Sunday, February 03, 2008

 


Caro senhor director
O Director da Polícia Judiciária é a personagem eleita pelos media nacionais para satisfazer a voracidade apelativa com que os noticiários viciaram o País. Ao aceitar tornar-se mediático através, creio que voluntariamente, dos 15 minutos de fama que a cada um é permitido, esqueceu-se que isso muitas vezes se traduz pela destruição pessoal e o ruir de toda a estrutura que se constrói à volta. Caiu que nem um patinho. Por acaso, ouvi as entrevistas que concedeu tanto à Rádio quanto à TV. Criticou o bastonário da OA. Criticou o responsável do Órgão de Polícia Criminal que tinha a seu cargo as investigações do caso da criança inglesa desaparecida no Algarve. Aquilo que disse destas duas personalidades foi precisamente o que fez quando entrevistado: falaram de mais. Que tal e tal não deviam ter dito o que disseram. Que aquilo não se fazia, pois ponha em caso a credebilidade das instituições. Palavras santas quando aplicadas aos outros. Que responda pelo "ilícito" aos seus superiores e que tenha boa sorte. Vamos ao que interessa. Sabe-se que o Estado português se esforçou pela resolução do caso Maddie. Este esforço custou centenas de milhar de euros ao povo; que colocou à disposição equipas de especialistas para resolverem o caso... O resultado foi o que se viu. Nada! Cada vez se faz mais escuridão sobre o assunto, embora tenha surgido uma série caricata de nuances que adulteraram o sentido da investigação inicial. O próprio director Alípio desculpou o casal inglês, o que vai dar uma grande bronca daqui para a frente. A questão é a seguinte: com tanto dinheiro gasto e com tanto especialista metido na matéria como é possível ter havido "precipitação" dos especialistas? Que se lixe! Também, não é isso que interessa. O que interessa é saber como é que é possível não ter havido também "precipitação" no caso da Leonor Cipriano, para mais sabendo-se que não foram gastos senão duas serrilhas de beterraba com a investigação? Que também não tinha aparecido o corpo da infeliz Joana como se constatou... Como também de algumas crianças portuguesas que tiveram o mesmo fim da Maddie... Tenho pena da pobre Leonor Cipriano. Sem possibilidade de ter tido uma boa defesa por falta de apoio monetário, a mulher - para além de ter perdido a filha - "comeu" uma pena pesadíssima. Criminosos que mataram mais do que uma pessoa neste Portugal democrático apanharam menos pena... Está nos jornais e nos acórdãos dos tribunais. Não mereceria do senhor Director Nacional da Polícia Judiciária uma palavrinha a favor de Leonor, a pobretanas? Não haverá neste País jornalistas que tenham a ombridade de fazer ao caso Cipriano o mesmo que fazem com o caso dos ricos, isto é, insistir até que a verdade seja mais verdade? Fazer entrevistas e mais entrevistas... Então não era? Senhor director, uma palavrinha...

mmb

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