Monday, February 22, 2010

 


Estava convencido de que Sousa Tavares ia inaugurar um novo tipo de entrevista. Como escritor, acho-o muitíssimo bom. Como entrevistador, custa-me dizê-lo, esconde um pouco a classe que sempre teve. Pouca diferença fez dos deputados da AR. Em Portugal passou a ser moda bater nos primeiros-ministros. O tempo que eles perdem a defender-se implica necessariamente prejuízo para a governação. As oposições têm mau perder. Para eles nunca está em causa Portugal. Dão a entender que isso é coisa de somenos. Falar-se de intimidades e de escutas que estão em segredo de justiça - pela sua natureza proibidas - é pôr em causa a confiança dos portugueses nos tribunais. Sócrates esteve bem. Não lhe compete estar a defender-se de queixas hipotéticas e até agora infundadas. Quem tal afirma são órgãos de soberania. Ou se aceita o respeito pelas leis ou vamos viver no lodo. O dr. Miguel execrou o facto de um puto ter subido na vida com contornos pouco claros. Então, o moço não poderia ser um privilegiado intelectualmente? Desconfia-se de tudo. Porém, estas suspeitas arrastam para a desgraça os visados. E se, de facto, estão inocentes... Quem os vai ressargir?
É que nunca mais levantam cabeça. Se os portugueses se vão queimar uns aos outros, como é que vai ser? O próprio Sousa Tavares foi acusado de plágio. Sabe muito bem o que custa a maledicência. Ou é devido à idade ou é uma questão de consciência, o facto é que condeno o jogo sujo. Neste momento, penso que os dois últimos primeiros-ministros (Santana e Sócrates) foram vítimas de gente que não é bem formada. Quem condena são os tribunais através de sentenças. Sou pela liberdade de imprensa. Mas, uma coisa são factos e notícias sobre eles, outra coisa são crónicas. Um pouco de honestidade não fica mal a ninguém.
mmb

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