Thursday, February 25, 2010

 

QUERIDO PRESIDENTE



Querido Presidente António Costa
Já não tenho idade para sustos - 70 anos. Cheguei a Lisboa no ano de 2007. Trouxe viatura comigo pois vim da província aquática - Açores - para me reeducar. Quando comecei a conduzir em Lisboa, dei com uma enorme quantidade de buracos. A princípio entrei e saí nalguns. Depois, com alguma experiência adquirida acabei por mapear todos os buracos que ia encontrando. Fiz um romance quase tão longo quanto o Equador do também muito charmoso Miguel Sousa Tavares. Como passava muitas vezes pela Infante Santo acabei por dar nomes às covas. Assim, a que ficava próxima da 24 de Julho ficou denominada de Hirondela em honra de uma profundidade que fica próxima da ilha de São Miguel. Hoje, ao tentar fugir ao trânsito, lá desci aquela grande artéria que tomou o nome de um português que os saios de preto elevaram aos altares por ter sido apanhado a assaltar à mão armada o castelo pertença de ancestrais progenitores do Bin Laden, e qual não foi o meu espanto ao reparar que o meu mapa estava desactualizado. O Hirondela estava "tapado"! Oh, que prazer senti ao cobri-lo com o meu carro adolescente mas imputável ainda! Os meus parabéns! Agora, como neste país nada se faz sem segundas intenções,isto é, dei-lhe os parabéns agora quero a recompensa. Bom, sei que a Câmara possui muitos espaços vazios e sem utilidade. Agradecia que me concedesse um deles para expor uma centena de pinturas criadas pelo Fantasma dos Museus, aquele que clandestinamente expôs pinturas no Centro Cultural de Belém, na Gulbenkian e no Museu do Chiado. Um tal de Varett. Fico a aguardar resposta sua a este meu pedido. A exposição não é para venda é só uma amostragem. Penso que depois de umas oito centenas de pinturas, acho que Varett tem o "direito" de as tornar públicas. Bom, não quero pagar luz, assim como água e aluguer. Se assim não for, nada feito meu querido Presidente.
Finalmente, "vendo-lhe" a horrível caricatura que ilustra este texto por 20 euros. É sua, basta que envie para a Madeira o dinheirinho que depois enviá-la-ei para o seu trabalho, melhor dizendo gabinete.
manuelmelobento

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