Saturday, September 05, 2009

 


OLÁ VASCO! OLÁ MANELA!



Sou a favor da liberdade de opinião, de expressão, de cognição, etc. Porém, a favor da responsabilização do que se diz e propala. Contudo uma coisa não impede a outra.
A “CASA PIA” implodiu! Porra, e agora? Agora é esperar para ver se há algum tema que entretenha a pacoviada estúpida por determinação natural (quer seja em Portugal, quer seja noutro qualquer país do planeta, os dados recolhidos confirmam parcialmente esta tendência na condição humana: a tacanhez).
Quando o processo relativo à Casa Pia esmoreceu, e por via disso se acabou com o protagonismos de uns tantos oportunistas de todas as classes – magistrados inclusivé, a comunicação social tentou lançar um novo produto que lhe trouxesse maior audiência. Foi um ex-governante do PSD que enquanto administrador bancário espatifou uns tantos milhões. Foi o caso de um outro ex-governate do PSD que sendo-lhe associado meteu ao bolso uns tantos milhões e que teve de autodemitir-se de um lugar de apoio a um órgão de soberania. Foi o caso de um outro ex-governante do PSD que mexeu em dinheiro que não era dele e que os tribunais condenaram a sete anos de prisão. Quem não está distraído para estas coisas da “política” sabe que ao longo desta III República muito se roubou. Na República do Salazar: a II, também se roubava mas, quando o roubo era imputado aos salazaristas ficava tudo na sombra. Não havia liberdade de imprenssa! Eis senão quando a jornalista Moura Guedes descobre um filão para os fins-de-semana: o “Caso Freeport”. Com a "oferta" e "cedência" dos segredos de informações secretas, a intrépida comunicadora realizou um folhetim interminável. Era uma espécie de telenovela brasileira que se caracteriza por adiar o desfecho para o próximo capítulo. O negócio que deu origem àquele empreendimento envolvia dezenas de interpostas personalidades. Como havia muito dinheiro em circulação, a querida Manuela utilizava o raciocínio da minha avó: onde há dinheiro há ladrão. Neste caso a ladroagem toma o nome de corrupção. Há corrupção quando o dinheiro dos contribuintes é desviado dos cofres do Estado directa ou indirectamente. De entre as muitas personalidades encalhadas, a jornalista redescobriu três anos depois, a figura do primeiro-ministro, na altura responsável pelo pelouro do Ambiente. Um dia Moura Guedes colocava no ar o tio de Sócrates (metido na tramóia por ter só boas intenções: disse ele). De outra vez era um inglês que disse textualmente que o PM era corrupto... Era um nunca mais acabar de acusações. A data das eleições começa a tomar forma e era preciso calar a fogosa e parcialíssima jornalista (informar não é substituir os tribunais na formalização da acusação). Tudo bem! O nosso Estado de direito rege-se pela liberdade de expressão. Quem se sentiu acusado injustamente que se constituisse assistente e a levasse ao banco dos arguidos Manuela Moura Guedes. Não o fizeram. Não se sabe bem porquê?
Não passa pela cabeça de Sócrates interferir directamente no calar do Jornal Nacional. Porém, misteriosamante o dr. José Eduardo Moniz deixa a TVI. Leva para casa parte da indemnização a que tinha direito... Só quem fosse anjinho poderia acreditar que a sua mulher se iria aguentar a fazer fogo constante sobre o chefe do executivo. A TVI é uma empresa que tem negócios com o Estado português. Logo, quem é que gosta de maltratar os seus clientes? Manuela Moura Guedes fazia-o. Tinha de sair. É a lógica empresarial que se imponha. Perguntarão, então o facto de a subida das audiências trazer clientela não seria de aproveitar? Sim, mas era menos rentável visto que os outros negócios com o Estado renderem muito mais. Quem negoceia com o Estado português são os espanhóis através de muitos entrepostos. De entre eles está a TVI. Tudo isto que aqui está escrito não é novidade nenhuma. Só o escrevi para dar ao dedo. Agora, é preciso que não nos espantemos com isto tudo. A nossa actual democracia é uma variante do salazarismo. No Estado Novo o sacana do Salazar criou sessentas famílias que comiam as mais valias. O 25 de Abril criou em vez de familias os grandes grupos chulo-económicos que comem tudo e de tudo desenfreadamente.

Eu gosto muito da democracia e talvez esteja em parte de acordo com o carniceiro Winston Churchil que um dia disse que a democracia era uma merda, mas era a que cheirava menos mal. (Adaptado)

PS: Tive pena que Moura Guedes desaparecesse dos écrans. Era, talvez, a única que dava vida às notícias porque se entregava à tarefa de ser dura quando trabalhava. Se tivesse ela aplicado a mesma actuação nos outros casos de suspeição não haveria dúvidas em torná-la um verdadeiro ícone nacional de informação.

"Boa noite Vasco" " Boa noite Manuela"... já começo a ter saudades...

mmb
Para que conste
PS: Se não estou em erro o PM apresentou queixa de MMG. Não tenho é a certeza.

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