Monday, February 18, 2008

 

POLITIZAR SORAIA CHAVES


Quando a França percebeu que podia aproveitar o mito Brigitte Bardot, investiu nela de uma forma bastante inteligente. E porquê? Porque ela traria - e trouxe – dividendos e divisas em grande escala. Não foi só a industria cinematográfica que se interessou pela diva. O Governo Francês, que nestas coisas não é parvo, disponibilizou os meios necessários para a relançar internacionalmente. A Itália apostou na Sofia Loren. A América na Monroe. Foram durante anos a imagem desses países. Soraia Chaves teve o azar de ter nascido num país que não está sensibilizado para valorizar (e retirar os benefícios) aqueles (dos seus) que se distinguem. Só os estrangeiros – que não são parvos - é que acabam por papar o melhor do que dispomos. Casos do Figo, Cristiano Ronaldo, Nani e outros. Parece que é só a bola que tem direitos mediáticos. Mas, mesmo assim, quem lucra com os nossos são sempre os outros. Sem estar com nacionalismos exacerbados e idiotas, penso que a nossa intérprete é superior a qualquer delas na arte de representar. Compare-se e veja-se a diferença. Não sou especialista, mas mete-se pelos olhos adentro a diferença que existe entre aqueles “canastrões” a actuarem e a nossa diva. E digo diva com toda a propriedade, pois. basta vê-la trabalhar. Para além, de que Soraia supera em plástica e físico o que o mercado artístico internacional tem para oferecer. Ao vê-la actuar, apesar de ser uma mulher possuidora de um tipo de beleza global (não regional), esquecemos em parte este aspecto para nos concentrarmos na interpretação consubstanciada na personagem – no caso dela já se pode dizer personagens – que lhe é atribuída. Estranhei o que disse José Pedro de Vasconcelos, o realizador, na sua última entrevista. Como vai realizar, proximamente, dois filmes, irá incluí-la num deles, pois ela merece... Ora bolas! É tudo ao contrário, neste país! Então, não era de andarem atrás dela para lhe sacarem um contrato a peso de ouro, como se costuma fazer nestes casos em que um actor se torna numa promissora mina de ouro? Para que serve um Ministério da Cultura? Para manter um ridículo e desajustado cinema nacional cujos responsáveis parecem ter contratos vitalícios com o Estado e cujos índice de audiência chega a ser caricato, ao ponto de o último filme subsidiado ter registado quatro espectadores numa sala de espectáculos. Que crânios são estes que nos governam e que até têm direito a três refeições por dia? Não estará na altura certa de o Primeiro-Ministro dar uma mão naquilo que é por mais evidente: valorizar o que é nosso, para rentabilizar o que está a meter-se pelos olhos adentro. Para além da projecção que daí advirá...
mmb


Comments:
Tens toda a razão. A rapariga tem atributos gerais, particulares, avulsos e outros para participar no que cá se faz de cinema.
Aliás, o cinema português foi mordido pela mosca tsé-tsé, ou melhor, é chatérrimo.
Call the girl!
 
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