Monday, March 31, 2008

 


Fartei-me de falar mal de Jaime Gama...

Hoje, depois de o ver retomar o pensamento racional - de que era um grande senhor no tempo da ditadura da moleza - vou atribuir-lhe duas décimas (0,2) de simpatia. Não se trata de um dado fixo mas sim provisório, não vá ele retroceder. É uma espécie de condicional a um inimputável.

manuel melo bento


Sunday, March 16, 2008

 


FATAL COMO O DESTINO
A velha segurança no emprego está prestes a tomar o rumo dos fósseis. Para quem trabalha no Estado havia - e ainda há - aquela sensação de estarmos “bem da vida”. É pouco o que se aufere (para a generalidade dos funcionários, claro), mas é um descanso. É com o pouco que se ganha que se constrói a frente de combate às despesas domésticas. Quem se sente mal pago a trabalhar para tal patrão procura dar o salto para a privada ou, na pior das hipóteses emigra. Claro, que isto é falar por falar, porque mesmo mal pagos os funcionários públicos não tencionam saltar. É que, nos dias de hoje, sair de um lugar cativo para ir à procura de melhores proventos é um suicídio económico. Espera-nos um verdadeiro deserto ou a ilusão de um emprego base do discurso de todos os políticos que como sabemos se caracteriza por criar um sonho no eleitorado. No caso português, o “indeterminismo” do actual sistema económico organiza nas mentes experimentadas, pelas carências e penúria de há centenas e centenas de anos, uma sensação de desequilíbrio e de instabilidade. Muito poucos funcionários se sujeitam a aprender mais para ganhar mais. As oportunidades são, também, poucas. Concursos para subir de escalão são, em certa medida, verdadeiros “bluffs”. Nas Finanças existem, por exemplo, provas ou exames para se subir na carreira. Mas, mesmo assim, foi necessário que o Governo fosse requisitar fora um técnico “altamente qualificado” para esmifrar mais uns tostões à malta. Não é preciso dizer mais nada para se perceber o sentido da requisição. Não se viu manifestações dos “financistas” em parte alguma... O resultado foi estupendo para o Governo... Se a moda pega no Ministério da Educação, também, não estou a ver nenhuma manifestação se se utilizasse o mesmo critério... No Ministério da Educação somos todos funcionários públicos. E nos outros ministérios é a mesma coisa. Estou seguro, não chateiem! Não foi há muito que o Ministério da Agricultura também começou a limpar os excedentes. Percebe-se o que este Governo da Nação está a pretender: modernizar o funcionamento das estruturas do Estado para acompanhar a velocidade de uma certa Europa. O resultado final é simples de adivinhar: o seu peso mínimo para dar folga ao orçamento. E depois? Depois será a grande bronca se a sociedade civil não engolir o grosso da manada. A esperança do executivo é que tal aconteça à imagem da Irlanda. Fome e porrada nos próximos dez anos para depois se sentir a economia folgar. É um risco querer copiar-se outras gentes e outros modos de estar na vida. É uma espécie de tiro no escuro. A nossa cultura mediterrânica – creio – não se vai adaptar a este modelo. É que ainda há a explorar a tese socialista (leia-se colectivista) que o Partido Comunista e o recém lavadinho Bloco de Esquerda estão a querer levar a efeito. Melhor dizendo, o Estado Português não pode ficar de fora do processo económico em curso e terá de voltar a ser o Estado Providência aglutinado com o Estado Previdência para bem do povo. Ora, habituados ao pouco e à carência e com uma perspectiva de vida sem grandes horizontes nada melhor do que apoiar a tese da esquerda. Leia-se Partido Comunista. O Bloco de Esquerda que se diz à esquerda do PC, na altura em que este “subir” irá retomar o lugarzinho do colectivismo de direita. A esquerda em Portugal é hoje o PC. O BE é aquela garantia de o travar tão ao gosto deste povo cristão que se irá render a um Jerónimo de Sousa cada dia mais íntimo das casas dos que vêem a vida a andar para trás. O PS, o PSD e o PP são a direita portuguesa do poder de experiência feita que desgostou o país. Se as sondagens dão positivo às medidas do governo de Sócrates isso deve-se ainda àquela necessidade que este povo tem que lhe tirem o pão para lhe darem a falsa segurança do chicote. O PC está a transformar-se a olhos vistos numa consciência nacional. Porém, ainda de forma abstracta, pois falta-lhe o apoio de uma força física que materialize o seu projecto. Por enquanto - e a dar-lhe força está o facto de eles, os comunistas, não ofenderem a opinião pública com os disparates sociais que retiraram da mesa dos portugueses a tal base de suficiência que dá para se viver e respirar normalmente. Por outro lado há, também, a temer a estratégia (velha) do PC em não querer ofender quem está no meio e que aguenta este Estado burguês-gordo (para alguns). Estou-me a referir a um órgão de soberania e às forças físicas que o suportam... que em determinada altura só terão de mudar o sentido de actuação.
Nota final: um Estado do estilo português sem funcionários públicos acaba mal. Muito mal mesmo. Perguntem ao ressuscitado Salazar, o bondoso ditador.
mmb

Monday, March 10, 2008

 


PROFESSORES EM PROCISSÃO PELOS SEUS PECADOS


Quando me formei em Filosofia concorri para dar aulas nesta disciplina. Entregaram-me um horário de Psicologia... dois anos depois ainda estava a dar aulas desta disciplina num antigo liceu, hoje, escola secundária. Inscrevi-me para o estágio clássico de Filosofia no fim do terceiro ano de trabalho e como não houve orientador que quisesse ter a tarefa de me profissionalizar, fui parar ao estágio do ciclo preparatório porque também tinha habilitação própria para dar aulas ao 1º. Grupo – Ciências Sociais cuja composição integrava Português, História e Estudos Sociais. De Psicologia pouco percebia. De Português pior um pouco. História petiscava um pouco e mesmo assim nada recomendável. Ciências Sociais era para aprender, visto nunca ter ouvido falar em tal bicho. Neste estágio tive oportunidade de aprender o que nunca julgara ser possível: ser pedagogo. Nesse estágio aprendi como assassinar o velho ensino. O mesmo que durante o Estado Novo tinha criado uma mentalidade reprodutora de compêndios com resultados desastrosos. Portugal mantinha-se na cauda da Europa. Os velhos mestres falavam, falavam. Muitos deles liam o compêndio. Outros seguiam o compêndio à risca. Tudo girava à volta do compêndio. O ensino não apontava para nada que não fosse a divisão de classes. Singrar no ensino liceal levava o indivíduo ao bom emprego. Se entrasse na universidade e nela obtivesse êxito traduzido num canudo, facilmente vingava na vida. Sobretudo nas chefias e na política. Aqueles que optavam pelo ensino comercial e técnico tornar-se-iam bons carpinteiros, bons electricistas, bons contabilistas, etc. Só com grande esforço e sacrifício dos pais poderiam ascender ao ensino médio (hoje, politécnico). Tirar um curso superior de línguas devia dar direito a que se dominasse bem as línguas do referido curso. Nada disso. Doze anos de inglês, por exemplo, devia corresponder a dominador da língua. Nada disso. Levava-se tanto tempo à volta da gramática que se perdia o sentido da língua. A desculpa era o estudo da literatura. Porém, eram estes crânios que depois iam ensinar a língua nos bancos da escola. Uma desgraça. Ninguém sabia línguas como devia ser. E quem as quisesse dominar tinha de pagar a explicadores. O mesmo acontecia na matemática. Anos e anos a sermos “ensinados” pelos doutores do liceu e depois tínhamos de receber explicações dos verdadeiros pedagogos. Grandes mestres da matemática, ou não sabiam ensinar, ou só transmitiam o que não sabiam a não ser de cor e salteado. Lembro-me dos bons alunos de matemática terem tido todos eles explicações com o doutor Ricardo Ferreira (Açores). A ele se deve o êxito de muitos. Pagando, claro! Também havia outros explicadores para colmatar as brechas (feridas) que os doutores do liceu deixavam nas mentes da juventude. Se o ensino era tão bom, para quê, então as explicações? Responda quem souber. Era evidente que havia alunos dotados e que nunca se serviram de explicadores. Se bem me lembro, só em Religião e Moral é que não era preciso. Ah, havia a catequese! Os exames só serviam para avaliar a decoradeira. Médicos e engenheiros também se formavam. Bem, se Deus não acode com uns estrangeirados ainda vivíamos em andares de colmo. Já sei, há excepções. Estou a lembrar-me daquele arquitecto que levou um milhão de contos para “desenhar” o Parque Mayer. Ah, era americano! E a ponte sobre o Tejo que o Velho das Botas mandou construir na década de sessenta? Havia lá engenheiros portugueses, porém as suas tarefas resumiam-se ao transporte das pastas dos engenheiros americanos. Não vou dizer que não havia bons engenheiros em Portugal. Só que eram tão poucos. Médicos? Bom, tratavam desde os panarícios à queda do cabelo. Não sendo especialistas, mas cirurgiões, retalhavam o corpo das vítimas à procura de pedras nos rins, por exemplo. Eu sei, eu sei. Havia bons médicos portugueses, mas também havia quem à custa dos mesmos enriquecia. Nas funerárias, claro. Os advogados não ficavam atrás. Do furto às heranças, do homicídio ao atentado ao pudor tudo apanhavam. Não vou levar esta cantiga muito mais além. O que quero dizer é que para se ser professor, médico, gestor, advogado, pedreiro, carpinteiro é preciso a pessoa preparar-se especializando-se e actualizando-se. E isso só se pode fazer se tivermos bons mestres. E mestres são PROFESSORES de todos os níveis. E estes têm de se sujeitar a serem avaliados permanentemente. Só assim é que sairemos deste lodaçal. O melhor que me pôde acontecer foi o facto de ter sido mau aluno (daí a foto que ilustra este texto). Ter tido a consciência de que como eu, também havia quem não entendesse o mestre sentado a falar de hora a hora. Que sono que dava. E quando desperto era só o olhar o relógio para ouvir a campaínha salvadora .Eram secas sobre secas. Na maioria, aqueles que escolheram ser professores acabam por copiar os grandes mestres. O resultado está à vista. Não são totalmente culpados. Estão sempre a pensar nos testes para “pesarem” o conhecimento debitado. O que é preciso perceber-se é que uma aula tem que ter resultados no fim dela. Se isso não acontecer poder-se-á dizer que foi tempo perdido, apesar de estar tudo no preto e no branco no sumário da aula. Ter dado uma aula (não faltando...), ter cumprido o programa debitando-o não basta para se ter a consciência tranquila. Os professores que sabem disso é que devem tomar o pulso do Sistema Educativo e não a Ministra, os partidos políticos e as suas reprováveis ideologias que já deram o que tinham a dar. Transitar, não transitar o que é que isso significa? Não pode ser nunca a linguagem de professores. Isso permite que à volta das escolas e dos seus programas falhados (quem o pode contradizer) existam os explicadores. E estes sim, são os verdadeiros mestres porque fazem com que o aluno aprenda aquilo que a escola e os seus “mestres” não têm capacidade de ensinar. As escolas precisam, para além de salas de aula, espaços onde se complemente o estudo. Onde o professor possa atender os seus alunos, principalmente aqueles que não interiorizaram o que foi dito e exposto NAS SUAS AULAS. Quanto aos horários dos professores? Não podem, como é evidente, ter um horário igual às demais profissões. Qualquer professor consciente sabe que tem que “organizar a cabeça”. E isso faz-se com tempo. Nenhum médico opera sem ter visto radiografias, lido análises, estudado exames prévios. Se o fizer, sujeita-se a ser acusado de negligência criminosa. Os professores precisam mudar o seu modo de ver para poderem fazer ver a outros (os alunos) um novo modo, pois o vigente está moribundo como se constata.
À Ministra cabe reorganizar a Lei de Bases do Sistema Educativo. E pô-la à discussão e votação dos portugueses. E se eles não quiserem partilhar na mudança, então mande-os para o raio que os parte à procura de especiarias para o Afeganistão.
mmb

Tuesday, March 04, 2008

 





A RTP É UMA LOJA DE TRAPOS


É fácil perceber o que pretende Luís Filipe Menezes. Então a RDP não é um órgão de propriedade do Estado e nele não há publicidade paga. Por que razão a RTP, que tem o mesmo dono, não obedece ao mesmo critério? Bem, o homem foi mexer com a comilança estabelecida. O que é que esperava? A RTP parece uma mercearia fina com a fruta toda à mostra e sem licença camarária. Compete com outros na mesma área. Os fundos são imensos e servem para se gastar na compra de verdadeiros atentados à cabeça dos portugueses. Daqueles que ainda têm cabeça. Todo o lixo americano desagua naquela estação. São filmes pornográficos, – ainda se criassem algum entusiasmo – são séries sem tarelo, são apelos à violência a toda a hora, e outras grandes merdas. Repito: grandes merdas! Ninguém sabe quanto recebem este e aquele que comentam e vomitam “exercícios de estilo” (não confundir com o pobre Pachecal que não viu um cêntimo daquele grupo de elitistas gordurosos). É tudo feito às escondidas do Zé das Couves. Aquilo é um vazadoiro de dinheiros públicos sem utilidade substancial. Só prestam contas entre eles (eles, os da panelinha). Não se respeita a lei dos vencimentos que apresenta máximos e mínimos. A RTP não está moribunda. Vende cremes para barba, preservativos, fraldas, máquinas de lavar, derivados de viagra, etc. Vende políticos ao desbarato, lavando uns enxovalhando outros (os mais fracos e indefesos). Tirando um ou outro programa, a RTP é o espelho do lodaçal onde vivemos. Espero que Luís Filipe Menezes não recue e procure acabar com aquela promiscuidade oficial. Infelizmente o tiro que deu feriu a fera. O que a torna mais perigosa. Alguns sebosos já vieram a público demonstrar a sua merecida discordância. Os que comem à mesa da estação do Estado ficaram “menentes”. Onde é que já se viu tal despautério? Portugal é dos senhores, venha a revolução que vier. A merda é sempre a mesma e o que muda são as unhas que a limpam. Sejam, ao menos, fascistas, utilizem o papel higiénico, para ao menos nas campanhas eleitorais não conspurcarem as mãos dos infelizes que se vêem obrigados a retribuir os “cumprimentos” por delicadeza…
mmb

 


Monday, March 03, 2008

 
A MINISTRA LURDES RODRIGUES CEDE À ESQUERDA

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