Friday, August 21, 2009

 




ENTREVISTA



Esta é uma entrevista que só é publicada neste blogue porque o entrevistador do jornal que a fez morreu.
Trata-se de uma catarse que tem por objectivo exclusivamente contribuir para o bem público. No sentido de fazer aumentar a sua iliteracia. Pois só com ela este povo poderá entender os seus governantes.
P. Como classificaria o país nos dias de hoje?
R. Portugal é qualquer coisa que está entre o salazarismo progressista e o depravamento socialista.
P. Isso é bom?
R. Não é bom nem mau. É um novo modelo de ser Portugal e com a entrada para a União Europeia, há que modificar a maneira de enfrentar os desafios que o sec. XXI nos coloca. Para um país que já negociou com a venda de escravos, que teve colónias, etc, e que está reduzido a 90.000 km2 de superfície mal aproveitada estarmos vivos é um feito tão heróico quanto a descoberta da Índia por mar.
P. Apesar de tudo Portugal é um país europeu e há quem imigre para cá. Se isso acontece é porque ainda temos para oferecer alguma coisa positiva.
R. Claro! Claro, para quem não tem nada o que vier de esmola e à borla é ouro sobre azul. Ou se calhar entrámos para a UE para lhe melhorar o nível de vida? Quem veio para cá à procura do Velo de Ouro só encontrou miragens. Por isso estão a partir de cá. Os que agora nos procuram é para visitar os bancos e as carrinhas de transportes de dinheiro vivo. Outros que ainda por cá vivem estão escondidos em bairros sociais e cuja identidade não será tão fácil de deslindar. Os que conseguiram a nacionalidade são portugueses e pertencem ao nosso contigente geral e nada há a obstar.
P. Que futuro nos espera depois desta leitura?
R. Nada que não se resolva.
P. Acha?
R. Se Portugal não acompanhar o desenvolvimento da Europa ficaremos para sempre isolados. Orgulhosamente sós... Para isso temos de investir para estarmos em sintonia com os nossos parceiros.
P. Como é que isso é possível se estamos à beira da rotura?
R. Pedindo, sempre pedindo. Para instalarmos o TGV temos de pedir. Para construirmos o novo grande “aeroporto de Lisboa” temos de pedir. Para continuarmos o plano das auto-estradas temos de pedir. Para construirmos os hospitais que faltam temos de pedir. Para a construção das novas escolas e infantários para cumprirmos o projecto educativo já pedimos e já cá canta algumas das tranches.
P. Acha que a Segurança Social vai aguentar-se depois de 2025?
R. Nessa altura já não ando por cá e você? (Por acaso já morreu!)
P. Não acha que vamos deixar às gerações vindouras uma enorme montanha de dívidas?
R. Não estamos nós a pagar aquelas que os nossos avós contrairam!
P. Para isso também tivemos de pedir.
R. Já viu como você chegou lá sem fazer muito esforço. Temos crédito. Essa é a nossa arma secreta.
(Já a seguir a segunda parte da entrevista)

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