Saturday, December 19, 2009

 

PARLAMENTARISMO NÂO É DOENÇA




O facto de nenhuma formação partidária ser maioritária na Assembleia da República, o fenómeno de um regime parlamentar pode tomar forma. Parece que é para onde se dirige a política portuguesa. No actual quadro parlamentar que dirige os destinos do país será uma maioria estipulada para o efeito. Temporária e pontual, pois tratando-se de um tema de interese partidário basta o consenso bilateral ou multilateral para a exequibilidade de qualquer proposta. O último "caso" que caracterizou o consenso bilateral foi o da autorização que a Assembleia permitiu a Alberto João Jardim contrair um substancial empréstimo para a Madeira. O eng. Sócrates tem de perceber que há de facto um real poder executivo que ele não dirige senão como exequente dado que acima dele como primeiro-ministro tem existência um outro primeiro-ministro supra-executivo que tudo condiciona. Estamos pois numa imitação mal acabada do parlamentarismo que caracterizou a Primeira República. Havia mais convulsões nesta porque embora ávidos de fortuna e poder, os seus políticos tinham pouca experiência e pouca "escola". Com o andar dos tempos a experiência e a sacanice foi crescendo daí que se contiveram os actuais para não se dissolverem. Fazem jogadas compostas de avanços e recuos sempre olhando aos lucros pessoais e de grupo e deixando os verdadeiros interesses da Nação para um segundo plano. O fim do Estado Novo sofreu das mesmas mazelas. Descurou os interesses do povo para sustentar o insustentável, isto é, a guerra e o custo dela que dava de comer a uma cáfila minoritária e sem escrúpulos. Bastou um pequeno safanão para fugirem como ratos acossados. Depois foi o que se viu: o poder caiu na rua e outros oportunistas apareceram no proscénio para dar continuidade aos negócios do Estado. Estes, no começo, dirigiram-se para as camadas da população vítima dos desvarios das chefias. É de realçar que Marcelo, "O Último" sentiu que lhe queriam "limpar o cebo" quando a malta contornava o Convento do Carmo, local estrategicamente escolhido para se safar. A actual situação é ainda diferente. Portugal recebe dinheiro do exterior e isso vai dando para esticar a corda. Há um perigo iminente que está a passar despercebido que é a revolta na rua. Não se trata de manifestações de professores e outros que tais, mas sim do povo carente. As manifestações são localizáveis e controláveis. A que me refiro não pode ser controlada... É tempo de parar para pensar se tanto lhes for possível deixarem de olhar para o umbigo e para a barriga blasonada.

mmb

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