Saturday, November 27, 2010

 

O ESPÍRITO EMBEBEDA-SE?



O álcool distorce a ideia ou afecta o cérebro? Será possível que o álcool, uma vez ingerido, altere as ideias ditas inatas e as adquiridas através da experiência? Eu, pessoalmente, não tenho intelecto para apreender ideias inatas. Descartes afirmou que a ideia de deus era inata à humanidade. Bem me volto e me coloco de cu para o ar mas nunca a vi nem a encontrei. Imaginemos que era cartesiano e punha-me a beber até ver estrelas. Começava por chamar o deus de Descartes: vem cá ó meu! E ele nada. As ideias inatas nunca aparecem, o que é uma verdadeira merda. Ideias inatas são elementos do tipo de papel passado. São muito antigas, daí a sua verdade. A verdade antiga. É como o que diz a Bíblia dos judeus e dos criatãos. Cada patetice que por ter sido dita há anos passa a ideia fixa, isto é, verdade absoluta. Antigamente quando ainda era ateu, ponha-me - com os copos, claro - a provocar o deus herdado de minha casa e soberbamente explicado na catequese e prolongamento. Como qualquer ébrio e idiota vulgar chamava-o de filho de puta para baixo. Um verdadeiro disparate. Coisas de bêbedos. O pior era quando estava sóbrio. Não só confirmava o que dissera com a alteração proveniente da ingestão do álcool como me ponha a pensar por qual razão perdia ainda tempo com esses disparates que servem para entreter medievais. Claro que vivo de ideias e com ideias. Penso até que me expresso com ideias, salvo melhor dizer. Ora, ou as minhas ideias são vítimas do meu cérebro avariado (?) ou elas, sendo independentes - no dizer dos inatistas - estão por si próprio também avariadas. Até hoje - e isto é uma afirmação para o universo (momento hilariante) - só o álcool sabe o segredo das ideias. É ele que se passeia pelos neurónios acompanhando o circuito eléctrico que as leva (ideias) aos "centros de decisão". Nenhum aparelho teve até hoje essa possibilidade. Um grande filósofo - geralmente os que inventam por outras palavras o que já outros disseram - de nome Kant afirmou que o espaço e o tempo eram ideias (formas de entendimento) à priori. Traduzindo, são como o fígado ou o pâncreas que nascem connosco. Claro que se não experimentarmos o espaço primeiro, é muito provável que quebremos os dentes quando começarmos a explorá-lo. Alguma "coisa" nos ensina que embora sejam formas de entendimento, isso não é suficiente claro para nos orientarmos. Dizem os sábios que o álcool é que nos faz perder o equilíbrio. Até aí vou eu. Tenho é dificuldade em perceber como é que as ideias ficam bêbedas e perdem também o equilíbrio. Como é possível se elas estão separadas do corpo. Elas também bebem, as marotas...

Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?