dos judeus), o Filho (nascido de uma judia) e o Espírito Santo (uma espécie de sopro…), mas depois na falta de um ar feminino (como as deusas greco-latinas) a Santa Madre Igreja achou por bem eleger a mãe do judeu (não sou racista nem preconceituoso, isto é, se ele tivesse sido português, diria a mãe do português) ao grau de divindade. Daí, se terem erigido templos em sua honra. O último teve lugar entre nós no antigo lugar de Fátima. A mãe do judeu, às tantas, na falta de melhor ideia foi para o Olimpo em carne e osso, tal qual as deusas clássicas. E como elas, às vezes, dá uma voltinha e desce à Terra, o que alegra a malta toda. No passado recente, intelectuais como David Mourão-Ferreira e nos tempos recentes Marcelo Rebelo de Sousa são dois exemplos de crentes cultos desta ocidentalização judaica. Esta ocidentalização – convém dizer – faz-se conjuntamente com a sociedade organizada politicamente: o Estado. E foi sempre assim! Umas vezes discretamente outras com um descaramento inaudito. A Igreja é um Estado ou quase. Entre nós a Igreja ajudou a fazer Portugal, por isso se apoderou demasiado da vida social (e não só) de toda a gente quer comungue ou não com a substância das suas teorias. Não se pode governar sem a Igreja ou sem a calar. A Igreja exige do Estado “civil” aquilo que o Estado “civil” não pode dar aos cidadãos. Sem a organização “social” (vulgo caridade) da Igreja, milhões de portugueses de todos os escalões etários estariam numa situação desprotegida. É, nisso, também, que reside o seu imenso poder. O cardeal Patriarca de Lisboa, às vezes, fica indisposto quando, por exemplo, Sócrates quer colocar a Igreja ao nível do futebol: impostos e restrições. Sócrates recua permitindo continuar a boa vida da Igreja. Esta não dá folga ao Estado e este não responde porque socialmente é ainda uma verdadeira lástima. Basta olhar-se num ápice para a Educação e para a Saúde, para não estarmos a referir outras áreas miserabilistas. Eu, que não sendo nem crente nem ateu – estou de passagem por esta treta – tiro-lhe o chapéu. Tiro o chapéu a João Paulo II, que chegou a chefe da Igreja com uma cabeça cheia de lixo filosófico. Condoía-me vê-lo tão velho a arrastar-se pelo mundo cheio de dores para impor a última deusa ocidental e a sua mensagem. Difícil de perceber, diga-se, visto ser uma deusa pouco faladora. Isto é, dava-se com analfabetos para transmitir misérias intelectuais. E valeu! Tanto que o templo erigido em sua honra foi mais caro que o Centro Cultural de Belém. Porém, fez resvalar a Igreja para o trágico-cómico. O que a tornou vulnerável e ingovernável. Morreu mártir de dores. Em sua substituição veio o alemão Herr Ratzinger. Um organizador nada pagão. Creio, até, que ele não acredita na Igreja Medieval e por isso mesmo quer colocá-la ao nível contemporâneo. Intelectual e rigoroso, a sua palavra é como o tiro de canhão. Há que dominar no terreno. Ei-lo a chamar os seus bispos a fim de fazer o estado da Igreja. É simples adivinhar o que pretende este alemão: invadir os Estados para os controlar, já que “estes” Estados ocidentais estão numa fase de readaptação económica, por isso mesmo fragilizados. É o “Novo Papado” que aí se vislumbra. Metódico, sistematizado, cadenciado, uniformizado, hierarquizado, subjugador, “impoluto”, mediatizado o quanto baste, silencioso no domínio. Bom, vou terminar. O que fazia o Presidente da República Portuguesa – civilista constitucionalmente - na inauguração de um templo religioso dado a mistérios e crendices de toda a ordem? Eu vou adivinhar: também queremos um Papa português! E por que não? Já temos um Nobel. Se tudo correr bem, depois, só nos falta sermos campeões mundiais de… futebol.
mmb

Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?